Sábado, 3 de Maio de 2025
Esportes
14/07/2018 09:40:00
No jogo mais longo da quadra central de Wimbledon, Anderson vai à final após 6h36

Globo Esporte/LD

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Protagonista na partida mais longa da história do tênis, em 2010, John Isner (10º do ranking) voltou a disputar um duelo quase interminável na grama sagrada de Wimbledon. Dessa vez, no entanto, a vitória foi para o outro lado. Na segunda partida com maior duração do torneio desde que ele foi criado, o sul-africano Kevin Anderson (8º) levou a melhor e, em 6h36, venceu por 3 sets a 2, parciais de 7/6 (6), 6/7 (5), 6/7 (9), 6/4 e 26/24, para garantir uma vaga na decisão.

Na partida desta sexta-feira foram disparados um total de 102 aces - 53 em favor de Isner e 49 para Anderson. Somente o quinto set teve 2h20 de duração.

O jogo com maior duração na história de Wimbledon e do tênis continua sendo entre o próprio John Isner e Nicolás Mahut, em 2010, quando o americano venceu o francês por 3 sets a 2, parciais de 6/4, 3/6, 6/7 (7), 7/6 (3) e 70/68, quando durou 11h06 e foi realizada ao longo de três dias - entre uma terça e quinta-feira. O entre Anderson e Isner fica na terceira posição, sendo superado ainda por João Souza, o Feijão, e Leonardo Mayer, que jogaram por 6h43 na Copa Davis de 2015.

Kevin Anderson coroa, desta forma, sua belíssima campanha em Wimbledon, onde eliminou nada menos que Roger Federer nas quartas de final. No melhor momento de sua carreira, o sul-africano repete o que fez no US Open de 2017, quando também chegou à decisão e caiu para Rafael Nadal. O espanhol, aliás, pode ser novamente o rival, uma vez que disputa a semi ainda nesta sexta contra Novak Djokovic.

O jogo

O início até surpreendeu para quem esperava os dois tenistas confirmando os saques com tranquilidade. Logo no terceiro game, Anderson demorou mais de 10 minutos e enfrentou três break points diante de um Isner bastante agressivo na devolução para manter o serviço. No décimo game, foi a vez do sul-africano ameaçar, tendo o set point, mas o americano se salvou e levou a decisão para o tie-break. Isner começou melhor, abrindo 3-1, mas Anderson devolveu o mini break e, se aproveitando de um segundo saque mal encaixado do rival, fechou o primeiro set com 8-6 na devolução.

A segunda parcial já foi mais dentro do que se esperava do jogo, com pouquíssimas brechas com o saque e baixo índice de erros não forçados dos tenistas. Anderson teve o único break point, salvo por Isner, e novamente o tie-break foi decisivo. O americano dessa vez abriu com dois mini breaks, bem agressivo nas devoluções e fez 5-0 em ampla vantagem. Anderson ainda diminuiu a diferença, mas não segurou o fortíssimo saque de Isner, que definiu o set com um ace para fazer 7-5.

A emoção ficou reservada para o terceiro set. Anderson cresceu diante do saque do Isner e com uma devolução fantástica quebrou o adversário no oitavo game, fazendo 5/3. Era a primeira quebra de saque em todo o jogo. Mas, o americano não deixou por menos, forçou bem e soube aproveitar o momento de instabilidade do sul-africano para devolver o break logo na sequência, se salvando no set. Assim, nova definição no tie-break. Dessa vez, como na parcial, muita variação: foram dois set points para Isner, depois dois para Anderson, até que o amerciano fechasse em 11-9 no saque do rival.

Com os tenistas mais desgastados, os erros começaram a aparecer com mais frequência. E, com isso, as quebras de saque continuaram aparecendo no quarto set. Anderson conseguiu um break para fazer 3/2, respondido na mesma moeda logo depois por Isner, empatando a disputa. No entanto, o sul-africano voltou a crescer na devolução, quebrou no décimo game e precisou de quatro set points até empatar a partida em 6/4.

No quinto set, começou uma longa maratona. Sem a possibilidade do tie-break, a partida se alongou e passou a testar a resistência dos tenistas. Isner era quem dava os maiores sinais de cansaço e sequer conseguia chegar ao break point contra Anderson. Enquanto isso, o sul-africano ameaçou os saques do americano no 7/7, depois no 10/10 e outras duas vezes em 17/17. Mas, Isner seguia resistindo, encontrado ótimos serviços para continuar no jogo. Até que, com os dois totalmente extenuados, Isner, quase estático em quadra, não resistiu às devoluções e foi quebrado em 25/24. Anderson sacou firme para vencer, sem forças para sequer comemorar.

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