Geral
30/10/2013 08:00:35
Estudantes que trocaram MS pelo Paraguai têm vida de "bacana" em Assunção
Eles trocaram o Brasil pelo Paraguai para fazer Medicina em uma das 10 universidades que oferecem o curso do outro lado da fronteira e conseguem curtir muito mais a vida com muito menos dinheiro.
CGNews/AB
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Em um \n sábado de balada em Assunção, os mais animados estão no grupo de \n universitários brasileiros. Eles andam pela festa como quem domina o \n pedaço. Todos muito jovens, filhos de gente rica, bonitos e bem \n vestidos, não parecem ter motivos para reclamar.Eles \n trocaram o Brasil pelo Paraguai para fazer Medicina em uma das 10 \n universidades que oferecem o curso do outro lado da fronteira e \n conseguem curtir muito mais a vida com muito menos dinheiro. São \n privilegiados em um país pobre.Gasto no máximo R$ 1,5 mil por \n mês. Isso com tudo que tenho direito, até comprando roupas. Para ter \n essa vida no Brasil, gastaria o dobro, explica Iago Andrade, de 18 \n anos. Depois de 6 meses de cursinho e nenhuma aprovação no Brasil, ele \n partiu para Assunção. Tem gente aqui até de Tocantins, comenta.Na\n cidade, arrumou uma namorada, também brasileira e estudante de \n Medicina. Loirinha e linda, Andressa Santos é filha de agricultores do \n interior do Paraná e só optou pela mudança radical depois de não \n conseguir vaga em 2 universidades brasileiras.No primeiro ano do \n curso, ela divide casa com outros 4 amigos, pelo custonbsp;de R$ 250,00 ao \n mês para cada um. No cinema, os ingressos custam de R$ 7,00 a R$ 20,00, \n outra economia em relação ao Brasil. Na academia são mais R$ 75,00, \n soma a jovem de 18 anos. Mas é a mensalidade o maior atrativo, cerca de \n R$ 400,00 de ínicio.Um dos colegas a dividir o aluguel é \n Henrique, um rapaz gente boa que ao terminar o Ensino Médio também se \n mudou para Assunção fazendo o mesmo caminho da irmã. Tenho família em \n Ponta Porã, então já conhecia bem o Paraguai. Aqui é tudo muito bom, só \n tem alguns abusos contra brasileiros às vezes, por isso a gente tenta \n falar sempre em espanhol.De Dourados, Nova Andradina, Ponta \n Porã, Jardim, Campo Grande e Paraná, estudantes chegam em peso ao \n Paraguai. Primeiro, por conta da faculdade que não cobra nem vestibular,\n apenas a matricula. Só a universidade nacional (pública) e outra \n faculdade católica têm exames de admissão, mas a última não recebe \n estrangeiros.Com o tempo, os \n estudantes descobrem muitas outras vantagens. Mais velho, aos 25 anos \n Lucas Jaques tentou primeiro Buenos Aires. Cursou Veterinária por um \n ano, não gostou e acabou em Assunção. O que mais gosto aqui é a \n tranquilidade. É uma cidade pequena, não vejo crimes, assaltos. O \n paraguaio gosta muito do brasileiro. Lá na Argentina é bem mais \n complicado, justifica.
Maduro - Para Artur Ovando, a escolha ocorreu há 6 \n anos. Prestes a se formar na Unida (Universidad de la Integración de las\n Américas), ele diz que nunca teve dúvidas sobre a decisão de estudar em\n Assunção. De Jardim, terra natal, já saiu para morar em 8 cidades. \n Também fez Veterinária, mas só agora, aos 33 anos, diz estar convicto \n sobre o futuro. Escutava muita coisa negativa sobre o Paraguai, mas \n desde que cheguei tenho boa impressão sobre o país.Segundo ele, \n mais de 100 brasileiros chegam todos os anos para tentar a faculdade de \n Medicina, mas a maioria desiste quando descobre que a rotina é bem \n puxada. Ficam só uns 10. Eles acham que é fácil porque não tem \n vestibular, mas é bem difícil seguir em frente. Só quem está aqui vê o \n quanto é séria a formação, garante.O início é de aulas das 7h às\n 18h, depois os alunos passam a misturar pratica com alguns créditos \n teóricos.nbsp;Quando começar a residência, o aluno tem de estar entre os \n primeiros na turma para ter direito a escolher a especialidade.No\n último fim de semana, um grande laboratório ofereceu uma espécie de \n pré-formatura à turma de Artur. Luana Loureiro saiu de Campo Grande para\n comemorar com o namorado.Os dois se conheceram meninos, ele \n tentou quase uma vida conquistar a moça e há um ano conseguiu. Hoje \n pensam em se casar.nbsp;Arquiteta, Luana parece estar pronta para a mudança \n de endereço. Eu gosto muito de Assunção. É uma cidade tranquila, \n justifica.O custo de vida é outro bom motivo para uma vida longe \n de Campo Grande. De aluguel, Artur paga R$ 600,00 em um apartamento \n mobiliado e bem localizado. Quando chegou, não tinha carro e com R$ 8 \n mil comprou recentemente um completo, automático. De alimentação são \n mais R$ 25,00 por dia. "Isso porque como nos melhores lugares, poderia \n economizar muito mais", explica. Fã de música clássica, também elogia a \n quantidade de atrações culturais, muitas de graça. Na faculdade, em \n estágio avançado, pagará neste mês só R$ 1,1 mil.Por tudo isso, não cogita a possibilidade de retornar ao Brasil depois da conclusão do curso.nbsp;Hoje\n está muito bem adaptado. Só alguns "eventos" ainda provocam espanto. "O\n transporte coletivo é muito precário, mas custa R$ 1,00, nem dá para \n reclamar. Mesmo assim, há algum tempo, um grupo se crucificou de \n verdade, exigindo redução da tarifa", lembra.
