Ciência e Saúde
22/10/2012 09:00:00
Teste rápido diagnostica tuberculose em duas horas
Um teste inovador para a identificação rápida da tuberculose será oferecido no Sistema Único de Saúde até o segundo semestre do próximo ano.
Da Assessoria/LD
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\n \n Um teste inovador para a identificação rápida da tuberculose será\n oferecido no Sistema Único de Saúde até o segundo semestre do próximo ano. O\n GeneXpert testado experimentalmente em Manaus (AM) e no Rio de Janeiro (RJ) \n é capaz de diagnosticar a doença em duas horas e com risco mínimo de contaminação,\n uma vez que a análise é totalmente automatizada, sem a necessidade de manuseio\n das amostras pelo profissional de saúde responsável pelo exame. Além disso, o\n teste identifica também de forma mais rápida e com maior precisão \n resistência ou não à rifampicina, que é o antibiótico usado no tratamento da\n tuberculose, o que facilita a prescrição também mais ágil e correta do\n tratamento da doença. \n \n Quanto mais rápido é o diagnóstico da tuberculose, mais rápida\n também é a cura e menor é o risco de sequela ao paciente e de disseminação da\n doença, explica o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. O estudo de\n implementação, aceitabilidade e custo-efetividade do uso do teste rápido para\n tuberculose é financiado pela Fundação Bill amp; Melinda Gates, com investimento\n de 1,8 milhão de dólares. Depois de Manaus e do Rio de Janeiro onde começou\n no último mês de fevereiro, com um total de 13.307 testes realizados o\n projeto segue para as demais capitais do país. \n \n Dos exames feitos em Manaus e no Rio, 14,2% deram positivos. A\n avaliação preliminar dos testes revelou que, além do diagnóstico mais rápido da\n doença, foram identificados também mais rapidamente casos de resistência à\n rifampicina e uma grande aceitabilidade do método pelos profissionais de saúde.\n No exame tradicional (a baciloscopia do escarro), o resultado leva 24 horas e\n outros 60 dias para a análise da cultura de identificação de micobactérias. O\n GeneXpert é totalmente automatizado. É uma máquina que identifica fragmentos do\n DNA da micobactéria no escarro. Por isso, ele é bem mais seguro para o\n profissional de saúde, destaca o ministro. \n \n SENSIBILIDADE E ESPECIFICIDADE No exame tradicional, são\n necessários 60 dias para realizar o cultivo da micobactéria e outros 42 dias\n para se obter o diagnóstico de especificidade e sensibilidade (à rifampicina),\n que não ultrapassam 60% de precisão. Com o novo teste, os índices de\n sensibilidade e especificidade chegam a 92,5% e 99%, respectivamente. O que\n diminui radicalmente a possibilidade de um resultado falso positivo, observa\n Alexandre Padilha. \n \n Com o novo teste rápido de tuberculose, espera-se, portanto, o\n aumento dos percentuais de detecção segura da doença para o tratamento precoce,\n maior agilidade no diagnóstico da chamada tuberculose resistente e, consequentemente,\n a redução da morbidade e mortalidade pela doença. \n \n CENÁRIO Ano passado, o país registrou 71.337 casos de\n tuberculose. A publicação Saúde Brasil, apresentado pelo Ministério da Saúde na\n última semana, aponta uma queda média da taxa de incidência da tuberculose de\n 1,3% por ano, entre 2001 e 2011, totalizando uma taxa de 37,1/100 mil\n habitantes. Neste período, a quantidade aproximada de óbitos pela doença foi de\n 4,6 mil. \n \n Aproximadamente 66% dos casos de tuberculose notificados em 2011\n são do sexo masculino. A frequência é maior entre homens de 25 e 34 anos e a\n incidência é maior entre 45 a 54 anos. Para o sexo feminino, tanto a frequência\n quanto a incidência são maiores entre 25 e 34 anos. \n \n RECONHECIMENTO Ano passado, o Brasil conquistou o reconhecimento\n do Organização Mundial da Saúde (OMS) pelo alcance antecipado do Objetivo do\n Milênio no controle da tuberculose. A meta estipulava a reversão da incidência\n e da mortalidade da doença até 2015, em comparação com os casos registrados em\n 1990. A OMS reconheceu que a meta foi atingida quatro anos antes do previsto,\n já que o país apresentou uma redução de 50% na taxa de mortalidade, segundo\n estimativas da própria Organização, e tendência de queda da taxa de incidência,\n na comparação de dados entre 1990 e 2011. \n \n AÇÕES Desde 2002, o investimento do Ministério da Saúde no\n controle da doença foi ampliado em 17 vezes. Há uma década, foram destinados\n 5,2 milhões de dólares para o Programa Nacional de Controle da Tuberculose\n (PNCT). Em 2011, os recursos chegaram a 87,7 milhões de dólares. \n \n Como a tuberculose atinge principalmente populações carentes, com\n dificuldade de acesso aos serviços de saúde e baixa prioridade para o\n desenvolvimento de novas tecnologias em saúde, o Ministério da Saúde buscou\n aproximar as ações estratégicas de maneira mais integrada a outros programas,\n como Saúde da Família. O PNCT também passou a incorporar o escopo do Plano\n Brasil Sem Miséria, que tem por objetivo alcançar as famílias extremamente\n pobres que não estão incluídas nos programas de transferência de renda, e\n viabilizar o acesso aos serviços públicos na área de educação, saúde,\n saneamento básico, assistência social, segurança alimentar, entre outros. \n \n \n \n \n
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