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O dólar fechou em alta de mais de 3% nesta terça-feira (13), voltando a encostar em R$ 3,90, fechando a sessão com a maior alta diária em mais de quatro anos, refletindo as fortes incertezas em torno da eventual abertura de processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff e o ambiente de aversão a risco nos mercados externos.
A moeda norte-americana encerrou o dia em alta de 3,58%, cotada a R$ 3,8935 para venda, após ter encerrado a R$ 3,7588 na sexta-feira passada. Veja a cotação do dólar hoje.
Trata-se do maior avanço diário desde 21 de setembro de 2011, quando subiu 3,75% Na máxima da sessão, foi a R$ 3,8962.
No mês, o dólar ainda acumula queda de 1,82%. No ano, a valorização é de 46,44%.
Na semana passada, o dólar tinha acumulado queda de 4,74%, maior baixa semanal desde o fim de 2011.
Nesta manhã, o Banco Central deu continuidade ao seu programa diário de interferência no câmbio, seguindo a rolagem dos swaps cambiais que vencem em novembro, com oferta de até 10.275 contratos, que equivalem a venda futura de dólares.
"A semana passada foi bastante positiva nos mercados externos, mas o humor virou hoje com os dados da China", disse à Reuters o operador de uma corretora nacional, sob condição de anonimato, acrescentando que "a questão do impeachment vai ser o grande tema desta semana".
Uma queda mais forte nas importações da China, importante referência para investidores em mercados emergentes, em setembro deixou economistas divididos sobre a performance do setor comercial do país, apesar de as exportações terem caído menos que o esperado. Com isso, o dólar subia contra moedas como os pesos chileno e mexicano.
No Brasil
O cenário político conturbado no Brasil também pressionava o câmbio.
A ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), proferiu uma nova decisão liminar (provisória) nesta terça para suspender o rito definido pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para dar andamento aos pedidos de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff pendentes de análise no Legislativo.
Mais cedo, Weber e Teori Zavascki já haviam concedido outras duas liminares, a pedido de parlamentares governistas, que impediam o andamento dos processos com base no rito definido por Cunha no final de setembro.