\n \n Cerca de 3 mil pessoas\n compareceram à Marcha das Vadias hoje (26) em Brasília, segundo dados dos\n organizadores do protesto e da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF). A\n quantidade de manifestantes foi aproximadamente cinco vezes maior do que a da\n marcha do ano passado. Munidos de buzinas, tambores, cornetas, cartazes e\n gritos de guerra, os manifestantes tiveram o objetivo de alertar a sociedade\n para a violência e o abuso sexual contra mulheres.\n \n Na página do\n protesto no Facebook, principal meio pelo qual a Marcha das Vadias foi\n organizada, foram enfatizadas questões como a dignidade das mulheres, a divisão\n de tarefas domésticas, o direito à amamentação em público, a transexualidade e a\n homossexualidade feminina.\n \n “Essa marcha luta pelo fim da\n violência física, sexual, psicológica e simbólica contra as mulheres”, disse a\n antropóloga Júlia Zamboni, 29 anos, que participou da organização da marcha\n desde a primeira edição, no ano passado.\n \n A vice-presidente da Comissão de\n Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, Érika Kokay (PT-DF),\n esteve na manifestação e explicou que o principal efeito do protesto é dar\n visibilidade à questão, que deve ser discutida nas escolas para que não haja\n “revitimização” – processo em que as mulheres sofrem violência e ainda são\n culpabilizadas pelo abuso. “Queríamos e queremos direitos iguais. Se ser vadia\n é ser livre, então somos todas vadias”, afirmou a deputada à Agência Brasil.\n \n De acordo com o advogado João\n Ribeiro, 55 anos, que participou da marcha, o protesto foi uma forma legítima\n de combate ao machismo. Segundo ele, protestos como esse são expressões\n culturais contra valores que são distorcidos pela sociedade.\n \n O grupo iniciou a caminhada\n próximo à Rodoviária de Brasília, por volta das 14h30. Os participantes\n ocuparam as plataformas superior e inferior do terminal de ônibus da cidade,\n seguiram pelo Eixo Monumental até o acesso à W3 Norte, uma das principais vias\n de acesso ao Plano Piloto, zona central de Brasília. O trânsito foi brevemente\n prejudicado pela ocupação das ruas ao longo do trajeto.\n \n A Marcha das Vadias ganhou este\n ano caráter nacional e ocorreu simultaneamente em mais de 20 cidades do Brasil\n e do mundo, inclusive em Toronto, no Canadá – onde a Slut Walk (Marcha das\n Vadias, em inglês), teve origem, em protesto à declaração de um policial que\n afirmou que mulheres que não quisessem ser estupradas deveriam evitar vestir-se\n como vadias.\n \n Entre as cidades brasileiras com a\n marcha programa estavam Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Vitória, São\n Carlos (SP) e Sorocaba (SP).