Artur é do tipo que aproveita as horas \n de folga para explorar a região e conhecer costumes. Adora empanada e \n Chipaguaçu, pratos típicos. Mas não é todo elogios a Assunção. Critica o\n trânsito caótico, a sujeira, mas é otimista. As coisas estão mudando \n aos poucos. Antes, ninguém nem andava de cinto de segurança aqui. Mas \n campanhas têm mudado isso. Ainda assim considera estranha, por exemplo,\n a forma como um jovem consegue habilitação para dirigir. "Não tem nem \n teste de direção", explica.O universitário também reclama que não\n há lixeiras pela cidade e dia desses deu até uma de repórter, enviando \n foto e informações ao jornal ABC Color, um dos mais importantes do \n Paraguai, para denunciar o desleixo. Passei depois e tinham resolvido o\n problema, conta.Ele considera o povo paraguaio companheiro, \n uma conclusão depois de boas surpresas. Um dia meu carro ficou sem \n gasolina. Passaram 2 caras em uma moto, dei dinheiro para eles comprarem\n para mim e eles voltaram com o combustível.Até time do coração \n Artur já definiu, é "Libertad" do Paraguai. Torcedor do São Paulo, \n descobriu a nova paixão em 2011, quando os paraguaios eliminaram \n justamente o time brasileiro na copa Sulamericana. "Nem fiquei triste. \n Quando vi, já era Libertad".
Maduro - Para Artur Ovando, a escolha ocorreu há 6 \n anos. Prestes a se formar na Unida (Universidad de la Integración de las\n Américas), ele diz que nunca teve dúvidas sobre a decisão de estudar em\n Assunção. De Jardim, terra natal, já saiu para morar em 8 cidades. \n Também fez Veterinária, mas só agora, aos 33 anos, diz estar convicto \n sobre o futuro. Escutava muita coisa negativa sobre o Paraguai, mas \n desde que cheguei tenho boa impressão sobre o país.Segundo ele, \n mais de 100 brasileiros chegam todos os anos para tentar a faculdade de \n Medicina, mas a maioria desiste quando descobre que a rotina é bem \n puxada. Ficam só uns 10. Eles acham que é fácil porque não tem \n vestibular, mas é bem difícil seguir em frente. Só quem está aqui vê o \n quanto é séria a formação, garante.O início é de aulas das 7h às\n 18h, depois os alunos passam a misturar pratica com alguns créditos \n teóricos.nbsp;Quando começar a residência, o aluno tem de estar entre os \n primeiros na turma para ter direito a escolher a especialidade.No\n último fim de semana, um grande laboratório ofereceu uma espécie de \n pré-formatura à turma de Artur. Luana Loureiro saiu de Campo Grande para\n comemorar com o namorado.Os dois se conheceram meninos, ele \n tentou quase uma vida conquistar a moça e há um ano conseguiu. Hoje \n pensam em se casar.nbsp;Arquiteta, Luana parece estar pronta para a mudança \n de endereço. Eu gosto muito de Assunção. É uma cidade tranquila, \n justifica.O custo de vida é outro bom motivo para uma vida longe \n de Campo Grande. De aluguel, Artur paga R$ 600,00 em um apartamento \n mobiliado e bem localizado. Quando chegou, não tinha carro e com R$ 8 \n mil comprou recentemente um completo, automático. De alimentação são \n mais R$ 25,00 por dia. "Isso porque como nos melhores lugares, poderia \n economizar muito mais", explica. Fã de música clássica, também elogia a \n quantidade de atrações culturais, muitas de graça. Na faculdade, em \n estágio avançado, pagará neste mês só R$ 1,1 mil.Por tudo isso, não cogita a possibilidade de retornar ao Brasil depois da conclusão do curso.nbsp;Hoje\n está muito bem adaptado. Só alguns "eventos" ainda provocam espanto. "O\n transporte coletivo é muito precário, mas custa R$ 1,00, nem dá para \n reclamar. Mesmo assim, há algum tempo, um grupo se crucificou de \n verdade, exigindo redução da tarifa", lembra.
Artur é do tipo que aproveita as horas \n de folga para explorar a região e conhecer costumes. Adora empanada e \n Chipaguaçu, pratos típicos. Mas não é todo elogios a Assunção. Critica o\n trânsito caótico, a sujeira, mas é otimista. As coisas estão mudando \n aos poucos. Antes, ninguém nem andava de cinto de segurança aqui. Mas \n campanhas têm mudado isso. Ainda assim considera estranha, por exemplo,\n a forma como um jovem consegue habilitação para dirigir. "Não tem nem \n teste de direção", explica.O universitário também reclama que não\n há lixeiras pela cidade e dia desses deu até uma de repórter, enviando \n foto e informações ao jornal ABC Color, um dos mais importantes do \n Paraguai, para denunciar o desleixo. Passei depois e tinham resolvido o\n problema, conta.Ele considera o povo paraguaio companheiro, \n uma conclusão depois de boas surpresas. Um dia meu carro ficou sem \n gasolina. Passaram 2 caras em uma moto, dei dinheiro para eles comprarem\n para mim e eles voltaram com o combustível.Até time do coração \n Artur já definiu, é "Libertad" do Paraguai. Torcedor do São Paulo, \n descobriu a nova paixão em 2011, quando os paraguaios eliminaram \n justamente o time brasileiro na copa Sulamericana. "Nem fiquei triste. \n Quando vi, já era Libertad".
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