Economia
18/09/2012 08:59:51
Governo estuda desonerar etanol, mas pede maior produtividade do setor para baixar preços
Na visão do secretário do ministério, mesmo que uma desoneração ocorra, ela por si só não vai gerar grande impacto no preço do combustível para o consumidor final.
Agência Brasil/LD
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\n \n A solução para\n reduzir o preço do etanol nas bombas, atualmente pouco competitivo em relação à\n gasolina, pode ser a desoneração de impostos que incidem em parte da cadeia\n produtiva como o PIS e a Cofins aliada ao aumento de produtividade do\n setor. A avaliação foi feita ontem (17) pelo secretário de Petróleo e Gás do\n Ministério de Minas e Energia, Marco Antonio Martins, durante debate com\n representantes de usineiros no primeiro dia da feira Rio Oil amp; Gas, no\n Riocentro.\n \n O importante é que\n tenha etanol para o consumidor. A desoneração é um dos pontos que estão sendo\n estudados. Não temos posição ainda, mas foi um pleito apresentado pela\n indústria e o governo está analisando, disse Martins.\n \n Na visão do\n secretário do ministério, mesmo que uma desoneração ocorra, ela por si só não\n vai gerar grande impacto no preço do combustível para o consumidor final.\n Entendo que alguma desoneração pode ser boa para o setor. O que não tenho\n convicção hoje é que o benefício, com uma desoneração pequena, justifique todo\n o processo. O tributo que o etanol tem é muito pequeno em relação ao da\n gasolina. O benefício total que se consegue com uma eventual desoneração\n tributária do PIS e da Cofins é pequeno.\n \n Para ele, é preciso\n aumentar a produtividade das lavouras de cana a fim de promover a redução no\n preço do etanol. O etanol tem que ser competitivo com a expectativa de preço\n de longo prazo do petróleo. Nossa gasolina hoje está atrelada a um petróleo de\n US$ 90 [o barril]. O custo de produção precisa baixar, a produtividade precisa\n crescer. Para eles [usineiros], é mais importante a subida da gasolina do que a\n desoneração do etanol, porque o nível de desoneração é tão pequeno, em termos\n de impacto, que não agrega tanto.\n \n Outro fator que\n deve ser perseguido, segundo Martins, é um aumento da eficiência energética dos\n automóveis brasileiros. Precisamos ter veículos mais econômicos. A gente\n precisaria chegar a [carros que percorressem] 16 quilômetros com um litro.\n Temos que começar a cobrar da indústria automotiva eficiência nesse processo.\n \n Presente à mesa de\n debate, o presidente interino da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica),\n Antonio de Padua Rodrigues, disse que os usineiros têm feito a parte deles.\n Mais de 70% do problema estão com o governo federal. A questão de aumentar a\n produtividade e reduzir custo o setor já está fazendo. Mais de 20% da área do\n canavial está sendo renovada. O setor está investindo em logística, para\n reduzir o custo do transporte. Nossa parte estamos fazendo, mas isso não vem do\n dia para a noite, destacou Padua.\n \n Segundo o\n presidente da Unica, só a desoneração do PIS e da Cofins não será suficiente\n para resgatar a competitividade do etanol em relação à gasolina. Você não vai\n tornar o etanol competitivo do dia para a noite, dada a situação de mercado da\n gasolina. Não tem realmente muita desoneração em âmbito federal para que se\n aumente a competitividade. O PIS e a Cofins representam R$ 0,12 por litro,\n sendo que 40% são recolhidos pelo produtor e 60%, pela distribuidora.\n Desonerando na distribuidora, representa R$ 0,07 [a menos] por litro, calculou\n Padua.\n \n Apesar de\n classificar como válida a possibilidade de retirar parte do tributo, ele\n acredita que a solução virá de um conjunto de ações. Todas as medidas são\n positivas. Você não vai ter uma solução única. Esta pode fazer parte de um\n pacote de soluções para aumentar a competitividade e a rentabilidade do\n etanol.\n \n O presidente da\n Unica prevê a normalização do mercado de etanol só em 2015, com a retomada dos\n níveis históricos de produção. Até 2015 haverá aumento de oferta de cana,\n muito mais pela recuperação do canavial e da capacidade ociosa. Hoje tem\n indústria para processar 120 milhões de toneladas de cana adicionais, o que\n chega a quase 30% [de ociosidade]. Falta cana. O Brasil está processando 560\n milhões de toneladas. Temos capacidade instalada para processar 750 milhões de\n toneladas. Essa correção da capacidade vai ocorrer até 2015, 2016.\n \n O presidente da\n Única reconhece que a produtividade atual está baixa e culpa o envelhecimento\n das lavouras. Segundo ele, a meta é alcançar em 2016 a produtividade de 7,1 mil\n litros de etanol por hectare. No ano passado, foram 5,6 mil litros. Este ano,\n 6,2 mil litros. A produtividade está baixa porque o canavial está velho. Mas se\n o governo federal quer que o etanol resolva o problema do déficit de\n combustível do país, [então] vai ter que achar uma condição que recupere a\n rentabilidade de quem produz. Hoje o etanol não tem rentabilidade.\n \n \n \n \n
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