Geral
07/05/2013 09:06:05
Falta de inspeção adequada pode contribuir para causar doenças à população, adverte veterinário
A falta de higiene em um abatedouro ou frigorífico pode trazer grandes riscos à saúde humana.
Agência Brasil/LD
Imprimir
\n \n A falta de higiene em um abatedouro ou\n frigorífico pode trazer grandes riscos à saúde humana. Na falta de inspeção\n adequada, micro-organismos e bactérias podem causar doenças aos humanos, assim\n como há produtos químicos [que podem ter sido usados na] criação dos animais e\n [podem afetar a saúde humana] quando não há a fiscalização devida, advertiu o\n o presidente da Academia Brasileira de Medicina Veterinária (Abramvet), Milton\n Thiago de Mello. Ele lembrou que isso se chama segurança alimentar. \n \n Nessa\n área, Mello destacou o papel dos veterinários, mas criticou o fato de a maioria\n das agências que cuidam da fiscalização não contratar esses profissionais.\n Existe, apontou, uma insuficiência quantitativa de veterinários. E é por isso\n que a academia está empenhada em formar esses profissionais. A entidade firmou\n convênio com a Sociedade Nacional de Agricultura (SNA) para a atualização de\n fiscais estaduais e municipais e a capacitação de responsáveis técnicos para\n atuar em abatedouros, entrepostos, frigoríficos e varejistas. \n \n Até\n que a carne seja consumida pela população, existe uma cadeia que se denomina\n internacionalmente do pasto ao prato e que faz parte da segurança alimentar,\n explicou Mello, destacando que em cada etapa dessa cadeia, o veterinário tem\n que estar presente. Segundo ele, o consumidor deve estar atento e verificar se\n na carne que pretende comprar há o carimbo do Serviço de Inspeção Federal\n (S.I.F.) do Ministério da Agricultura, que atesta a qualidade sanitária do\n produto. \n \n As\n carnes que têm esse carimbo S.I.F. são consideradas seguras. E é essa carne que\n exportamos e que dá uma porcentagem grande do Produto Interno Bruto (PIB - a\n soma de bens e serviços produzidos no país) brasileiro. Mello lembrou que se a\n carne produzida no país é boa para os chineses, russos e árabes que compram do\n Brasil, tem que ser [boa] também para a população brasileira. \n \n O\n presidente do Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados de Santa Catarina,\n Clever Pirola Avila, aconselhou os consumidores a dar preferência a produtos\n que tenham a certificação do governo federal. Fazendo essa triagem, [o\n consumidor já resolve 95% das preocupações com os] produtos disponíveis no\n mercado" Outra recomendação é comprar marcas conhecidas. Santa Catarina é\n um dos maiores produtores de carne do país. \n \n Sobre\n a crueldade praticada no abate dos animais em muitos matadouros e frigoríficos,\n o presidente da Abramvet reconheceu que o Brasil, apesar do desenvolvimento registrado\n nos últimos anos, ainda não está à altura das exigências internacionais do\n bem-estar animal. Para ele, isso constitui um dos obstáculos à exportação de\n produtos brasileiros de origem animal. \n \n É\n a chamada barreira do bem-estar animal. Para ele, as formas de abate\n praticadas no Brasil não condizem com o avanço tecnológico atual, o que obriga\n o país a adotar a pesquisa para desenvolver métodos mais modernos e que causem\n menos sofrimento aos animais. \n \n Para\n o presidente da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), Antonio Alvarenga, ao\n mesmo tempo em que há uma campanha para melhorar a qualidade da carne produzida\n no país, há o combate a matadouros municipais e estaduais, sejam clandestinos\n ou regularizados, que, aparentemente, não estão cumprindo as normas de sanidade\n federal. Ele acredita que a saída não é fechar o abatedouro ou o pequeno\n frigorífico. A saída é dar condições para que eles possam atender às\n exigências de sanidade e qualidade da carne, apontou. \n \n Segundo\n Alvrenga, a fiscalização é exercida em níveis federal, estadual e municipal e\n muitas vezes é deficiente. Daí a proposta de treinar os fiscais estaduais e\n municipais. Outra preocupação é que todo abatedouro e frigorifico tenha um\n responsável técnico habilitado para fiscalizar e organizar a produção de carne.\n \n \n Muitas\n vezes, esses funcionários cumprem papel meramente burocrático. O objetivo é\n aumentar o número de responsáveis técnicos capacitados para prestar atendimento\n a esses órgãos que abatem animais, armazenam e vendem a carne aos consumidores.\n Dessa forma, a gente tenta dar condições para que esses matadouros municipais e\n estaduais sobrevivam, argumentou. \n \n Caso\n contrário, disse, o que pode acontecer é uma concentração do setor nas mãos dos\n grandes frigoríficos. O presidente da SNA considerou que isso daria aos\n frigoríficos um poder econômico muito forte que não seria bom" para o\n produtor rural, para o pecuarista. Queremos que esses matadouros municipais e\n estaduais [disponham da] mesma condição de produzir uma carne de qualidade, com\n a sanidade desejada para o mercado consumidor. A nossa intenção é essa. \n \n O\n presidente da Abramvet, Milton Thiago de Mello, também defendeu que o assunto\n possa ser equacionado sem a necessidade de se fazer uma campanha de caça às\n bruxas ao governo, aos abatedouros ou aos veterinários. Tem que ser um\n mutirão de interesses elevados para que a carne e os outros produtos de origem\n animal sejam realmente de boa qualidade para a população brasileira. \n \n \n \n \n
COMENTÁRIO(S)
Últimas notícias