“Nunca\n passei tanta raiva quanto neste sábado”, relata a auxiliar administrativa Ana\n Lúcia da Silva, grávida de três meses, após buscar uma encomenda em uma loja da\n franquia Chanton, na Rua Amazonas, em Campo Grande. Segundo\n ela contou nas redes sociais, a empresa teria tentado entregar um bolo\n congelado e velho, enquanto ela queria a mercadoria feita no dia. \n \n A\n queixa no Facebook gerou 420 comentários em cinco dias e fez a Chanton prometer\n mudanças no treinamento das funcionárias. Segundo a cliente, após ela rejeitar\n um bolo congelado, uma atendente teria dito para ela encomendar um bolo “fresquinho”,\n que ficaria pronto na hora necessária. \n \n Quando\n voltou para pegar o produto, a grávida afirma que recebeu o mesmo bolo de\n antes. Ana Lúcia foi buscar a encomenda com o marido às 17 horas de 28 de\n setembro, horário que teria combinado às 14h00 do mesmo dia. Ela diz que,\n quando chegounbsp;à loja, foi até bem atendida, mas não ia comprar nada pois\n não gostou da qualidade do bolo em exposição na vitrine, por estar congelado. \n \n Por\n preferir um bolo feito no dia conversou com a funcionária e teve a sugestão de\n encomendar um bolo que seria fabricado na mesma tarde. Diante disso, deixou o\n telefone para contato e esperava ser avisada caso a fabricação não pudesse ser\n realizada.nbsp;Ao buscar a encomenda, a consumidora diz que recebeu da mesma\n funcionária novamente um bolo congelado, que segundo ela poderia ser o mesmo\n bolo que havia visto primeiramente na vitrine. \n \n “Disse\n para ela que era o mesmo bolo que eu havia visto antes na vitrine. Ela disse\n primeiramente que não, porém depois admitiu, justificando que a linha de\n produção não havia funcionado naquela tarde. Não havia mais tempo para irmos\n atrás de um outro bolo já que o aniversário do filho do meu marido aconteceria\n em 30 minutos”, relatou Ana que não foi procurada pela Chanton mesmo com a\n repercussão além do que esperava no Facebook com a divulgação da queixa. \n \n Sem supervisão \n \n Apenas\n no quinto dia de publicação, e só após saber do fato pela reportagem do\n Midiamax, a Chanton se manifestou oficialmente sobre o problema no atendimento\n de Ana Lúcia na venda do bolo congelado. A empresa, após ouvir a funcionária e\n consultar o circuito interno da loja na Avenida Amazonas, resolveu que após o\n incidente irá mudar o sistema de treinamento, que é uma constante para a\n franquia devido à rotatividade de mão-de-obra. \n \n “Entendemos\n o transtorno causado, pois a empresa na pessoa da funcionaria prometeu um\n produto e entregou outro. Analisando seu relato, as fitas de gravação de vídeo\n e o depoimento da atendente, constatamos que vários procedimentos internos não\n foram observados. Houve, portanto, uma avaliação inadequada por parte da\n empresa quanto ao treinamento dado a funcionaria. Entendemos que depois de\n varias informações contraditórias que você recebeu, concluiu tratar-se da mesma\n torta. Isto não aconteceu e pode ser comprovado em vídeo nas 6 horas de\n intervalo entre a encomenda e a retirada da torta” se posicionou a Chanton\n sobre o atendimento da grávida. \n \n A\n proprietária da Chanton se surpreendeu com a dimensão que o assunto ganhou no\n Facebook e disse que sua assessoria de comunicação passará a monitorar também\n queixas divulgadas fora do canal oficial de comunicação. \n \n De\n acordo com Josie Regina Benatti, que atua há 30 anos no mercado, se o problema\n envolvesse a qualidade do bolo a cliente teria reclamado diretamente para a\n empresa e não em uma comunidade. Para a sócia da confeitaria a funcionária agiu\n com excesso de autonomia. \n \n “Por\n ter sido uma frustração com o atendimento ela tomou essa medida de divulgar nas\n Redes Sociais e nós dificilmente saberíamos. Entendo a indignação dela e\n lamento pois a situação vai ficar marcada como uma lembrança ruim do\n aniversário de uma pessoa querida. No comércio a qualidade não pode ficar\n restrita ao produto e por isso vamos melhorar ainda mais o atendimento. Podemos\n procurar a Ana Lúcia futuramente”, afirmou a empresária. \n \n Congelado ou bolo do dia? \n \n A\n coordenadora de vendas da Chanton, Gabriela Codorniz, sobre a discussão gerada\n na queixa de Ana Lúcia do Facebook, garante que não há diferença de qualidade\n no bolo congelado ou a mercadoria fabricada no dia. Segundo a funcionária a\n ausência de um supervisor influenciou a falha ocorrida no atendimento de Ana\n Lúcia. Faltou experiência a atendente em explicar de uma melhor forma sobre a\n mercadoria para a cliente, por estar apenas há três meses na função. \n \n “O\n nosso bolo feito no dia é exposto na vitrine e, se não for vendido em 24 horas,\n é congelado para ser comercializado desta maneira. É um procedimento da empresa\n e não altera em nada o sabor e qualidade do bolo. Congelado, ele dura mais 30\n dias e há muitos clientes que preferem o bolo assim. Na Chanton não há\n diferença entre o bolo fabricado no dia e no bolo congelado. Podemos garantir”,\n ressalta a coordenadora. \n \n Opiniões na rede \n \n Antes\n e depois do posicionamento da empresa na reclamação publicada por Ana Lúcia\n vários outros comentários discutiram não apenas a experiência de atendimento\n mas o bolo em si. “Bolo congelado pode até parecer com o fresquinho, até pode\n ter os mesmas propriedades; mas quem já comeu um bolo feito na hora, sabe que o\n congelado não é a mesma coisa”, afirmou Henrique Ayres Santos, radialista. \n \n “Se a\n empresa fosse minha, eu indenizaria o consumidor, levaria pessoalmente um bolo\n ou mais, aí sim eu reverteria a rejeição e ainda fidelizaria o consumidor”,\n escreveu a jornalista, Safiya Beatriz Barbosa, com uma visão diferente do\n pós-venda da Chanton.