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ImprimirSe o atacante Fred decretou o "fim da zica", ao voltar a balançar a rede com a camisa do Cruzeiro em seu quarto jogo após o retorno ao clube, o gol marcado diante do Tombense - o do empate, que iniciou a virada da Raposa por 2 a 1, no sábado, no Ipatingão, pelo Campeonato Mineiro - teve um valor ainda maior para o camisa 9. Com o tento, o de número 57 com a camisa cinco estrelas, Fred passou nada mais, nada menos, do que Ronaldo (o Fenômeno) na lista de artilheiros da história do clube. Os dois estavam empatados com 56 gols, e agora o atual centroavante ocupa a 34º posição entre os maiores goleadores cruzeirenses, deixando Ronaldinho em 35º lugar.
Somadas as duas passagens pela equipe, entre 2004-2005 e 2018, até o momento, Fred já disputou 75 jogos, com média de 0,76 gol por partida, uma marca interessante, que ratifica o faro de gol do mineiro de Teófilo Otoni. Ronaldo, por sua vez, fez 16 jogos a menos. Aos 17 anos, foram 58 aparições em campo pelo Cruzeiro, entre 1993 e 1994, com 56 gols marcados, e uma impressionante média de 0,96 gol por jogo, responsável pelo apelido de Fenômeno.
Com três anos de contato para cumprir com o Cruzeiro (até o fim de 2020), Fred tem, além da competência já provada dentro de campo, mesmo aos 34 anos (em 2017 balançou as redes 30 vezes com a camisa do Atlético-MG), a oportunidade de subir ainda mais na lista de maiores artilheiros da história do clube. Claro, será impossível buscar o lugar mais alto da lista, que tem o meia Tostão, com 245 gols (foram 383 partidas entre 1963 e 1972), ou posições bem altas da lista, que tem Dirceu Lopes (223 gols), Niginho (207), Bengala (168), Ninão (167), Marcelo Ramos (162), Palhinha (145), entre outros.
No entanto, se mirar a casa dos 100 gols, Fred vai precisar balançar as redes mais 43 vezes em três anos, o que daria uma média de 14 gols em cada uma das três temporadas, para saltar da 34ª posição para o 14º lugar na lista. Desta forma, ficaria à frente do atacante Tostão II, que fez 97 gols entre 1982 e 1985 (213 jogos), e atrás do lateral-direito Nelinho, que marcou 105 gols entre 1973 e 1982 (411 jogos).
Fred comemorou bastante o gol marcado em seu retorno ao Cruzeiro. Mais do que isso, fez questão de agradecer torcedores, companheiros de equipe e comissão técnica, pelo incentivo recebido neste início de trabalho no Cruzeiro, uma vez que nas três primeiras partidas não havia conseguido balançar a rede.
- Me senti abraçado por todos os torcedores desde a minha volta, no meu primeiro jogo. Todos os lugares em que vou, sinto o apoio da minha torcida cruzeirense. Agradeço do fundo do meu coração. E jogadores, comissão técnica, têm me ajudado muito, me motivado muito. E estiveram do meu lado quando o gol não saiu. O pessoal que estava no aquecimento (na hora do gol) foi lá me abraçar. É algo que chama a atenção - disse o camisa 9 ainda no gramado do Ipatingão.
Para o técnico Mano Menezes, Fred, mesmo sem balançar a rede, vinha agradando pelas atuações nos jogos. No entanto, o treinador cita os ganhos que o tento do camisa 9 trará para a sequência do trabalho.
- Na visão do torcedor, ele é o cara mais responsável pelos gols. Isso dá de volta a normalidade das coisas. Feliz que tenha sido um gol importante, que iniciou a nossa virada. O comportamento mostra o respeito e a felicidade que temos pelo companheiro. Isso cria uma união entre jogadores, comissão, torcida. O torcedor vê isso e se sente convidado a participar, de torcer nos momentos difíceis. Isso a gente conquista. Os primeiros passos já conseguimos dar.