\n \n A argentina Máxima Zorreguieta, uma economista de 41 anos, se\n casou há 11 anos com o então príncipe herdeiro do trono e passa a ser agora\n rainha da Holanda. Willem-Alexander foi coroado nesta terça-feira em uma\n cerimônia em Amsterdã; ele é o primeiro rei holandês desde 1890 e ascendeu ao\n trono após a abdicação de sua mãe. \n \n A história recente da Holanda tem reservado o trono do país às\n mulheres: Emma (rainha regente de 1890 a 1898), Wilhelmina (1898 a 1948),\n Juliana (1948 a 1980) e Beatrix (1980 a 2013). A rainha havia anunciado seu\n desejo de abdicar ainda em janeiro, dizendo que o filho estava "pronto\n para reinar" e que era chegada a hora de o trono ser ocupado por "uma\n nova geração". \n \n Após a assinatura de documentos oficiais, Beatrix anunciou, diante\n da Dam Square (praça central de Amsterdã onde está localizado um dos três\n palácios usados pela realeza holandesa): "Estou feliz e grata de\n apresentá-los seu novo rei, Willem-Alexander". \n \n Representantes de famílias reais de todo o mundo estiveram\n presentes, entre eles o príncipe Charles e a duquesa da Cornuália, além de\n príncipes e princesas da Espanha, da Dinamarca e de países árabes. Após o\n encerramento das cerimônias terá continuidade o Queens Day, celebração anual do\n aniversário da rainha, e espécie de "carnaval holandês", quando as\n ruas do país (sobretudo de Amsterdã) são tomadas por milhares de pessoas\n vestindo laranja, a cor nacional. \n \n A partir do ano que vem a festa passa a se chamar "Kings\n Day". Argentina Parte dos holofotes também esteve voltada à nova\n rainha-consorte, a argentina que caiu nas graças dos holandeses por sua\n simpatia, carisma e estilo emotivo. Onze anos atrás, quando se casou com o\n príncipe Willem-Alexander, a economista era desconhecida no pequeno reino\n europeu e o fato de seu pai, Jorge Zorreguieta, ter sido ministro de\n Agricultura do governo ditatorial de Jorge Rafael Videla (1976-1981) na\n Argentina era uma mancha em sua reputação.\n \n nbsp;Mas o choro pela ausência do pai, proibido de participar da\n cerimônia de casamento pelas autoridades holandesas, e também da mãe, que optou\n por não ir sozinha, reverteu a situação drasticamente. Sua demonstração pública\n de emoção foi vista com bons olhos e nos últimos anos sua popularidade chegou a\n ser maior do que a do marido e da própria sogra, a rainha Beatrix, que nesta\n terça-feira passou a coroa ao filho. \n \n Trajetória em comum Máxima conquistou os holandeses com seu\n conhecimento de história e tradição do país A trajetória da nova rainha\n consorte da Holanda tem pontos em comum com a da rainha Sílvia, da Suécia,\n nascida na Alemanha e filha de pai alemão e mãe brasileira e que residiu em São\n Paulo entre 1947 e 1957. As duas têm um passado de plebeias pertencentes à\n elite. Máxima estudou no famoso colégio bilíngue Northlands, em um bairro nobre\n de Buenos Aires. \n \n Depois de se formar em economia, em 1995, ela se mudou para Nova\n York, onde trabalhou em uma série de instituições financeiras, entre elas o\n Deutsche Bank. Após um tempo de carreira e períodos de trabalho nos Estados\n Unidos e na Europa, foi apresentada a Willem-Alexander por uma amiga\n aristocrata durante uma viagem. \n \n Dois anos depois, estava casada com o futuro chefe da monarquia\n Orange-Nassau. Emotiva e cultural Máxima se destacou pelo seu tom emotivo, mas\n também pelo interesse pela cultura local e pela rapidez com que aprendeu a\n falar holandês. Rainha Beatrix abdicou do trono em favor do filho, após 33 anos\n no cargo.\n \n nbsp;Em 2009, foi nomeada como representante de um programa\n especial das Nações Unidas para avançar o desenvolvimento inclusivo por meio do\n microcrédito e viajou por diversos países. Mas ela e o marido também já foram\n alvos de acusações, como de haverem cometido evasão fiscal e de terem hábitos\n extravagantes. \n \n Em 2011, um jornal holandês acusou os dois de evasão de impostos\n por meio de um paraíso fiscal. A polêmica surgiu por um projeto do casal de\n construir uma casa de veraneio em Moçambique – que logo foi descartado. \n \n Monarquia holandesa\n \n nbsp;A família real holandesa é tradicionalmente informal quando\n comparada a outras monarquias europeias. Os príncipes costumam estudar em\n escolas públicas, e as cerimônias são menos pomposas. Mas os mesmos monarcas\n que patinam no gelo ao lado dos súditos mantêm a casa real mais cara da Europa:\n de acordo com um informe divulgado em 2011, os gastos anuais dos Orange-Nassau\n superam os US$ 50 milhões anuais (cerca de R$ 100 milhões).\n \n nbsp;Apesar dos altos gastos da família real, 59% dos holandeses\n dizem confiar nos Orange-Nassau, enquanto apenas 12% demonstram confiança nos\n políticos, e 75% apoiam a manutenção da monarquia constitucional.\n \n nbsp;O rei e a rainha já anunciaram que por ora continuarão\n vivendo em Wassenaar, uma pequena cidade de 25 mil habitantes em uma das áreas\n mais ricas da Holanda, e que devem levar alguns anos até se mudarem para o\n palácio real de Bosch, em Haia. Além disso, manterão a herdeira do trono\n holandês e suas irmãs na escola pública onde estudam .\n \n \n \n \n