Sábado, 3 de Maio de 2025
Economia
30/05/2014 09:00:00
Consumo das famílias foi fraco por causa da inflação, diz Mantega
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta sexta-feira (30) que o consumo das famílias – que teve queda de 0,1% no primeiro trimestre deste ano – foi prejudicado pela inflação e pela escassez de crédito.

G1/AB

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\n \t O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta sexta-feira (30) que o consumo das famílias – que teve queda de 0,1% no primeiro trimestre deste ano – foi prejudicado pela inflação e pela escassez de crédito.\n \n \t “Acredito que consumo das famílias teve desempenho fraco \n fundamentalmente por causa da inflação”, disse o ministro ao comentar o \n desempenho, nos três primeiros meses do ano, do Produto Interno Bruto (PIB),\n que é a soma das riquezas produzidas no país. Ele afirmou, no entanto, \n que a alta de preços no segundo trimestre será bem menor, "o que \n significa que isso devolverá o poder aquisitivo as famílias".\n \n \t Ele apontou também o "crédito caro e escasso” pelo desempenho do \n consumo, cuja queda foi a primeira desde o terceiro trimestre de 2011.\n \t Segundo o ministro, os estoques mais altos e a queda do consumo das \n famílias foram os principais fatores que afetaram o nível dos \n investimentos no primeiro trimestre.\n \n \t O ministro voltou a afirmar que a demanda estaria num ritmo maior se houvesse mais crédito a um custo mais baixo.\n \n \t Ele avaliou que inflação em queda e o ritmo de crescimento da massa salarial garantirá a retomada do consumo das famílias.\n \n \t “Existe um crescimento natural do consumo. Ele pode ter sido inibido \n num trimestre, mas ao longo do ano é muito difícil o consumo subir \n abaixo da massa salarial, a menos que o consumidor resolva fazer \n poupança”, afirmou.\n \t Segundo Mantega, já há estímulo suficiente para investimentos no país e\n não estão previstas novas medidas nessa direção. “O que estamos \n precisando é de uma recuperação do consumo, o que também irá estimular a\n continuidade dos investimentos.”\n \n \t Copa e PIB
\n \t Mantega reconheceu que a Copa pode afetar o desempenho de alguns \n setores da economia, principalmente a indústria, mas avaliou que os \n serviços, que representam cerca de 60% do PIB, serão beneficiados, o que\n contribuirá para um desempenho melhor da economia no segundo trimestre.\n \n \t “Acredito que a Copa poderá prejudicar a indústria, porque teremos \n menos dias de trabalho, mas ela vai beneficiar o comércio e os serviços,\n porque ela movimenta mais a economia, vai ter turistas e mais consumo \n de alimentos e bebidas”, disse.\n \n \t Segundo o ministro, o segundo trimestre começou melhor que o primeiro, e a tendência é de um resultado melhor que o avanço de 0,2% nos primeiros três meses do ano.\n \n \t “Talvez a indústria tenha alguma dificuldade, algum prejuízo. Já a \n agricultura é indiferente, porque não tem o efeito Copa e deverá estar \n melhor no segundo trimestre, que sempre é o período das colheitas”, \n afirmou.\n \n \t Questionado sobre seu palpite para a estreia do Brasil na Copa, Mantega\n disse que a seleção brasileira vai ganhar o primeiro jogo, mas não quis\n arriscar o placar. “Se não vão dizer que o ministro errou na previsão”,\n brincou. Ele acrescentou, porém, que o Brasil tem “perfeitamente \n condições de ganhar a Copa”.\n \t Resultado do 1º trimestre
\n \t A economia brasileira registrou avanço de 0,2% no primeiro trimestre\n de 2014 em relação aos três meses anteriores, com destaque para o \n desempenho da agropecuária. Em valores correntes (em reais), a soma das \n riquezas produzidas no período chegou a R$ 1,204 trilhão.\n \n \t Na comparação com o mesmo período do ano passado, o avanço do PIB foi \n de 1,9%. No acumulado em quatro trimestres encerrados no primeiro \n trimestre de 2014, a atividade doméstica cresceu 2,5%.\n \n \t Questionado sobre sua avaliação sobre esses resultados, Mantega disse \n que o “crescimento foi moderado”. “Estávamos [prevendo] entre 0,2% e \n 0,3%, de fato”, afirmou.\n \t Conjuntura
\n \t Segundo o ministro, o resultado do primeiro trimestre também foi \n afetado pela conjuntura internacional e pelas variações no câmbio, que \n causou incertezas nos mercados no começo do ano.\n \n \t “O cenário internacional não foi favorável neste primeiro trimestre”, afirmou.\n \n \t “A recuperação da economia internacional está demorando mais que o \n esperado. A Economia dos EUA teve crescimento negativo de 1% anualizado \n [em ritmo anual]. Teve queda de investimentos nos EUA, portanto isso nos\n prejudica", completou.\n \n \t Ele destacou ainda que os Estados Unidos importaram menos nos primeiros\n meses do ano e que a Europa teve crescimento pequeno, "abaixo das \n projeções”.\n \n \t Para o ministro, entretanto, do ponto de vista financeiro e cambial, o \n cenário será melhor no segundo trimestre, o que garantirá um crescimento\n maior da economia brasileira.\n \n \t Mantega evita fazer projeção para o ano
\n \t Segundo Mantega, a expectativa é de um avanço melhor nos próximos \n trimestre. O ministro não quis no entanto fazer uma previsão para o PIB \n fechado de 2014 e também não respondeu se o governo continua trabalhando\n com a expectativa de alta de mais de 2% no ano.\n \n \t “É muito cedo para ter uma projeção anual”, disse. “É prematuro \n fazermos revisão das projeções”, completou. A última previsão anunciada \n pela Fazenda foi crescimento entre 2,3% e 2,5% para o ano.\n \n \t Revisão do PIB de 2013
Em 2013, a economia cresceu 2,5%, conforme revisão feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira.\n \n \t Segundo o ministro, a revisão para cima foi influenciada principalmente\n pela indústria, cujo crescimento passou de 1,3% para 2,7%, e em \n particular pela indústria da transformação, cujo avanço no ano passado \n foi revisado de 1,9% para 2,7%.\n \n \t "Ficamos com o PIB melhor para 2013, entre o quinto ou sexto maior PIB \n para o G20 [grupo das maiores economias do mundo], um bom resultado.”\n \n \t O ministro destacou ainda que, mesmo com a taxa de investimento \n revisada para baixo – de alta de 6,3% para 5,2% –, a taxa de crescimento\n foi superior "que a maioria dos países".
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