\n \n “Tudo\n muda na vida, né?”. Foi assim que José Valien Royo, 64, popularmente conhecido\n como o Baixinho da Kaiser iniciou a conversa com o AreaH. O catalão que chegou\n ao Brasil em 1954 já trabalhou como frentista em posto de gasolina e fez vários\n “bicos” até ocupar a posição que mudaria seu destino para sempre.nbsp;\n \n “Comecei\n a trabalhar como motorista numa produtora de comerciais pra televisão em 1978 e\n sempre fiz pontas como figurante. Quando pintou a campanha da Kaiser em 1986,\n me convidaram. Ficou legal, o pessoal gostou e tudo começou aí”, conta Royo.\n \n Ele\n foi convidado por nada mais nada menos que a dupla de criação José Zaragoza e\n Neil Ferreira - responsável por campanhas memoráveis, como a do garoto Bombril\n - para participar de uma campanha da Kaiser. Habituado aos bastidores, o\n Baixinho desajeitado tentou por horas, mas não conseguia fazer os passos da\n coreografia no rítmo da música. Visionário, Zaragoza decidiu levar o filme ao\n ar mesmo assim, apostando que “às vezes o errado dá certo”, relembra Royo. O comercial\n que tinha como tema “A Kaiser é uma grande cerveja, ninguém pode negar”\n consagrou Royo como o mascote daqueles que adoravam uma “loirinha gostosa”.\n \n “O\n baixinho da Kaiser representa a alegria. Sempre fiz comerciais alegres e que\n tinham humor, então todo mundo lembra. Sua essência é daquele herói que não\n quer nada com nada e tudo acontece por acaso. Se dá bem com as mulheres, é\n querido por todos, inclusive pelas crianças”, comenta o protagonista. Até hoje,\n quando veste uma de suas 60 boinas produzidas especialmente para ele pelo\n consagrado alfaiate Maurice Plas, e sai por aí com seu bigodinho, Royo é\n abordado por admiradores.”Quando coloco o a boina na rua, todo mundo me\n conhece”.\n \n Um\n “tiozinho” animado e simpático, Valien é extremamente agradecido pelo reconhecimento\n que tem há tantos anos na mídia, e a fama não parece ter subido à cabeça. Após\n 24 anos como “garoto-propaganda” da Kaiser, o ator admite que ela “abre portas\n e realmente ajuda em tudo”, e atribui a Deus o seu sucesso.\n \n Casado\n com a mesma mulher desde que colocou os pés em terras tupiniquins, Royo tem\n dois filhos quarentões e três netos. No entanto, nem tudo são flores. O\n baixinho conta que, em 2006, quando assumiu um namoro com a gostosa Karina\n Bacchi, estava ficando difícil voltar para casa.\n \n “O\n problema é a mídia que as vezes fala ‘isso e aquilo’ e a gente tem que lidar\n com a situação. Teve aquele relacionamento com a Karina Bacchi, não sei se você\n ficou sabendo. Foi um namoro, mas nada que agregasse. Uma volta do Baixinho,\n que ficou afastado uns dois anos, entendeu? Aí voltei com tudo, meu! Foi tão\n legal!”, comemora Valien.nbsp;\n \n Nos\n últimos tempos, ele viajou a passeio pela Europa no cruzeiro marítimo Costa\n Fortuna, onde conferiu o show de Roberto Carlos e acabou atraindo tantas tietes\n quanto o Rei. De volta ao Brasil, Royo compara o Tatuapé, bairro onde foi\n criado e mantém laços até hoje, a Barcelona pela quantidade de bares. “Estou\n fazendo algumas pequenas reformas em algumas casas para me distrair. Agora na\n parte de comerciais estou parado, pois a Kaiser falou que ia me chamar e até\n agora não chamou, mas tudo bem”, comenta o Baixinho, que já teve seu bigode\n beijado por Adriane Galisteu e Danielle Winits.nbsp;\n \n Royo\n adora uma praia e curte a vida no Guarujá há cinco anos, e só vem para a\n capital para “acertar umas contas”. “Faz dias que cheguei de viagem da Europa,\n e assim que puder já volto lá para baixo [Guarujá]”. No final dos anos 80, ele\n tinha uma casa em Peruíbe e “era muito assediado lá”. No auge de sua carreira,\n o Baixinho era tão requisitado e venerado que chegou a ganhar uma piscina em\n formato de garrafa de cerveja em seu quintal. “O cara da piscina disse ‘vou\n fazer uma piscina pra você’. A Kaiser também apostou”, revela o Don Juan dos\n botecos.nbsp;\n \n Um\n homem simples, Valien usava seu famoso bigode muito antes de fazer sucesso, e\n garante que bebe cerveja sim, e que prefere a Kaiser mesmo. Apesar do enorme\n reconhecimento nacional, o ator acha difícil explicar como o reconhecimento\n continua batendo em sua porta. “Foi um achado, não sei como te explicar, rapaz.\n Eu não corri atrás e veio a mim. Há pessoas que querem entrar na mídia e correm\n atrás para serem famosos. Pra mim não, veio fácil”.\n \n Por\n outro lado, quando questionado sobre a contratação de celebridades que nem ao\n menos bebem cerveja para comerciais da bebida, como Sandy, Paris Hilton e\n Jennifer Lopez, o Baixinho mostra que ainda está por dentro o que rola nos\n bastidores. “As pessoas das agências é que pesquisam o público e acham que o\n melhor é isso aí. Eles procuram o que é melhor”, conclui ele.nbsp;Enquanto\n isso a gente fica aqui esperando para ver o mascote da cerveja aparecer\n novamente na televisão arrebatando o coração de mulheres maravilhosas! Quem\n será a próxima sortuda a cair nos braços do pequeno grande homem?