Sábado, 3 de Maio de 2025
Esportes
20/11/2012 09:00:00
Demitido, Fernandão chora no adeus: "Fui amigo de quem não deveria ser"
As lágrimas surgiram quando Fernandão começou a agradecer a lealdade de Ygor, o único jogador a ser lembrado especificamente pelo treinador, que também mencionou vagamente Índio e Muriel.

GloboEsporte/LD

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\n \n Da\n reticência ao conformismo. Do lamento ao desabafo. E, no fim, o choro,\n compulsivo, copioso. Assim, Fernandão deu adeus oficialmente ao comando técnico\n do Inter, em entrevista coletiva nesta terça-feira, no Beira-Rio, após 122 dias\n à frente da equipe que, anos atrás, havia defendido como jogador e capitão,\n erguendo inclusive a taça do Mundial de Clubes.\n \n As\n lágrimas surgiram quando Fernandão começou a agradecer a lealdade de Ygor, o\n único jogador a ser lembrado especificamente pelo treinador, que também\n mencionou vagamente Índio e Muriel. A manifestação mais forte do ex-técnico do\n Inter surgira um pouco antes, também ao falar sobre o grupo de jogadores.\n Questionado sobre a polêmica entrevista em que afirmara\n haver jogadores em "zona de conforto", em 16 de setembro, após o 2 a\n 2 com o Sport, negou que tenha errado naquele momento. Entende\n que a falha ocorreria logo depois.\n \n -\n Acho que não vou conseguir falar. Sei que às vezes é difícil, mas o Ygor me deu\n uma demonstração muito grande contra o Atlético-MG (vitória por 3 a 0).\n Estávamos sem zagueiro nenhum e ele se colocou à disposição, falou que eu não\n me preocupasse, que colocasse ele, disse que ia jogar. Ali, foi meu grande\n jogo. A atitude dele me ensinou muita coisa. Infelizmente, em um determinado\n momento, a gente perdeu a linha e isso prejudicou os resultados. Só lamento.\n Peço desculpas. Era um ano importante para o Inter. O elenco foi montado minuciosamente\n por todos. Acabou que, no papel, estava sempre maravilhoso, mas a gente nunca\n teve aqui dentro (do campo). Quando falei da zona de conforto, não estava\n mudando o foco do jogo contra o Sport. Não falei que botei o Cassiano e tirei\n um volante. Poderia ter inventado histórias. Falei o que sentia. O meu grande\n erro acho que não foi ali, foi depois. Fui amigo de quem não deveria ser. A\n gente aprende. Aprendi mais uma lição. Aprendi a separar amizade de\n profissionalismo. Me arrependo hoje. Agi como amigo e não deveria fazer isso.\n Se tivesse tomado uma atitude mais firme e não pensado na amizade, eu teria\n mais uma postura diferente. Fui amigo e me perdi - reconheceu, sem citar nomes.\n \n Sobre\n as causas de sua demissão, Fernandão não entrou em detalhes. Disse que os\n jornalistas deveriam se basear na entrevista coletiva do vice-presidente de\n futebol Luciano Davi, concedida minutos antes. E desabafou:\n \n -nbsp;Uma\n coisa que aprendi ontem (segunda, após a reunião decisiva com a direção). Você\n não pode falar a verdade no futebol. Não vou mentir, mas vou omitir. Me guardo\n o direito de ficar calado. Os motivos (da demissão), se são verdadeiross (que o\n grupo não o apoiaria no Gre-Nal), eu não posso falar nada. Só tenho que\n agradecer a torcida. nbsp;\n \n Davi\n já havia negado que a demissão de Fernandão teria ocorrido por um temor da\n direção de que houvesse um eventual boicote dos jogadores sobre o treinador no\n Gre-Nal de 2 de dezembro, que marca a despedida do Estádio Olímpico.