Geral
27/06/2013 09:00:00
Superlotadas, prisões brasileiras não fazem separação adequada de detentos, diz Ministério Público
Inspeção feita no mês de março pelo Ministério Público (MP) em 1.598 estabelecimentos prisionais constatou que, além de superlotadas, a maioria dessas instituições não tem separado de forma adequada os presos, nem dado a eles suficiente assistência material, de saúde ou de educação.
Agência Brasil/LD
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\n \n Inspeção\n feita no mês de março pelo Ministério Público (MP) em 1.598 estabelecimentos\n prisionais constatou que, além de superlotadas, a maioria dessas instituições\n não tem separado de forma adequada os presos, nem dado a eles suficiente\n assistência material, de saúde ou de educação. O relatório A Visão do\n Ministério Público sobre o Sistema Prisional Brasileiro, divulgado hoje (27)\n pelo MP, informa que, apesar de terem capacidade para 302.422 pessoas, tais\n estabelecimentos abrigam 448.969 presos, com déficit de quase 150 mil vagas e\n ocupação 48% acima de sua capacidade.\n \n A\n superlotação ocorre em todas as regiões do país e em todos os tipos de\n estabelecimentos penitenciárias, cadeias públicas, casas de albergado,\n colônias agrícolas ou industriais e hospitais de custódia, entre outros. O\n estudo não aborda as condições de carceragens, nem de custódias em delegacias\n porque estas serão objeto de levantamento próprio.\n \n O\n MP constatou também que os presos não estão sendo separados de forma adequada.\n Em 79% dos 1.269 estabelecimentos, não há separação entre presos provisórios ou\n definitivos; em 1.078 (67%), não há separação em função dos regimes (aberto,\n semiaberto ou fechado); em 1.243 (aproximadamente 78%), não há separação entre\n presos primários e reincidentes; em 1.089 (68%), não há separação em função da\n periculosidade ou do delito; e em 1.043 (65%), presos de diferentes facções\n criminosas convivem sem separação.\n \n A\n inspeção identificou a presença de grupos ou facções criminosas em 287\n estabelecimentos, além de constatar que 91% dos estabelecimentos não separam os\n presos adultos dos idosos (acima de 60 anos).\n \n Dos\n 1.598 locais visitados, em 780 não havia camas e 365 não tinham colchões para\n todos os detentos. Em 1.099 estabelecimentos, os presos não dispunham de água\n quente para banho e, em 636, não eram fornecidos produtos de higiene pessoal.\n Além disso, 66% dos estabelecimentos (1.060) não forneciam toalha de banho e em\n 42% (671) não havia distribuição de preservativos.\n \n Isso\n acaba favorecendo a geração de mercados paralelos nessas unidades, ressaltou\n Roberto Antônio Dessié, coordenador do estudo e membro do Conselho Nacional do\n Ministério Público (CNMP). Faltam também bibliotecas em 968 (60%) instituições prisionais\n e espaço para prática esportiva em 756 (47%) delas. Em 155 estabelecimentos\n (10%), falta local para banho de sol.\n \n \n \n \n
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