Sexta-Feira, 2 de Maio de 2025
Educação
11/12/2012 11:26:02
Alunos que prestam ITA encaram rotina "militar" de estudos
Ao completar 15 anos, o estudante pernambucano Luís Leão de Souza Junior, de 17 anos, não pediu uma viagem, uma grande festa de aniversário nem uma poupança para comprar o primeiro carro.

G1/HJ

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Da direita para a esquerda (Foto: Carolina Teodora)
\n \n Ao\n completar 15 anos, o estudante pernambucano Luís Leão de Souza Junior, de 17\n anos, não pediu uma viagem, uma grande festa de aniversário nem uma poupança\n para comprar o primeiro carro.
Nessa idade, ele fez outro pedido para os pais:\n sair de casa em Petrolina (PE) para morar em São José dos Campos (SP),\n cidades distantes por mais de 2.100 quilômetros.\n \n O\n objetivo era se preparar para o vestibular do Instituto Tecnológico de\n Aeronáutica (ITA), com sede no município paulista, que começou nesta\n terça-feira (11), às 8h, em 22 cidades e capitais do país.
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\n Quase 7.300 estudantes se inscreveram para disputar 130 vagas para os cursos de\n graduação em engenharia nas especialidades aeronáutica, eletrônica,\n mecânica-aeronáutica, civil-aeronáutica, da computação e aeroespacial.
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\n “Expliquei para minha mãe que em Petrolina não tinha nenhuma opção de escola ou\n cursinho forte para me dar essa preparação. Ela demorou para me dar a resposta,\n mas no final aceitou”, disse.\n \n Com\n o sonho de se tornar engenheiro civil formado por uma das faculdades mais\n prestigiadas do mundo, ele encara há dois anos desafios muito além da distância\n da família. Luís aprendeu a conviver com mais de 150 garotos em um alojamento\n que fica isolado do centro da cidade, onde é proibido assistir televisão no\n quarto, a internet tem uso restrito e não é permitido voltar depois das 23h30.\n \n A\n dedicação para passar na prova, que segue até sexta-feira (14), envolve ainda\n uma rotina de 14 horas de estudo e abdicação total das atividades comuns aos\n adolescentes nessa fase, como festas, baladas e viagens com amigos.\n \n “Fui\n me adaptando aos poucos. Sabia que a rotina era de bastante estudo, mas não\n imaginava que era tanto”, diz Luís, que acorda todo os dias às 7h30 e dorme à\n 0h.nbsp; “Você vê os colegas estudando e tem que estudar também para não ficar\n para trás”, disse.\n \n Luís\n mora em um alojamento administrado por um curso preparatório do vestibular,\n onde a rotina de disciplina beira a exigência militar: os alunos têm aulas de\n segunda a sexta-feira das 13h às 22h. Aos sábados as aulas são das 7h às 12h40\n e, no domingo, os alunos prestam simulados de vestibular das 7h40 às 11h40.\n \n As\n folgas são limitadas - quatro por ano - na Semana Santa, em julho, na Semana do\n “Saco Cheio” e no fim de ano com Natal e Réveillon. Toda essa rotina de estudos\n adicionada a falta de regalia do alojamento custo caro para os pais: mais de R$\n 2 mil por mês.\n \n Este\n é o mesmo cursinho feito pelo mineiro Mateus Gonçalves de Oliveira, de 19 anos,\n que deixou Belo Horizonte (MG) há um ano querendo se formar engenheiro eletrônico\n pelo ITA. Com saudades da família e da namorada, ele afirma que o principal\n desafio foi se adaptar à rotina de estudos. “Meus amigos zoaram comigo quando\n disse que viria para cá”, disse.\n \n Ao\n longo deste ano, Mateus aprendeu disciplinas que não caem no vestibular, mas\n que, segundo ele, serão importantes para a vida de universitário. “Hoje sou eu\n que lavo e passo a minha roupa. Antes daqui, só tinha tocado no ferro para\n trocar ele de lugar”, diz brincando.\n \n Desafios
\n O carioca João Pedro Correia Kuster Maia, de 20 anos, saiu de Brasília (DF)\n onde morava com os pais para encarar a rotina puxada de estudos. Segundo ele, o\n pai incentivou a decisão. Ele disse que o apoio é fundamental para encarar os\n momentos mais difíceis."A pior hora é quando o resultado no simulado não é\n o esperado. Você estuda, estuda e mesmo se dedicando tem um resultado abaixo do\n esperado no simulado. Nessas horas, é muito ruim", disse.\n \n Guilherme\n Basso Pelusi, 18 anos, quer ser engenheiro e seguir carreira militar. "O\n pior momento para mim é quando bate aquela incerteza. Não saber se apesar de\n todos esses esforços eu vou conseguir passar", afirmou.\n \n nbsp;\n \n \n \n \n
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