\n \n Dois anos e dez meses depois da morte de Eliza Samudio, o homem apontado\n como o assassino da ex-modelo senta no banco dos réus. A partir de\n segunda-feira (22), Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, será avaliado por sete\n jurados, que definirão sua participação no homicídio e ocultação do cadáver até\n hoje desconhecido.
\n
\n Bola não conseguiu adentrar o salão do júri sem o peso\n da condenação dos mandantes, o goleiro Bruno Fernandes e Luiz\n Henrique Romão, o Macarrão. Também não passou livre de acusações diretas dos\n réus: em um lapso durante interrogatório no último mês, Bruno entregou o\n ex-policial como assassino de Eliza Samudio.
\n
\n Sem ligação com o crime\n \n A defesa de Bola aposta as chances de absolvição na investigação ainda em\n curso sobre a participação de outros dois policiais no crime.\n Gilson Costa e José Lauriano são suspeitos pela Polícia Civil de terem ajudado\n Bola na execução. Segundo o advogado Fernando Magalhães, não há como Bola ser\n culpado sem a conclusão do inquérito. Apesar disso, ele garante que a defesa\n não cogita adiar o júri.
\n
\n — Isso é crucial para o julgamento. Para que a verdade apareça, é preciso\n mostrar que a investigação que apontou o Marcos Aparecido foi mal feita, tem\n diversas perguntas não respondidas. A estratégia vai ser apontada no plenário,\n onde vamos poder esclarecer tudo.
\n
\n O ex-policial vai manter a postura adotada até aqui: negar o crime e qualquer\n relação com Bruno e Macarrão. Bola conversou com os advogados na última semana\n e afirmou não ter qualquer revelação a fazer. Reviravoltas como as ocorridas\n nos interrogatórios de Bruno e Macarrão, a princípio, estão descartadas.
\n
\n — Ele vai alegar inocência, estamos convictos disso. Conversamos com ele semana\n passada e ele assegurou novamente que não tem nenhuma relação com o crime.
\n
\n A defesa de Marcos Aparecido quer apresentar 48 supostas nulidades no processo\n antes da formação do conselho de sentença. Essa medida foi negada pela juíza\n Marixa Lopes no início do júri de Macarrão, em novembro, o que provocou o adiamento do\n júri de Bola na época. Para isso, deve apresentar um habeas corpus\n para garantir tempo indeterminado nas alegações iniciais.
\n
\n Sem saída\n \n Para o advogado José Arteiro, assistente de acusação, Bola não tem saída. O\n otimismo é corroborado pela condenação de Bruno e Macarrão.
\n
\n — A situação dele é gravíssima. Não tem como escapar, nós vamos discutir isso\n no tribunal. São inúmeras provas contra ele, delações, ligações telefônicas, e\n nenhuma a favor.
\n
\n A acusação também não espera que ele confesse.
\n
\n — É muito difícil, isso não vai ocorrer. Não por ele, mas pela pressão exercida\n pelos advogados.\n \n \n \n \n