Ciência e Saúde
08/08/2013 09:00:00
Vacina experimental oferece proteção inédita contra malária
O estudo foi feito com 57 pessoas, incluindo 40 que tomaram a vacina em doses variadas e 17 de um grupo de controle
Uol/AB
Imprimir
\n \n Um novo tipo de vacina contra a malária que imita os efeitos das\n picadas do mosquito demonstrou resultados iniciais promissores, ao fornecer uma\n proteção total a uma dúzia de voluntários humanos, anunciaram cientistas esta\n quinta-feira. \n \n A vacina PfSPZ, do laboratório Sanaria, com sede em Maryland,\n contém parasitas vivos e é complicada de ser feita porque exige que os\n cientistas dissequem as glândulas salivares dos mosquitos para alcançar os\n parasitas Plasmodium, que causam malária. \n \n Estes esporozoários depois são enfraquecidos de forma a não\n causarem a doença e incorporados a uma vacina que precisa ser injetada várias\n vezes na circulação do indivíduo, sendo que as aplicações são feitas com um mês\n de intervalo entre elas. \n \n Um teste com a mesma vacina, dois anos atrás, administrada na pele\n dos pacientes, forma como é aplicada a maioria das vacinas, imunizou apenas 44\n voluntários. \n \n Mas o último teste demonstrou que injetar a vacina na corrente\n sanguínea garantiu proteção contra a malária nos seis voluntários que receberam\n cinco injeções com a dosagem mais alta, segundo resultados publicados na\n revista científica americana Science. \n \n Seis dos nove voluntários de um grupo separado, que tomaram quatro\n injeções com a dose mais elevada - 135.000 esporozoários por injeção - também\n ficaram totalmente imunizados contra a malária, afirmou. \n \n O estudo foi feito com 57 pessoas, incluindo 40 que tomaram a\n vacina em doses variadas e 17 de um grupo de controle. \n \n O co-autor do estudo, Robert Seder, do Instituto Nacional de\n Alergia e Doenças Infecciosas disse à Science que as descobertas são\n "muito promissoras", mas afirmou que a vacina precisa de mais\n estudos. \n \n "Precisamos repeti-lo (o teste) com um grande número de\n pessoas", acrescentou. \n \n O principal pesquisador, Stephen Hoffman, diretor-executivo do\n Sanaria, também trabalha com engenheiros da Universidade Harvard para\n automatizar o processo de dissecar os mosquitos, destacou a Science. \n \n A companhia atualmente emprega "de 12 a 15 dissecadores, cada\n um capaz de destrinchar cerca de 150 mosquitos por hora", acrescentou. \n \n A vacina PfSPZ do Sanaria contém "parasitas vivos\n enfraquecidos e purificados da malária que não causam a doença", destacou\n o comunicado. \n \n "Embora ainda estejamos nos primeiros estágios de teste,\n acreditamos que esta vacina vá ser usada para eliminar a malária", disse\n Hoffman. \n \n "É razoável sugerir que dentro de três a cinco anos, uma\n vacina segura e confiável poderá ser uma realidade comercial e fornecer\n benefícios médicos para uma enorme população", continuou. \n \n Em seguida, uma série de pequenos testes clínicos está planejada\n para Tanzânia, Alemanha e Estados Unidos. \n \n Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a malária infectou\n 220 milhões de pessoas em 2010 e matou 660.000. A maioria das mortes foi\n registrada entre crianças da África. \n \n \n \n \n
COMENTÁRIO(S)
Últimas notícias