Globo Esporte/LD
ImprimirO juiz José de La Mata, responsável pelo processo aberto contra Neymar na Espanha por conta de uma denúncia da DIS, negou um recurso da defesa do brasileiro contra a reabertura da ação - que havia sido arquivada em setembro e foi reaberta em novembro. A informação é da agência de notícias "Efe" e veio à tona no fim da noite da última sexta-feira.
O caso voltou a ser alvo da Justiça espanhola no mês passado, quando a DIS formalizou uma acusação de corrupção contra Neymar, sua família e dirigentes do Santos. O fundo de investimento solicitou que o astro seja condenado a cinco anos de prisão, ficando impossibilitado de jogar futebol no período. A promotoria, por sua vez, pediu dois anos de reclusão para o craque, além de uma multa de € 10 milhões (R$ 36 milhões).
José de la Mata aceitou a denúncia contra Neymar, seu pai, Neymar da Silva Santos, e sua mãe, Nadine Gonçalves, pouco mais de um mês depois de o Ministério Público da Espanha solicitar a reabertura do caso - que havia sido arquivado da esfera criminal em julho. A decisão do juiz espanhol abriu caminho para que o jogador seja levado a júri. A quarta seção da promotoria, que solicitou ao juiz a reabertura do caso em setembro, entende que houve crimes de fraude e corrupção entre os envolvidos, o que forçou a reabertura do processo criminalmente.
- Continuamos tranquilos porque todos os contratos foram firmados com respeito aos preceitos legais, éticos e morais e com a ciência do Santos Futebol Clube e FC Barcelona. Seguimos seguros que o tempo oferecerá todas as respostas positivas - declarou a NN Consultoria, empresa do pai de Neymar, quando a promotoria solicitou a pena para o atacante.
O arquivamento do processo com o fisco espanhol, em julho, ocorreu depois de o Barcelona se declarar culpado e aceitar pagar a multa de € 5,5 milhões (R$ 19,75 milhões) por erro de planejamento fiscal na contratação de Neymar em 2013. A decisão foi anunciada pelo presidente do clube, Josep Maria Bartomeu, após ser aprovada por 14 conselheiros do clube durante uma reunião de sete horas e meia (outros dois votaram contra, enquanto dois se abstiveram).
O grupo DIS, responsável pela denúncia, alega ter direito a receber 40% do valor total da transferência, que, de acordo com a Audiência Nacional espanhola, alcançou os € 83,3 milhões (R$ 299,2 milhões nos valores atuais). A empresa, no entanto, só recebeu a porcentagem dos € 17 milhões (R$ 61 milhões) pagos pelo Barcelona ao Santos pela contratação do jogador.