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Geral
15/04/2013 08:11:21
Cada vez mais garotas apanham dos namorados e sofrem violência virtual
O volume de denúncias à Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher de Campo Grande é prova disso e mostra o quanto essas ocorrências aumentaram, inclusive entre casais de adolescentes.

CGNews/LD

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\n \n Talvez\n seja difícil acreditar que nos dias de hoje ainda existam mulheres que apanhem\n do marido ou do namorado. Mas o fato é que os casos continuam assustando e\n atingem uma geração teoricamente melhor informada. O volume de denúncias à\n Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher de Campo Grande é prova disso e\n mostra o quanto essas ocorrências aumentaram, inclusive entre casais de\n adolescentes.\n \n Em\n 2010, foram 88 registros que abrangiam a faixa etária de 12 a 17 anos. Em 2011,\n esse número subiu para 102. No ano passado saltou para 154 e até o último dia\n 11 de abril, a Deam registrou 68 boletins de ocorrências de violência entre\n casais nessa faixa etária.\n \n Entre\n jovens de 18 a 25 anos, em 2010 foram 884 boletins de ocorrência por violência.\n Em 2011, foram 1.141 registros. No último ano o número subiu para 1.252 e até o\n dia 11 de abril, já foram 359 boletins.\n \n Uma pesquisa realizada pela Fiocruz, com 3,2 mil jovens\n de 15 a 19 anos, comprova que a violência contra a mulher começa bem cedo, em\n muitos casos ainda na época do namoro. Dados que fazem a delegada adjunta da\n Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), Marília de Brito\n Martins, alertar para novos conceitos de relacionamentos, que atingem diretamente\n aos jovens e criam novas formas de violência.\n \n Ela\n diz que os casais "juntam as escovas de dentes" cada vez mais cedo,\n mas isso não significa que a relação seja duradoura, pois ao mesmo tempo que há\n essa intimidade precoce, as uniões estão mais provisórias. Contudo, a delegada\n afirma, fundamentada na pesquisa, que alguns padrões tradicionais ainda são\n preservados nos relacionamentos, como o machismo.nbsp;\n \n "É\n algo cultural, a pesquisa aponta que os homens têm as mulheres como objeto, e\n podemos ver essa realidade claramente em músicas e programas de\n televisão", explica a delegada Marília.\n \n Ainda\n conforme a pesquisa da Fiocruz, entre os casais contemporâneos a mulher ganha\n um papel questionador na relação, e, principalmente entre os mais jovens, ela\n também vai se transformando em uma agressora. "Mas não se compara a lesão\n corporal provocada por um homem, que são mais fortes e agressivos", diz a\n autoridade.\n \n De\n acordo com os dados da Deam, as denúncias mais comuns são de lesão corporal,\n injúria, ameaça e vias de fato. E neste contexto, surge uma nova forma de\n agressão, a virtual. "Está se tornando cada vez mais comum a humilhação\n pública via internet, com jovens jogando em redes sociais vídeos e fotos dos\n parceiros em situações que constrangem o parceiro", alerta a delegada.\n \n E\n o combustível das brigas, na maioria dos casos, é o ciúmes. Mas claro que o\n convívio social e familiar interfere na reação a esse sentimento, que por vezes\n também é confundido com afeto e carinho por parte do parceiro. "Geralmente\n o agressor vem de uma família com histórico violento, de pais que se agridem,\n fisica e verbalemnte", completa a delegada.\n \n Apesar\n de todos os números crescentes, a delegada ressalta que não foi a violência\n contra a mulher que aumentou, mas sim o número de denúncias. "Tudo o que\n se refere à intimidade há dificuldade em expor, a mulher se sente envergonhada,\n mas hoje temos amparo legal que encoraja a denúncia", afirma a delegada,\n relembrando anbsp;Lei Maria da Penha.\n \n A\n violência contra amulher, como é bem detalhada na pesquisa da Fiocruz, de\n acordo com a delegada adjunta da Deam, está inserida no contexto social como um\n todo e não é separada por raça ou classe social.\n \n A\n denúncia é importante para o combate e em Campo Grande ela pode ser feita pelo\n telefone 3384-1149, ou na própria delegacia, localizada na rua 7 de Setembro,\n 2421, Centro.\n \n \n \n \n
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