O\n Conselho Nacional de Justiça (CNJ) decidiu, em sua sessão desta \n terça-feira, abrir Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD) contra o\n desembargador Clayton Camargo e afastá-lo das funções até o julgamento \n do processo. Em decisão unânime, os 15 conselheiros seguiram o o voto do\n corregedor do CNJ, ministro Francisco Falcão, que apontou a necessidade\n do processo administrativo e do afastamento do desembargador por ter \n encontrado, em investigação preliminar, fortes indícios de tráfico de \n influência, venda de sentenças e evolução patrimonial incompatível com \n os rendimentos de um desembargador. \n Já tramitam, contra o desembargador, 3 inquéritos no Superior Tribunal \n de Justiça (CNJ) com os mesmos teores. No processo, o CNJ irá apurar se \n houve violação aos princípios da integridade e da idoneidade na conduta \n de Clayton Camargo. Ontem, o Supremo Tribunal Federal (STF) negou pedido\n de liminar feito pela defesa do desembargador para que seu processo \n fosse excluído da pauta do CNJ. \n Camargo tentou aposentar-se do cargo há pouco mais de duas semanas, \n quando também renunciou à presidência do Tribunal. Apesar da alegação de\n motivos de saúde para a aposentadoria (o desembargador sofreu um \n infarto no mês passado), o Ministério Público Federal interpretou o \n pedido de aposentadoria como uma tentativa do desembargador de livrar-se\n do processo administrativo no CNJ, recorreu contra a aposentadoria, que\n foi vetada pelo ministro Falcão. \n Apesar de a pena máxima que o CNJ pode aplicar ser a aposentadoria \n compulsória de um magistrado, o resultado do processo pode influenciar \n as eventuais ações no STJ, bem como, a comprovação do tráfico de \n influência pode impactar na eleição de seu filho, ex-deputado Fábio \n Camargo, para o cargo de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado.