Quinta-Feira, 14 de Agosto de 2025
Ciência e Saúde
18/08/2012 11:16:51
Pai pede ajuda para tirar filha de 7 meses da fila de espera do SUS
Nos braços do pai, Vanessa Sthefany Ortiz Cardoso, de 7 meses, não faz ideia do que passa ao seu redor e sorri o tempo todo, com os olhos brilhando de felicidade.

CGNews/PCS

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Vanessa Sthefany, de 7 meses, apresenta suspeita de displasia no quadril, uma luxação congênita que deixa a articulação fora do lugar. (Foto: Simão Nogueira)
\n \n Nos\n braços do pai, Vanessa Sthefany Ortiz Cardoso, de 7 meses, não faz ideia do que\n passa ao seu redor e sorri o tempo todo, com os olhos brilhando de felicidade.\n O pai, de 23 anos, está preocupado, mas tenta demonstrar à filha que tudo está\n sob controle. Não é verdade.\n \n O\n futuro e a saúde de Vanessa Sthefany estão em jogo e há meses a situação tira o\n sono do pai, João Antonio dos Santos Cardoso. Quando nasceu, em janeiro deste\n ano, a menina apresentou suspeita de deslocamento do quadril esquerdo e\n precisava ser avaliada por um ortopedista.\n \n Mas\n a consulta, que deveria ter sido de urgência, só aconteceu nesta semana. É que\n Vanessa, como milhões de brasileiros, ficou na fila de espera do SUS (Sistema\n Único de Saúde) e o quadro dela pode ter se agravado.\n \n Ao\n pai, o pediatra que atendeu a menina após o nascimento informou que Vanessa\n precisava usar um aparelho, mas tinha que passar, antes, pela avaliação de um\n ortopedista. Agora, 7 meses depois, devido à demora, ela corre o risco de ser\n submetida a uma cirurgia para corrigir a deficiência.\n \n O\n problema é que Vanessa está, novamente, na fila do SUS. Desta vez, aguardando\n vaga para realizar uma ultra-sonografia de quadril e dar continuidade ao\n tratamento.\n \n “E\n eu não tenho condições de pagar particular”, disse o pai, que está\n desempregado. “Tenho mais dois filhos epilépticos e minha esposa também é”,\n acrescenta, justificando o fato de estar em casa, parado.\n \n O\n retorno da menina é na quarta-feira (2) e a recomendação do médico é que o pai\n esteja com o exame em mãos. “Se não conseguir eu nem vou voltar lá”, disse.\n \n João\n Antonio mora no bairro Caiçara II, em Campo Grande, com a esposa, Walquíria Ortiz de\n Souza, de 29 anos, e os três filhos, a pequena Vanessa e o casal Wanderson\n Gabriel, de 3 anos, e Amanda Gabrieli, de 1 ano e 9 meses.\n \n Wanessa\n tem crises epilépticas e faz uso de medicamentos controlados, como os filhos,\n que passam a maior parte do dia dormindo, em decorrência do tratamento. João\n culpa o poder público pela falta de assistência e a situação a que tem passado\n nos últimos dias.\n \n “Tudo\n isso é por causa do SUS que não consegue tratamento para eles”, afirmou. A\n esposa e as crianças, declarou, precisam ser acompanhadas por um neurologista,\n mas também não conseguem vaga na rede pública.\n \n Laudo\n médico (datado do dia 12 de novembro de 2010) assinado pelo ginecologista e\n obstreta Neudes Ribeiro Cardoso, à época da gestação do segundo filho, aponta\n que Wanessa “não tem condições de permanecer sozinha”, pois as crises\n convulsivas traziam risco para ela e para o recém-nascido.\n \n A\n situação, segundo o marido, persiste. Wanessa ainda não pode cuidar das\n crianças, o que o obriga a ficar em casa, sob o risco de perder a guarda dos\n filhos. “Eu não aguento mais”, afirmou, ao dizer que está vivendo de doações há\n 3 meses, época em que deixou o último serviço.\n \n Interessados\n em ajudar a família podem ligar nos telefones 9263-8635 ou 3385-0878.
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