Sábado, 16 de Agosto de 2025
Educação
15/08/2025 15:30:00
Professor condenado por estupro é promovido na UFMS durante afastamento
Documento de 11 de agosto eleva nível de docente condenado em 1ª instância e suspenso há 5 meses

CGN/PCS

Imprimir
Cartaz feito por estudantes em protesto (Foto: Arquivo/ Paulo Francis)

Professor de Biologia da UFMS ( Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), condenado por estupro contra uma aluna e afastado das funções, foi promovido nesta semana. A mudança de nível foi oficializada em portaria publicada em 11 de agosto, que contemplou docentes que preencheram os requisitos previstos.

Antes ocupando o cargo de Adjunto/4, passou para Associado/1. A portaria não detalha casos individuais nem cita a situação do professor, mas a mudança foi registrada durante a apuração administrativa aberta pela instituição.

Professor condenado por estuprar aluna é afastado por mais 60 dias da UFMS Denunciado por estupro, professor continuou dando aulas na UFMS por 9 anos O afastamento ocorreu em março deste ano, quando a Justiça Estadual o condenou a oito anos de prisão em regime semiaberto e ao pagamento de R$ 30 mil por danos morais. A decisão é de primeira instância e ainda cabe recurso.

O crime aconteceu em 2016, durante uma festa em uma república estudantil. Segundo a denúncia, o professor seguiu a aluna até um quarto, trancou a porta e, minutos depois, foi visto saindo do local. A jovem foi encontrada nua, desorientada e chorando. No dia seguinte, ele pediu que ela tomasse a pílula do dia seguinte.

Indignação -Dois dias após a divulgação da sentença, cerca de 40 estudantes protestaram em frente à Reitoria da UFMS pedindo a exoneração do docente. Com faixas e cartazes, gritaram: “UFMS, vê se escuta, quem estupra não educa” e “Estuprador eu não aceito, cadê a campanha Eu Respeito?”.

Na ocasião, uma ex-aluna de 30 anos, vítima de assédio na época, disse que a decisão judicial “dá um gostinho de justiça, mas ainda há impunidade. Nenhum julgamento paga o que ele fez”.

Outra estudante, de 21 anos, afirmou: “Era aquela coisa de que todo mundo sabia, mas ninguém falava. Hoje estamos aqui para levantar a nossa voz. Existem milhares de denúncias na ouvidoria. É bonito fazer campanhas, mas será que as alunas se sentem seguras em sala de aula?”.

Posição da UFMS -Na época, a UFMS informou que a reitora determinou o afastamento preventivo e instaurou uma Comissão de Processo Administrativo Disciplinar para apurar o caso, sob supervisão da Corregedoria.

O Campo Grande News solicitou um novo posicionamento à universidade sobre a promoção concedida agora em agosto, mas até a publicação desta reportagem não houve resposta. O espaço segue aberto.

COMENTÁRIO(S)
Últimas notícias