Educação
15/08/2012 06:46:46
Ensino médio no País está em crise, diz especialista sobre Ideb
Apesar de a média geral ter sido atingida, ficando em 3,7 pontos (em uma escala que vai até 10), o indicador caiu em relação a 2009 em 9 Estados: Acre, Pará, Maranhão, Paraíba, Alagoas, Bahia, Espírito Santo, Paraná e Rio Grande do Sul.
Terra/PCS
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\n \n O desempenho das escolas de\n ensino médio no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), divulgado\n nesta terça-feira pelo Ministério da Educação (MEC), foi classificado pelo\n movimento Todos pela Educação como "uma verdadeira crise do modelo de ensino\n atual". Apesar de a média geral ter sido atingida, ficando em 3,7 pontos\n (em uma escala que vai até 10), o indicador caiu em relação a 2009 em 9\n Estados: Acre, Pará, Maranhão, Paraíba, Alagoas, Bahia, Espírito Santo, Paraná\n e Rio Grande do Sul.\n \n "Temos uma crise por\n duas razões: primeiro porque esta etapa acaba recebendo o acúmulo das\n deficiências das etapas anteriores, ou seja, o aluno chega com muitas lacunas\n de aprendizagem. Em segundo lugar, ocorre um problema de estrutura. Temos um\n ensino médio com 14 disciplinas obrigatórias, não se consegue aprofundar em\n tema nenhum, a fragmentação é enorme", afirma a diretora-executiva do\n Todos pela Educação, Priscila Cruz.\n \n Segundo ela, soma-se a esses\n fatores o desinteresse de boa parte dos estudantes nessa etapa e a falta de\n professores para todas as disciplinas, principalmente nas áreas de exatas.\n "Sabemos das dificuldades, mas termos um retrocesso em 9 Estados é\n simplesmente inadmissível". A diretora do Todos pela Educação defende\n ainda que a média nacional - de 3,7 pontos - também é preocupante já que\n representa um avanço de apenas 0,1 ponto em relação ao último levantamento, de\n 2009. "O retrocesso de uma edição para outra é um absurdo, mas também não\n deveríamos ter essa estagnação. Estar estagnado é regredir porque o nosso\n ensino é muito ruim, então, o mínimo esperado seria avançar".\n \n Ela ainda cita o exemplo de\n Alagoas, único Estado do País em que o desempenho do Ideb de 2011 foi inferior\n ao registrado em 2005 para o ensino médio - de 3 naquela primeira avaliação,\n passou para 2,9 no ano passado. "Isso é um problema de gestão, porque\n recursos para investir todos os Estados têm. É muito fácil sentar e formular\n planos, mas na implementação das ações que a gestão aparece. E Alagoas não\n consegue implementar seus planos", critica.\n \n O secretário de Educação e\n Esportes de Alagoas, Adriano Soares, não quis se pronunciar sobre os novos\n dados do Ideb. Sobre os problemas na pasta, Soares admitiu os números negativos\n e disse que a educação alagoana está sendo preparada "focando o\n futuro". \n \n Bons exemplos
\n Para a diretora do Todos pela Educação, os dados do desempenho das escolas nas\n séries iniciais do ensino fundamental devem ser celebrados. "Nesta etapa\n temos mais clareza dos avanços e do que precisa ser feito para melhorar. Temos\n que pegar os bons exemplos, como o Ceará, que avançou 0,9 ponto em dois anos, e\n o Piauí, que cresceu 0,8 ponto. São Estados pobres que conseguiram dar grandes\n saltos. Possuir uma renda mais baixa que a média nacional não foi usado como\n desculpa para não fazer. Precisamos olhar para esses locais e entender o que\n foi feito, disseminar as políticas exitosas", disse Priscila Cruz.\n \n Nas séries iniciais, o\n Brasil superou a meta estabelecida para o Ideb em 0,4 ponto, atingindo o\n patamar de 5 pontos. Nas séries finais, a meta foi superada em 0,2 pontos,\n atingindo 4,1. "Nas séries finais perdemos um pouco o fôlego, com um\n avanço menor que traz indícios da crise que estoura no ensino médio, com maior\n repetência e redução significativa na aprendizagem", afirma. Para a\n especialista, mudar o perfil da última etapa da educação básica passa por\n repensar o currículo. "Precisamos também acabar com ensino noturno e ter\n mais oferta de escolas em tempo integral para que os alunos consigam reverter\n acúmulo de déficit das etapas anteriores e avançar no aprendizado",\n completa.\n \n Ideb
\n A avaliação foi criada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas\n Educacionais Anísio Teixeira (Inep) em 2007, com dados contabilizados a partir\n de 2005, e leva em conta dois fatores que interferem na qualidade da educação:\n o rendimento escolar (aprovação, reprovação e abandono) e médias de desempenho\n nas avaliações da pasta (Prova Brasil e Saeb). Os exames avaliam o conhecimento\n dos alunos em língua portuguesa e matemática no final dos ciclos do ensino\n fundamental, de 4ª série (5º ano) e 8ª série (9º ano), e no terceiro ano do\n ensino médio.
\n Para a diretora do Todos pela Educação, os dados do desempenho das escolas nas\n séries iniciais do ensino fundamental devem ser celebrados. "Nesta etapa\n temos mais clareza dos avanços e do que precisa ser feito para melhorar. Temos\n que pegar os bons exemplos, como o Ceará, que avançou 0,9 ponto em dois anos, e\n o Piauí, que cresceu 0,8 ponto. São Estados pobres que conseguiram dar grandes\n saltos. Possuir uma renda mais baixa que a média nacional não foi usado como\n desculpa para não fazer. Precisamos olhar para esses locais e entender o que\n foi feito, disseminar as políticas exitosas", disse Priscila Cruz.\n \n Nas séries iniciais, o\n Brasil superou a meta estabelecida para o Ideb em 0,4 ponto, atingindo o\n patamar de 5 pontos. Nas séries finais, a meta foi superada em 0,2 pontos,\n atingindo 4,1. "Nas séries finais perdemos um pouco o fôlego, com um\n avanço menor que traz indícios da crise que estoura no ensino médio, com maior\n repetência e redução significativa na aprendizagem", afirma. Para a\n especialista, mudar o perfil da última etapa da educação básica passa por\n repensar o currículo. "Precisamos também acabar com ensino noturno e ter\n mais oferta de escolas em tempo integral para que os alunos consigam reverter\n acúmulo de déficit das etapas anteriores e avançar no aprendizado",\n completa.\n \n Ideb
\n A avaliação foi criada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas\n Educacionais Anísio Teixeira (Inep) em 2007, com dados contabilizados a partir\n de 2005, e leva em conta dois fatores que interferem na qualidade da educação:\n o rendimento escolar (aprovação, reprovação e abandono) e médias de desempenho\n nas avaliações da pasta (Prova Brasil e Saeb). Os exames avaliam o conhecimento\n dos alunos em língua portuguesa e matemática no final dos ciclos do ensino\n fundamental, de 4ª série (5º ano) e 8ª série (9º ano), e no terceiro ano do\n ensino médio.
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