Gazeta Esportiva/AB
ImprimirResponsável por resgatar o futebol do meio-campista Tchê Tchê, o técnico Fernando Diniz disse que ficou surpreso com a sensibilidade adotada por Cuca na relação com o jogador. O atleta de 24 anos foi titular do Palmeiras desde a primeira rodada do Brasileirão e só perdeu um dos 38 jogos que levaram à conquista do eneacampeonato.
Antes de se destacar no Verdão, Tchê Tchê acumulou passagens sem brilho pelo país e cogitou abandonar a carreira. Integrado ao Grêmio Osasco Audax por Diniz, o meia encontrou o bom futebol no Estadual deste ano e ajudou o time a alcançar o vice-campeonato. Ele foi contratado pelo Palmeiras após receber uma ligação telefônica do próprio Cuca.
"O Tchê Tchê amadureceu muito como pessoa. O Paulista serviu para ele pegar confiança e saber que podia jogar em um time grande. Sempre foi protagonista à medida que o time foi avançando no Estadual. E o Cuca foi muito sensível ao perceber como deveria utilizá-lo. Isso também foi surpreendente", afirmou Diniz.
"Foi um trabalho que teve uma continuidade muito boa no Palmeiras, porque é muito mais difícil jogar lá do que no Audax. Tem méritos de muita gente envolvida. Teve a nossa parte do Audax. Teve a parte do próprio Tchê Tchê. E teve o respaldo que ele recebeu do Cuca e dos jogadores do Palmeiras", acrescentou.
Diniz também se permitiu analisar os motivos que levaram Tchê Tchê a adquirir um entrosamento tão rápido com o meia Moisés. O treinador disse que a forma como ele atuou no Palmeiras lembrava a parceria exercida no Audax com Camacho, hoje no Corinthians.
"O Tchê Tchê e o Moisés têm características parecidas em termos de mobilidade. São atletas que se apresentam muito para o jogo e são jovens. Isso é um fator de equilíbrio para o meio-campo do Palmeiras e de desequilíbrio tático para o adversário. Era algo semelhante ao que ocorria quando ele jogava com o Camacho. Ambos tinham uma dinâmica semelhante e uma precisão no passe que chamavam a atenção em momentos difíceis", recordou.
O desempenho no Palmeiras fez Tchê Tchê colecionar prêmios individuais neste mês, entre eles a Bola de Ouro, do canal ESPN, e uma vaga na seleção do Brasileirão. Para Diniz, a ascensão do meio-campista é uma prova de que o trabalho feito no Audax está no rumo certo.
"Minha linha de trabalho sempre foi essa. Pego jogadores que têm potencial e foram rotulados pelo mercado como nomes sem condições, ou que são jovens e ainda não despontaram. Sempre creio que eles podem virar a qualquer momento. Foram três anos de manutenção da base que surtiram efeitos muito positivos no Audax", concluiu.