Terça-Feira, 26 de Agosto de 2025
Economia
05/03/2015 10:16:00
Dólar comercial tem sua quarta alta seguida e cotação volta a encostar nos R$ 3; Bolsa sobe

O Globo/LD

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O dólar comercial registra nesta quinta-feira sua quarta alta consecutiva, com investidores esperando informações sobre o pacote de estímulo do Banco Central Europeu (BCE). A divisa registra alta de 0,33%, cotada a R$ 2,988 na compra e a R$ 2,990 na venda. Na máxima da manhã, a moeda atingiu R$ 2,999. Já a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) registra alta de 0,46%, aos 50.700 pontos. O índice de refrência Ibovespa é puxado pela Petrobras, que confirmou hoje em comunicado ao mercado que seu conselho liberou a empresa para captar até US$ 19,1 bilhões em 2015. Na outra ponta, a fabricante de aeronaves Embraer despenca quase 10% após resultado trimestral muito abaixo do esperado.

A tendência do dólar hoje é mesmo de valorização global, subindo frente a 14 das 16 principais moedas do mundo. Mas o real é a terceira no ranking das que mais perdem força, atrás apenas do dólar neozelandês e do franco suíço.

Na véspera, o dólar havia subido 1,77%, a R$ 2,978 na compra e a R$ 2,980 na venda. O principal motivo foi o temor dos investidores de que o governo não consiga aprovar as medidas necessárias para o ajuste fiscal, dificultando a meta do superávit primário de 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB). A incerteza aumenta o temor de que o Brasil possa perder o grau de investimento, o que reduziria ainda mais a atração de investimentos para o país.

No cenário internacional, os investidores esperam que o presidente do ECB, Mario Draghi, dê mais informações hoje sobre o pacote de estímulo econômico de € 1,1 trilhão anunciado há alguns meses. O que se sabe até então é que se trata de um programa de compra de títulos soberanos no mercado secundário, operação conhecida como “quantitative easing”.

INTERVENÇÃO MENOR DO BC

A valorização do dólar contra o real também reflete uma intervenção menor do Banco Central no câmbio. Esta semana, a autarquia começou a oferecer diariamente a rolagem de 7.400 mil contratos do chamados swap cambial que venceriam em abril. Se mantiver esse ritmo, o BC irá deixar vencer US$ 2,2 bilhões do lote total de US$ 9,96 bilhões com vencimento em abril. Para rolar tudo, o BC deveria estar oferecendo diariamente 9.500 contratos. O swap cambial equivale à venda de dólar no mercado futuro, oferecendo uma proteção aos investidores contra a volatilidade da moeda e reduzindo a pressão sobre o câmbio.

Depois da mudança de comportamento do BC, analistas do mercado financeiro começaram a especular sobre o possível fim do programa de intervenção. Oficialmente, ele vale até 31 de março, mas o governo já o estendeu diversas vezes no passado.

“Não há como o BC interromper a rolagem do atual estoque de contratos de swaps cambiais que tem no mercado e provavelmente será pressionado a aumentá-lo, o que trará desconforto a autoridade monetária”, disse o economista Sidnei Nehme, diretor-executivo da NGO. “Eventual interrupção teria que ser trocada por outra alternativa de proteção, caso contrário o preço da moeda americana, que já está repercutindo o fato da oferta de contratos de swaps cambiais estar menor do que a demanda, sofrerá fortíssima apreciação”.

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