Sábado, 3 de Maio de 2025
Economia
30/05/2014 09:00:00
Economia brasileira cresce 0,2% no 1º trimestre de 2014, diz IBGE
Agropecuária teve o maior crescimento, de 3,6%; indústria recuou 0,8%. Consumo das famílias teve a primeira queda desde o 3º trimestre de 2011.

G1/PCS

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A economia brasileira começou 2014 com uma expansão moderada ao registrar\n avanço de 0,2% no primeiro trimestre em relação aos três meses anteriores, com\n destaque para o desempenho da agropecuária. Em valores correntes (em reais), a\n soma das riquezas produzidas no período chegou a R$ 1,204 trilhão.\n \n Os números foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e\n Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (30).\n \n Na comparação com o mesmo período do ano passado, o avanço do Produto\n Interno Bruto (PIB) foi de 1,9%. No acumulado em quatro trimestres encerrados\n no 1º trimestre de 2014, a atividade doméstica cresceu 2,5%.\n \n A despesa de consumo das famílias, que vinha puxando o crescimento da economia\n nos últimos anos, recuou 0,1% frente ao último trimestre do ano passado – a\n primeira queda desde o terceiro trimestre de 2011.\n \n “Mais de 60% do PIB vem do consumo das famílias, e a gente continuou a ter\n crescimento positivo dele em relação ao interanual, em relação ao primeiro\n trimestre do ano passado. Mas, em relação ao trimestre anterior, foi\n praticamente estável. Houve um recuo pequeno de 0,1%, que a gente considera\n estabilidade”, diz Rebeca Palis, gerente das Contas Trimestrais do IBGE.\n \n Para ela, o encolhimento dos gastos dos brasileiros não tem relação direta\n com a inflação e, sim, com a redução do crédito e o aumento dos juros.\n "Apesar dos salários reais terem crescido bastante, a gente viu que o\n crescimento do crédito específico para as famílias desacelerou nesse trimestre.\n A gente estava com crédito com mais de dois dígitos, de crescimento em termos\n nominais, e agora está com crescimento de 7,3%, que continua positivo, mesmo\n tirando a inflação, mas já é um crescimento modesto em relação ao que a gente\n viu nos períodos anteriores”, afirma.\n \n Rebeca diz ainda que as taxas de juros mais altas são outro fator de\n desestímulo ao consumo. “Se a gente comparar a Selic [taxa básica de juros da\n economia] média, neste trimestre ficou em 10,4%, e no primeiro trimestre de\n 2013, ficou em 7,1%”, completa.\n \n Queda nos investimentos
\n A formação bruta de capital fixo, que representa os investimentos, sofreu queda\n de 2,1% em relação ao trimestre anterior (o último de 2013), confirmando o\n pessimismo de analistas. O número é o mesmo na comparação com o mesmo período\n do ano passado.\n \n Segundo Rebeca Palis, do IBGE, no ano passado os investimentos contribuíram\n para o crescimento positivo do PIB, junto com o consumo das famílias. E, neste\n ano, três fatores fizeram com que os investimentos caíssem no primeiro\n trimestre: a redução das importações de bens de capital, a queda da produção\n interna de bens de capital e também da construção civil, especialmente na parte\n da infraestrutura (obras como as de construção de rodovias e geração de\n energia). "Vários setores que produzem bens de capital não tiveram\n desempenho muito positivo nesse primeiro trimestre”, explica. Os bens de\n capital são todos aqueles necessários à produção de outros itens, como máquinas\n e ferramentas.\n \n A despesa da administração pública, que indica os gastos do governo, cresceu\n 0,7% em relação ao trimestre anterior. Na comparação com o mesmo período de\n 2013, esses gastos tiveram expansão maior, de 3,4%.\n \n Ao contrário do que ocorreu na comparação trimestral, o consumo das famílias\n cresceu a uma taxa de 2,2%, a 42ª alta seguida nessa base de comparação, com\n influência para o aumento da renda.\n \n Quanto ao setor externo, as exportações de bens e serviços caíram 3,3%,\n enquanto as importações cresceram 1,4% em relação ao quarto trimestre de 2013.\n Na comparação anual, aumentaram tanto as exportações quanto as importações –\n alta de 2,8% e 1,4%, respectivamente.\n \n Agropecuária cresceu mais
\n Nos três primeiros meses do ano, a agropecuária cresceu 3,6%, depois de recuar\n 0,5% no quarto trimestre de 2013. Em relação ao primeiro trimestre do ano\n passado, o avanço foi menor, de 2,8%. De janeiro a março do ano passado, o\n setor havia mostrado expansão de 3,2%.nbsp;\n \n O setor de serviços também avançou, mas em um ritmo menor que o da\n agropecuária. Em relação ao quarto trimestre do ano anterior, o avanço foi de\n 0,4%. Nesse período, a atividade havia registrado alta de 0,7%. Já na\n comparação anual, o avanço foi bem maior, de 2%. No primeiro trimestre de 2013,\n a alta do setor fora de 0,3%.\n \n Os serviços de intermediação financeira e seguros influenciaram\n positivamente o desempenho desse ramo da economia, ao crescer 1,2% frente ao\n trimestre anterior. Atividades imobiliárias e aluguel, transporte, armazenagem\n e correio também contribuíram. Por outro lado, a queda nos serviços de\n informação, de 5,2%, impediu que essa área da economia tivesse um resultado\n melhor.nbsp;\n \n Já a atividade da indústria recuou 0,8%, influenciada pela queda na\n construção civil, de 2,3%, e da indústria de transformação, que também teve\n baixa, de 0,8%. Em relação ao mesmo período de 2013, a indústria o resultado da\n atividade fabril foi exatamente oposta: alta de 0,8%. No primeiro trimestre de\n 2013, o setor havia crescido 0,6% e, no quarto, recuado 0,2%.\n \n Esses números se referem ao último trimestre do ano passado. Nesta\n divulgação, os dados já consideram a alteração da pesquisa de produção\n industrial, que incorporou novos produtos, como tablets e biodiesel, e perdeu\n outros. Com isso, a série composta a partir de 2010 do PIB foi recalculada.\n \n Poupança
\n A taxa de poupança ficou em 12,7% no primeiro trimestre de 2014 (ante 13,7% no\n mesmo período de 2013). Já a taxa de investimento nos três primeiros meses\n deste ano foi de 17,7%, abaixo do observado no mesmo período do ano anterior\n (18,2%).\n \n Expectativas
\n O resultado deste trimestre confirmou as expectativas dos analistas, que\n estimaram um crescimento do PIB próximo de zero. A previsão do IBC-Br, que\n pretende ser uma “prévia” do PIB, mostrou uma expansão de 0,29% na atividade\n nesses três primeiros meses.\n \n Para o ano de 2014, a previsão de economistas do mercado financeiro é de alta\n de 1,63%, segundo o boletim mais recente divulgado pelo Banco Central. A expectativa\n do ministro da Fazenda, Guido Mantega, é um pouco mais otimista, ficando entre\n 2,3% e 2,5%. Em 2013, a economia cresceu 2,5%, conforme revisão feita pelo IBGE\n nesta sexta-feira (30).\n \n nbsp;
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