\n \n A umidade relativa do ar em Corumbá,que nesta\n quinta-feiranbsp;(9) atingiu a mínima de 27% às 15h46, aliada às altas\n temperaturas e o incômodo da fumaça causada pelas queimadas no Pantanal e na\n área urbana, está alterando a rotina das crianças de algumas escolas da cidade.\n Atividades físicas ao sol e com prolongado tempo de exercícios têm sido\n evitadas nos últimos dias.\n \n Na escola municipal Luiz Feitosa Rodrigues, que este ano está\n funcionando em regime experimental de período integral, os professores de\n educação física tiveram que reprogramar as atividades, adotando diversas\n práticas pedagógicas. "Em minhas aulas, tenho utilizado brinquedos\n lúdicos, como quebra-cabeças, brinquedos de montar, assim, estimulamos o lado\n motor que está em desenvolvimento e o recreativo, pois eles aprendem\n brincando", afirmou a professora Pura Silvia Tomichá, que dá aulas para\n crianças do ensino infantil, entre 1º ao 5º ano.\n \n Além das atividades diversificadas, a professora ressaltou a\n importância de manter as crianças hidratadas, permitindo o acesso aos\n bebedouros da escola e evitando a realização de atividades que absorvam energia\n demasiada dos alunos. O educador Reinaldo Paravisini, também professor de\n educação física, disse que suas aulas tiveram que ser modificadas, visando o\n bem-estar dos estudantes, do 6º ao 9º ano.\n \n "Realizo treinamento de quase todas as modalidades esportivas\n com os alunos e nessa época ficamos preocupados, pois isso dificulta realizar\n atividades que exijam do corpo das crianças. Já tivemos casos de crianças\n relatarem que se sentiram mal. Diante da situação, decidi reduzir a intensidade\n dos treinos e alternar aulas na quadra com aulas em sala, onde os alunos, além\n de aulas teóricas, palestras e atividades que desenvolvam o cognitivo, que os\n auxiliam na formação social", explicou o professor.\n \n A alimentação também é outro ponto fundamental ressaltado pelo\n professor nesta época. Ele relatou ao Diário que a escola tem cuidado para que\n o cardápio atenda às necessidades físicas do aluno. "O cardápio da merenda\n escolar das crianças também modificou e está sendo planejado para auxiliá-las a\n enfrentar esse período que exige cuidados com a saúde. Em nossa escola, cardápios\n leves e que incluem muitas frutas e verduras para as crianças, estão sendo\n adotados".\n \n Efeitos\n \n O clima seco não atrapalha apenas os alunos. Os professores também\n sofrem muito nesta época do ano. "É notório o efeito desse clima seco nas\n crianças. Elas ficam agitadas, querem beber muita água e temos que deixar.\n Notamos que elas ficam roucas, algumas apresentam tosse e até alergias, até eu\n estou com a garganta falhando", enfatizou a professora Pura Silvia, que\n também estava quase sem voz.\n \n A pequena Bruna Eduarda Carvalho, reforçou: "correr, nem\n pensar". A menina relatou que está com problemas respiratórios e que vive\n apresentando tosse e rouquidão. "Minha mãe me levou ao médico, pois estava\n com dificuldades para respirar e muito rouca. Ele passou um xarope, eu estou\n tomando, além de que bebo muita água, pois dá muita sede. Mas parece que quanto\n mais tomo água, mais minha garganta continua coçando. Minha mãe me recomendou\n que correr na escola nem pensar, pois eu posso sentir falta de ar e ir parar de\n novo no médico", disse.\n \n As famosas toalhas úmidas na cabeceira da cama estão virando\n tradição na cidade. Lara Alice Ozório, de 08 anos, relatou que só dorme depois\n de tomar xarope e estender uma toalhinha perto da cabeça. "Em casa minha\n mãe tem trancado as portas nos últimos dias, pois a fumaça é horrível. Além\n disso, quando tento dormir, meu nariz entope, minha garganta fica seca, então\n tenho que tomar remédio e minha mãe coloca toalhas molhadas no quarto, uma\n perto de minha cama e outra na porta", contou a menina.\n \n Queimadas\n \n Em todo o ano de 2012, Corumbá apresentou até o dia 9 de agosto,\n 1.698 focos de calor, conforme apontou o Instituto Nacional de Pesquisas\n Espaciais (INPE). Somente no mês de agosto, foram 706 focos e em 48 horas, de\n 07 a 09 de agosto, foram 79 registros de áreas em chamas. \n \n \n \n \n