\n \n O\n senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), presidente da CPI Mista que investiga as\n relações do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, com\n políticos e empresários, anunciou nesta terça-feira (4) a suspensão temporária\n dos trabalhos da comissão.\n \n De\n acordo com Vital, a falta de quórum motivada pelo período eleitoral foi o\n principal motivo da suspensão. A parada temporária da comissão foi anunciada\n após reunião dos líderes partidários da CPI na tarde desta terça. Apenas o PPS\n não concordou com a decisão.\n \n “Os\n fatos se impõem à realidade. Até o final de setembro, não tem como se colocar\n parlamentar aqui, com a base pressionando pela sua presença na disputa\n municipal”, disse o senador.\n \n Pelo\n calendário anunciado, a CPI só voltará a se reunir na primeira semana de\n outubro, quando o relator, deputado Odair Cunha (PT-MG) pretende apresentar um\n relatório preliminar dos trabalhos da comissão. Novas oitivas de testemunhas e\n a realização de reuniões administrativas para a quebra de sigilo de empresas\n ligadas à Construtora Delta,suspeita de participar do esquema do contraventor,\n só devem ser decidas após a as eleições.\n \n Segundo\n o presidente da comissão, ainda não há definição sobre uma possível prorrogação\n dos trabalhos da comissão, que oficialmente encerram em novembro. De acordo\n com Vital do Rêgo, ainda há a possibilidade de estender a linha de investigação\n da CPI ou até mesmo encerrar a atual comissão e se criar uma nova, caso seja\n assim definido pelos parlamentares.\n \n “A\n CPI está indo para o seu término do fato que se propôs, que era investigar as\n relações do senhor Carlos Cachoeira na região centro-oestre. Este fato está\n absolutamente em dia. A\n demanda agora é saber se vamos estender a CPI para as relações empresariais da\n Delta com empresas de fachada e com o poder público”, disse o senador.\n \n Nesta\n terça, a reunião da comissão que seria para a oitiva de testemunhas não contou\n com nenhum depoimento. O ex-funcionário da construtura Delta André Teixeira\n Jorge foi liberado pelo presidente da CPI. Jorge conseguiu um habeas corpus no\n Supremo Tribunal Federal que lhe garantiu o direito de permanecer em silêncio.\n \n Já\n o deputado federal Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO), que tinha depoimento\n previsto para esta terça, não compareceu. Leréia encaminhou um comunicado à CPI\n dizendo que não iria. O comunicado foi lido pelo presidente da comissão, que\n anunciou que irá definir a data do novo depoente. A deta do novo depoimento do\n deputado ainda não foi anunciada.\n \n Carlos\n Alberto Leréia é considerado suspeito de ter envolvimento com os negócios do\n contraventor. Segundo a Polícia Federal, Leréia mantinha relação próxima com\n Cachoeira e, conforme gravações de escutas telefônicas, chegou a receber a\n senha do cartão de crédito do bicheiro.\n Interceptações telefônicas feitas pela Polícia Federal e que estão com a CPI\n apontam a proximidade entre o deputado e o contraventor. Em uma das gravações,\n feita no dia 3 de junho de 2011, Leréia afirma que estava indo à sede da\n Construtura Delta para conversar com Cachoeira.