\n \n O dólar caiu ante o real pela quarta sessão seguida nesta\n quinta-feira, voltando ao patamar de 2,07 reais, ainda sob o efeito das medidas\n anunciadas nos últimos dias pelo governo para estimular a entrada de divisas no\n país. \n \n As medidas, que baratearam a tomada de crédito externo por\n empresas, levantavam dúvidas sobre uma possível mudança na estratégia cambial\n do governo, que agora aparenta estar mais preocupado com a recente\n desvalorização do real. \n \n A moeda norte-americana caiu 0,86 por cento, encerrando a 2,0790\n reais na venda, menor nível desde o dia 14 de novembro, quando fechou a 2,0660\n reais. \n \n Durante o dia, a moeda oscilou entre 2,0752 reais e 2,0880 reais.\n Segundo dados da BMamp;F, o volume negociado foi de 2,545 bilhões de dólares. \n \n A queda do dólar teve início na segunda-feira, quando o Banco\n Central reagiu ao rali que tinha levado a moeda a encostar no nível de 2,14\n reais no fim da semana passada. \n \n "O movimento de alta da moeda foi exagerado e agora o mercado\n vai corrigir isso, aparentemente o próprio governo não quer um dólar tão\n alto", disse o economista-chefe do BES Investimentos, Jankiel Santos. \n \n Para Santos, as medidas tomadas recentemente pelo governo reforçam\n a percepção de que era preciso controlar uma alta excessiva da divisa\n norte-americana. \n \n Mudança de Estratégia? \n \n O dólar subiu quase 5 por cento em novembro pois fracos números de\n crescimento alimentaram interpretações no mercado de que o governo favorecia um\n real mais desvalorizado para incentivar as exportações do país. \n \n Diversas autoridades do governo chegaram a sinalizar essa\n intenção. \n \n Enquanto a presidente Dilma Rousseff sugeriu em entrevista a um\n jornal brasileiro que o dólar não estava desvalorizado o suficiente, o ministro\n da Fazenda, Guido Mantega, afirmou no dia 23 de novembro que a taxa de câmbio\n não estava completamente satisfatória quando o dólar era negociado em torno de\n 2,11 reais. \n \n A enxurrada de intervenções para enfraquecer o dólar nesta semana,\n no entanto, levou muitos investidores a se perguntarem se o governo estaria\n mudando sua estratégia. \n \n O BC começou a investida com leilões de swap cambial tradicional\n --equivalentes a uma venda de dólares no mercado futuro-- e leilões de venda de\n dólares conjugado com leilões de compra na segunda-feira. O dólar recuou, mas permaneceu\n acima de 2,12 reais. \n \n Então na terça-feira começaram as medidas para destravar a entrada\n de dólares no país. O BC facilitou o financiamento ao exportador, aumentando o\n prazo para a isenção de taxação do pagamento antecipado, e o governo divulgou\n decreto na quarta-feira reduzindo a incidência do Imposto sobre Operações\n Financeiras (IOF) sobre empréstimos em moeda estrangeira. \n \n Há a avaliação no mercado de que, apesar de o governo querer um\n dólar mais forte para estimular a indústria e a economia, também é preciso\n controlar a velocidade da elevação da moeda para suavizar o impacto na\n inflação. \n \n Além disso, alguns economistas alertam que o dólar mais alto\n estaria prejudicando outros setores da indústria, dependentes de importação de\n insumos e componentes. nbsp;\n \n \n \n \n