\n \n -\n Os resultados de campo influenciaram e temos a visão de que precisamos começar\n o ano com um técnico novo, que venha para a pré-temporada. Como o Fernandão\n estava contratado, por uma questão ética, a gente não podia procurar um\n técnico. Até por isso, falei para ele que a gente ia mudar - anunciou o dirigente.nbsp;\n \n Fernandão\n também soube ser crítico com ele próprio. Disse que, por vezes, lhe faltou\n experiência e lamenta ter "fraquejado" no momento de intervir em\n problemas no vestiário:\n \n -\n Faltou experiência. O próximo treinador que chegar terá um projeto apresentando\n várias situações. Algumas coisas vão mudar, em relação a elenco. Só lamento não\n poder fazer parte disso. Fraquejei e não pude fazer essas mudanças no\n vestiário. Se existem problemas (no vestiário), a direção e os jogadores estão\n aí para falar. Não sou eu que vou falar. Os resultados foram horríveis,\n principalmente no segundo turno. O sentimento é de frustração por não fazer o\n time jogar.\n \n O\n técnico também deixou claro que não deixou o clube devido à polêmica com\n Bolívar. Depois da derrota para o Corinthians, no domingo, Fernandão disse que o zagueiro se recusara a ficar no banco\n na ocasião. Um dia depois, Bolívar retrucou, em entrevista,\n que jamais iria se negar a fardar pelo Inter.\n \n -\n A minha demissão não teve nada a ver com o episodio Bolívar. Não tive problema\n com ele - destacou.\n \n Por\n fim, agradeceu o presidente Giovanni Luigi e o vice Luciano Davi pela chance à\n frente de um equipe "muito antes do que poderia imaginar". Diante de\n tantas dúvidas, indagações e reticências, Fernandão tem a certeza de que vai\n seguir na profissão, iniciada em 20 de julho.\n \n -\n É a única certeza sobre o meu futuro: seguirei como treinador - adiantou.\n \n Fernandão: 4 meses de poucos resultados\n \n O\n ídolo colorado, antes diretor executivo, foi alçado à condição de técnico após\n a demissão de Dorival Júnior, no dia 20 de julho. Permaneceu no cargo por 122\n dias. Durante o período, comandou o time gaúcho em 26 jogos, conquistando nove\n vitórias, empatando oito jogos e perdendo outros nove, tendo um aproveitamento\n de 44,87%.nbsp;\n \n Fernandão\n tinha como objetivo colocar o Inter na disputa pelo título do Brasileirão. Após\n um início promissor, em que permaneceu por seis jogos invictos, começou a ver o\n time cair de produção. Ficou quatro partidas sem vencer, com três derrotas e um\n empate e o pensamento se focou na busca pela Libertadores.\n \n O\n então técnico buscava atingir a meta de 70 pontos que, segundo ele, colocaria o\n clube no torneio continental em 2013. Entretanto, sem nunca conseguir repetir a\n escalação, com problemas de vestiário e declarações bombásticas, não teve\n forças para alçar o Inter ao G-4. No segundo turno, em 17 jogos, só somou 20\n pontos, um rendimento de 39%.nbsp;
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\n Osmar Loss é o\n interino\n \n Horas\n depois de comunicar a Fernandão a sua demissão, a direção do Inter tratou de\n buscar um substituto. Mas ainda em caráter emergencial. Técnico da equipe\n sub-23, Osmar Loss será o treinador do time principal até o final da temporada.\n \n -\n A tendência é essa, 101%. Ele está indo para o Beira-Rio - confirmou
\n um dirigente, ao globoesporte.com.nbsp;\n \n Assim,\n Loss comandará o Inter no domingo, contra a Portuguesa, no Beira-Rio, e no dia\n 2 de dezembro, no Gre-Nal. O Colorado é o oitavo colocado no campeonato, com 51\n pontos.nbsp;\n \n Loss\n já havia treinado interinamente o Inter em julho e agosto de 2011, após a saída\n de Falcão e antes da chegada de Dorival Júnior. Reuniu bons números, com sua\n equipe tendo atuações elogiadas na Copa Audi, na Alemanha, em confrontos com\n Barcelona e Milan. Além desse torneio, também treinou no Brasileiro.
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\n No total, foram oito jogos, com duas vitórias, quatro empates e duas derrotas.\n Marcou 12 gols e sofreu outros 12, com aproveitamento de 41% dos pontos\n disputados.nbsp;\n \n \n \n \n
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