\n \n A gravação de uma conversa entre os traficantes cariocas Luiz\n Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, e Márcio dos Santos Nepomuceno, o\n Marcinho VP, na penitenciária federal de segurança máxima de Catanduvas, no\n Paraná, em 10 de maio deste ano, indica que os dois teriam tramado os quatro\n recentes ataques à ONG AfroReggae nos complexos do Alemão e da Penha, na zona\n norte do Rio de Janeiro. O caso foi revelado ontem, 11, pelo\n "Fantástico" da TV Globo. \n \n A conversa ocorreu no parlatório do presídio, e foi gravada em\n áudio e vídeo. Beira-Mar e Marcinho VP ficaram separados por um vidro, e se\n falaram por um interfone. O encontro foi autorizado pela Justiça após Beira-Mar\n alegar que estava se sentindo muito sozinho em cela separada. \n \n De acordo com a reportagem, na conversa, os traficantes comentam a\n prisão do pastor Marcos Pereira da Silva, líder da Assembleia de Deus dos\n Últimos Dias (ADUD), ocorrida três dias antes. O religioso é acusado de\n estuprar duas fiéis de sua igreja e é investigado por associação para o\n tráfico, lavagem de dinheiro e homicídios. No diálogo, os traficantes criticam\n a atuação do coordenador do AfroReggae, José Júnior, que segundo deles teria\n "comprado" testemunhas para depor contra o pastor. Júnior nega a\n acusação. \n \n Em determinado momento, Beira-Mar diz a Marcinho VP: "Tipo\n assim compraram. Compraram é eufemismo. Foi o Juninho que estava por trás\n disso, né... Tinha que mandar um salve lá pra ele".\n \n Segundo o delegado Márcio Mendonça, da Delegacia de Combate às\n Drogas (DCOD) da Polícia Civil do Rio, na linguagem dos traficantes a palavra "salve"\n quer dizer ataque, represália. \n \n O primeiro ataque contra o AfroReggae ocorreu 16 dias depois da\n conversa, durante a corrida Desafio da Paz, promovida pela ONG no Complexo do\n Alemão. Pouco antes da corrida, traficantes efetuaram disparos de fuzil, levando\n pânico a diversos participantes. \n \n Em julho, um incêndio criminoso destruiu uma pousada do AfroReggae\n no Complexo do Alemão. Depois, as sedes da ONG no Alemão e na Vila Cruzeiro, no\n vizinho Complexo da Penha, foram atacadas a tiros. \n \n \n \n \n