\n \n Dois anos depois da aprovação da Política Nacional de Resíduos\n Sólidos (PNRS), em 2010, a coleta seletiva de lixo, prevista na lei, estava\n presente apenas em 18% dos municípios brasileiros. E, nas cidades onde a coleta\n seletiva já estava implementada, a quantidade de material recuperado nesses\n programas ainda era pequena quando comparado com o total coletado. \n \n Segundo o levantamento Plano Nacional de Resíduos Sólidos: Diagnóstico\n dos Resíduos Urbanos, Agrosilvopastoris e a Questão dos Catadores, divulgado\n hoje (25), pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a coleta\n seletiva aumentou 120% nas 994 cidades que mantinham esse programa entre 2000 e\n 2008. \n \n Apesar do incremento das ações, o estudo mostra que, no caso dos\n metais, por exemplo, das 9,8 milhões de toneladas de resíduos reciclados em um\n ano, apenas 0,7% foi recuperado pela coleta seletiva. \n \n Na reciclagem de 3,8 milhões toneladas de papel e papelão, a\n coleta seletiva respondeu por 7,5% e, no caso do plástico (962 mil\n toneladas/ano) e vidro (489 mil toneladas/ano), a recuperação dos materiais a\n partir da coleta seletiva foi pouco maior que 10%. \n \n De acordo com o Ipea, os números indicam que “a reciclagem no país\n ainda é mantida pela reciclagem pré-consumo e pela coleta pós-consumo\n informal”. Em relação à coleta regular total, o levantamento mostra que a\n cobertura no país vem crescendo e alcançou, em 2009, 90% dos domicílios do\n país. \n \n A distribuição, entretanto, revela uma desigualdade entre a área\n urbana, onde a coleta supera o índice de 98%, e as áreas rurais, onde a\n cobertura ainda não atinge 33%. “A geração de resíduos sólidos urbanos tende a\n aumentar não apenas com o aumento da população, mas também com o aumento da\n renda, principalmente quando estratos da população que tinham acesso muito\n restrito a produtos industrializados e embalados ganham poder de compra”,\n alerta o documento. \n \n \n \n \n