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ImprimirAs mãos, que costumam ser tão expressivas à beira da quadra, estavam mais contidas. Saíam do queixo para fazer alguma anotação, vez ou outra eram levadas à cabeça ou aplaudiam. Bernardinho acompanhou a estreia do Brasil na Liga Mundial de vôlei de uma das cabines do Mineirinho, em Belo Horizonte. Murilo, também cumprindo suspensão imposta pela Federação Internacional (FIVB), estava logo ao lado. De lá, os dois viram a seleção perder o primeiro set contra a Sérvia, reagir, sofrer na quarta parcial e garantir uma vitória, de virada, no tie-break: 3 a 2, parciais de 24/26, 25/17, 25/22, 26/28 e 15/11.Nas outras 19 vezes em que haviam se enfrentado na competição, os sérvios só conseguiram três triunfos. O próximo encontro será no domingo, às 10h. A TV Globo transmite ao vivo, e o GloboEsporte.com acompanha tudo em Tempo Real, com vídeos.
O jogo
Calado durante boa parte do aquecimento, Serginho soltava a voz logo no começo do set. Chamava a atenção do bloqueio. O pedido virava ordem. A seleção criava mais resistência aos adversários e tomava o comando do placar 9/7. A Sérvia não deixava o Brasil fugir. Aproveitava o erro de Vissotto no saque e caprichava no serviço para conseguir a virada: 16/14. Após o tempo técnico, um ataque de Lucarelli e um bloqueio de Lucão deixavam tudo igual: 16/16. O Brasil se empenhava, transformava em ponto uma bola que parecia perdida e abria 18/17. Os comandados de Nikola Grbic reagiam. Um ace de Podrascanin e lá estavam os visitantes na frente. Os anfitriões respondiam, mas era a Sérvia quem criava as oportunidades para fazer 1 a 0. Lucão salvava a equipe na primeira delas. Na segunda, Ivovic não perdoava: 26/24.
O jogo seguia equilibrado na parcial seguinte. Vissotto ia para o saque e dava sorte. A bola batia na fita e caía do outro lado. O oposto começava a aparecer mais também no ataque e ajudava o Brasil a abrir quatro pontos de vantagem: 12/8. A essa altura, a Sérvia errava mais. Os saques e ataques passavam da medida, e os donos da casa agradeciam (16/10). O time se soltava. Lipe recebia o abraço de Serginho após virar mais uma bola. E repetia a dose para deixar tudo igual: 25/17.
Os sérvios tentavam voltar aos trilhos, mas esbarram em Isac. O central dava seu cartão de visitas. Subia com vontade nos bloqueios e soltava o braço no saque: 12/9. Serginho dava segurança ao time. Saltava para salvar um saque venenoso e comemorava ao ver a jogada terminar com um ponto de Lucão. Bernardinho aplaudia, mas pouco depois erguia as mãos ao ver o toque de Vissotto na rede: 18/16. Os rivais encostavam. Tiveram a chance de empatar, mas erravam saques em sequência. Rubinho fazia a inversão. Trocava Rapha e Vissotto por William e Wallace. O levantador enganava seus marcadores ao deixar a bola passar para o outro lado (23/21). A tentativa de reação estava freada. Um saque de Lipe colocava o Brasil em vantagem na partida: 25/22.
No intervalo, Serginho e Rapha conversavam. Estavam dispostos a dar fim à partida. Em quadra, a equipe abria 5/2. Se a situação apertava, Grbic tirava Aleksandar Atanasijevic, que vinha sendo poupado devido a um problema no tornozelo, do banco. O oposto chamava o time, dava uma injeção de ânimo e vibrava com a tomada do comando do placar (7/6). Os times equilibravam as ações e se revezavam na liderança. No embalo de Atanasijevic e de Dragan Stankovic, a Sérvia subia de produção e ia para o segundo tempo técnico na frente: 16/14. O saque voltava a entrar e complicava a vida da seleção (20/16). A diferença caía pela metade.
Os sérvios voltavam a cometer falhas, Isac aproveitava bem o seu saque e fazia Grbic parar o jogo após o sinal de perigo: 21/20. Rubinho fazia novamente a inversão. Atanasijevic subia sozinho e abria 23/21. Lucarelli dava o troco. Veio o empate. Lucão sacava na rede (25/24). Wallace salvava. Rapha e Vissotto voltavam. Atanasijevic recolocava a Sérvia na frente. Lipe deixava tudo igual novamente (26/26), mas pecava no saque logo em seguida. Atanasijevic caprichou no seu e levou a partida para o tie-break: 28/26.
No tempo extra, o Brasil se impôs. Lucarelli crescia, o time melhorava no bloqueio e via os sérvios se irritarem com uma marcação da arbitragem (8/5). Atanasijevic atacava para fora e a vantagem aumentava. Mas dois erros de ataque seguidos, um de Vissotto e outro de Lipe, recolocavam os adversários no jogo (10/9). Stankovic perdia a chance de empatar e dava a Lipe a oportunidade para se redimir. Ace. Os sérvios seguiam falhando. Um ataque na antena dava o match point para o Brasil. Bola para Lucarelli. Fora. Rubinho pedia o desafio, que confirmava a marcação. Na nova chance, o ponteiro colocava um ponto final no confronto: 15/11.