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Educação
01/08/2017 09:54:00
Fiems premia com celulares alunos do Sesi de Corumbá que desenvolveram bengala eletrônica

Da assessoria/LD

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O 3º vice-presidente regional da Fiems, Lourival Vieira Costa, entregou aparelhos de celulares iPhones 7 para os alunos e professores da Escola do Sesi de Corumbá que desenvolveram uma bengala eletrônica para pessoas com deficiência visual. Trata-se do projeto “ Olho de Agamotto”, que foi elaborado pensando em proporcionar um ambiente mais inclusivo para os deficientes visuais e funciona como uma espécie de bengala eletrônica dotada de sensores programados para apitar no momento em que a pessoa que o utiliza se aproxima de qualquer tipo de barreira.

Segundo Lourival Vieira Costa, a entrega dos aparelhos de celular é um reconhecimento pela inventividade dos estudantes da Escola do Sesi de Corumbá e é exatamente o que a área de Educação do Sesi está buscando. “O presidente Sérgio Longen já informou que a Fiems vai oferecer todas as condições para que o projeto avance e seja disponibilizado no mercado. A ideia é fazer um piloto aqui no município, onde ele foi concebido”, disse.

Os estudantes e professores premiados com o smarthphone da Apple são Carlos Roberto Leão Campos (professor orientador), Marcelly Tavares (professora co-orientadora), Adilson Corrêa Júnior (aluno da 3ª série do Ensino Médio), Maria Fernanda Silva (aluna da 3ª série do Ensino Médio), Kianny Climaco Guerreiro (aluna da 2ª série do Ensino Médio), Naiara Aparecida Firmino Rodrigues (aluna da 3ª série do Ensino Médio) e Allison Barbosa (aluno da 3ª série do Ensino Médio).

Esses mesmos alunos da Escola do Sesi de Corumbá já foram premiados na Fecipan 2016 com o 1º lugar na categoria Melhor Projeto Multidisciplinar do Ensino Médio e em 2º lugar na categoria Melhor Projeto, recebendo uma bolsa Pibic por um ano, credenciais para apresentação na Fetec 2016. “Estimular os jovens a usarem a tecnologia para a construção de um projeto inovador como o Olho de Agamotto nos faz ver que realmente o Sesi está fazendo a diferença na vida dos nossos alunos. Agradecemos ao presidente da Fiems e ao superintendente do Sesi pelo presente e incentivo”, declarou a gerente do Sesi de Corumbá Silvana Barros.

Para os alunos, a premiação é sensacional. “Em nome do grupo agradeço ao presidente Sérgio Longen e ao superintendente Bergson Amarilla pelo reconhecimento ao Projeto Olho de Agamotto. Recebemos hoje os iPhones 7 prometidos e vamos continuar nossas pesquisas acreditando que o nosso projeto possa ajudar e muito as pessoas”, disse Adilson Júnior. “Fico muito feliz com todas as pessoas envolvidas no Olho de Agamotto, pois se trata de um projeto que as ideias foram projetadas para inovar e cada vez mais nos faz incentivar os nossos filhos em coisas boas”, acrescentou Adenair Castelo Clímaco, mãe da aluna Kianny Climaco.

O projeto

Para um deficiente visual, caminhar por espaços públicos pode ser algo inimaginável. Em um exercício de equilíbrio e concentração, seguem guiados pelo piso tátil, que os leva, na teoria, a desviar de obstáculos, e atravessam as ruas, orientados por equipamentos sonoros instalados nos semáforos. Mas, e quando a acessibilidade acaba?

Foi pensando em proporcionar um ambiente mais inclusivo para os deficientes visuais que cinco alunos da Escola do Sesi de Corumbá desenvolveram um sistema batizado de “Olho de Agamotto”, uma espécie de bengala eletrônica dotada de sensores programados para apitar no momento em que a pessoa que o utiliza se aproxima de qualquer tipo de barreira.

Usando conceitos das aulas de robótica, disciplina que integra a grade curricular das escolas do Sesi, os alunos usaram o modelo Lego “EV3” para construir o “Olho de Agamotto”. O nome do dispositivo foi baseado no amuleto que o personagem das HQs (Histórias em Quadrinhos) do Grupo Marvel, “Dr. Estranho”, carrega no pescoço e é inspirado no mundo real em “O Olho que Tudo Vê”, de Buda, nome dado a Siddhartha Gautama, líder religioso que viveu na Índia e fundou o “budismo”.

Na ficção, o “Olho de Agamotto” permite a quem o carrega percorrer distâncias e dissipar disfarces e ilusões, enquanto no caso do protótipo desenvolvido pelos alunos do Sesi ele conta com um sistema de GPS integrado e sensores programados para indicar os comandos sonoros que serão transmitidos para o deficiente visual.

“Não é necessário um pacote de internet móvel para a programação funcionar. São satélites de GPS que oferecem para o receptor do Olho de Agamotto a sua posição e destino final”, explica Adilson Corrêa Júnior, da 3ª série do Ensino Médio, um dos alunos responsáveis pelo desenvolvimento do projeto.

“Nossa intenção é levar bem-estar para o deficiente visual. Estas pessoas deixarão de ficar totalmente dependentes das sinalizações públicas, já que em muitos lugares elas simplesmente não existem, e poderão ter mais autonomia”, espera Maria Fernanda da Silva, da 3ª série do Ensino Médio.

Mais vantagens

Outra vantagem, acrescenta Naiara Firmino Rodrigues, que também é da 3ª série, é a correção postural do deficiente visual. “O deficiente anda a maior parte do tempo agachado por causa da bengala, então alguns problemas se postura são corrigidos. Com o Olho de Agamotto, as pessoas com deficiência visual passam ter uma locomoção mais segura e com melhor tempo de deslocamento”, afirma.

Kianny Climaco Guerreiro, 2ª série do Ensino Médio, conta que o projeto surgiu após o grupo verificar as privações vivenciadas pelas pessoas que não enxergam. “São pessoas privadas de muitas experiências por não serem capazes de ver. Então decidimos ajudar”, finaliza sobre o projeto, que também foi idealizado pelo aluno Allison Barbosa, sob orientação dos professores Carlos Roberto Leão Campos e Marcelly Tavares.

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