Segunda-Feira, 11 de Agosto de 2025
Comportamento
09/08/2025 12:10:00
Cinco sintomas que podem prever esclerose múltipla até 15 anos antes
Fadiga, dores de cabeça, tonturas e distúrbios de saúde mental, incluindo ansiedade e depressão, são alguns dos indicadores precoces.

NM/PCS

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Estima-se que a esclerose múltipla (EM) afete quase 3 milhões de pessoas em todo o mundo, de acordo com a Sociedade Nacional de EM. A doença neurológica causa fraqueza muscular, problemas de visão, dormência, perda de equilíbrio e dificuldades de memória, segundo a Cleveland Clinic.

Agora, pesquisadores identificaram cinco sintomas como sinais de alerta precoce que podem aparecer até 15 anos antes do início típico da EM.

Transtornos de saúde mental e sintomas neurológicos estão ligados à EM precoce

Fadiga, dores de cabeça, tontura e distúrbios de saúde mental — incluindo ansiedade e depressão — foram identificados como “indicadores precoces” de esclerose múltipla em um estudo inovador publicado no JAMA Network Open, citado pelo portal Best Life.

De acordo com registros médicos dos pacientes, esses sintomas se tornaram “significativamente mais intensos” até 15 anos antes do “início clássico da EM”, sugerindo que a doença crônica “pode começar muito antes do que se imaginava”. Os autores destacaram a importância de uma intervenção precoce para acelerar o diagnóstico e o início do tratamento.

“A EM pode ser difícil de reconhecer, pois muitos dos primeiros sinais — como fadiga, dor de cabeça, dor e problemas de saúde mental — são bastante comuns e podem ser confundidos com outras condições”, afirmou Helen Tremlett, professora de neurologia na Faculdade de Medicina da Universidade da Colúmbia Britânica (UBC) e pesquisadora do Centro Djavad Mowafaghian para Saúde Cerebral, em comunicado à imprensa.

“Nossas descobertas mudam drasticamente a linha do tempo de quando acreditamos que esses primeiros sinais começam, o que pode abrir oportunidades para detecção e intervenção mais cedo.”

Pacientes com EM procuraram atendimento médico até 15 anos antes do diagnóstico

Os pesquisadores da UBC analisaram 25 anos de históricos médicos e tipos de consultas para chegar às conclusões. Segundo a instituição, este foi o estudo mais profundo já realizado nesse sentido — em pesquisas anteriores, a análise cobria de cinco a dez anos.

A meta-análise incluiu 12.220 pacientes, dos quais 2.038 tinham esclerose múltipla. Comparados aos demais, os pacientes com EM procuraram mais consultas com psiquiatras e clínicos gerais, além de apresentarem mais casos de fadiga, tontura e dor ocular.

“Descobrimos que taxas elevadas de problemas de saúde mental e visitas a psiquiatras, assim como sintomas inespecíficos e consultas a médicos generalistas, começaram 15 anos antes do início dos sintomas da EM — antecedendo em cerca de sete a 11 anos o aumento nas consultas relacionadas a problemas neurológicos ou visitas a neurologistas”, escreveram os autores.

Os resultados mostraram o seguinte padrão nos anos que antecederam o início clássico da EM:

15 anos antes: mais consultas médicas gerais e aumento de fadiga, tontura, dores de cabeça, ansiedade e depressão;

12 anos antes: mais consultas com psiquiatras;

Até 9 anos antes: aumento nas consultas com neurologistas e oftalmologistas;

3 a 5 anos antes: disparo nas consultas de emergência médica e exames de radiologia;

1 ano antes: procura intensa por especialistas em neurologia, pronto-socorro e radiologia.

“Esses padrões sugerem que a EM tem uma fase prodrômica longa e complexa — em que algo já está acontecendo no organismo, mas ainda não se manifesta como EM”, disse a autora Marta Ruiz-Algueró.

“Estamos apenas começando a entender quais são esses primeiros sinais, e os problemas de saúde mental parecem estar entre os indicadores mais precoces”, concluiu.

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