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22/09/2012 07:19:38
IBGE não sabe o motivo de jovens estudarem menos
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) realizada em 2011 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revela um aumento na proporção de jovens que não estudam e não trabalham no País.

Correio do Estado/LD

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\n \n A\n Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) realizada em 2011 pelo\n Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revela um aumento na\n proporção de jovens que não estudam e não trabalham no País. Em 2009, 85,2% da\n população de 15 a 17 anos frequentava a escola. Dois anos depois, o porcentual\n caiu para 83,7%, interrompendo uma tendência de crescimento da taxa de\n escolarização nessa faixa etária verificada desde 2005.\n \n O\n número absoluto de estudantes de 15 a 17 anos manteve-se estável em 8,8 milhões\n de 2009 para 2011, apesar do aumento da população nesse grupo no período. A\n explicação para a queda da taxa de escolarização entre os jovens não é a ida\n para o mercado de trabalho formal, diz a gerente da pesquisa, Maria Lucia\n Vieira. Segundo a Pnad, os jovens de 15 a 17 anos representavam 3,1% da\n população ocupada no País em 2009, participação que caiu para 2,8% em 2011, uma\n variação negativa de 11,1%. Em termos absolutos, houve uma diminuição no\n período de 319 mil pessoas dessa faixa etária trabalhando.\n \n “Não\n conseguimos investigar exatamente a causa, mas a princípio eles não trabalham e\n não estudam”, acrescenta Maria Lucia. Para o economista Cláudio Moura Castro, a\n queda da taxa de escolarização entre os jovens reflete uma “crise no ensino\n médio”. “A matrícula está caindo porque o médio é muito ruim, é chato. As\n pessoas desanimam”, diz ele. “A explicação consensual é que se trata muito mais\n de uma expulsão do médio do que atração pelo mercado de trabalho”, acrescenta\n Castro. Segundo ele, estatísticas de censos educacionais já indicavam “estagnação\n e contração”. “A queda não é dramática, mas a gente esperaria uma expansão\n contínua.”\n \n Para\n Simon Schwartzman, ex-presidente do IBGE, o ensino médio é pouco estimulante e\n a perda de alunos é consistente. Ele lembra que o abandono é maior entre os\n homens. A atual presidente do IBGE, Wasmália Bivar, avalia que a população\n adolescente “ainda precisa de incentivos, de políticas mais específicas, para\n que a permanência na escola ocorra de fato”. “Trata-se de um desafio, de uma\n mudança quase cultural, para que o adolescente troque a renda de hoje por uma\n renda melhor no futuro através da educação”, acrescenta Wasmália. Entre as\n crianças de 6 a 14 anos, a taxa de escolarização teve um aumento de 0,6 ponto\n porcentual, passando de 97,6% para 98,2% no mesmo período analisado.\n \n Analfabetos\n \n No\n entanto, a Pnad mostra que o País ainda tem 12,9 milhões de analfabetos com 15\n anos ou mais de idade. “Não há campanha que mude os números de analfabetismo.\n Quem resolve é Deus. A queda é mecanicamente previsível. Não vai haver surpresa”,\n diz Moura Castro. Do total de analfabetos, 8,2 milhões (63%) tinham 50 anos ou\n mais em 2011. Wasmália reconhece que o desafio é grande, por causa do estoque\n da população analfabeta envelhecida, mas considera a queda de 1,1 ponto\n porcentual da taxa de analfabetismo em relação a 2009 “expressiva frente a\n movimentos anteriores”.\n \n O\n contingente de analfabetos está concentrado no Nordeste, especialmente na\n população idosa. Apesar das quedas sucessivas nos últimos anos, a região\n apresentou em 2011 uma taxa que atinge quase o dobro da média nacional (16,9%,\n ante 8,6%). Há 6,8 milhões de analfabetos no Nordeste, mais da metade (52,7%)\n do total do País.\n \n A\n Pnad também mostra que, em 2009, a rede pública de ensino foi responsável pelo\n atendimento a 87,0% dos estudantes do nível fundamental, 86,4% do nível médio e\n 23,3% do nível superior. Em 2011, o porcentual foi o mesmo no ensino\n fundamental, oscilou para 87,2% no nível médio e subiu para 26,8% no ensino\n superior. Ou seja: apesar do aumento nos últimos dois anos, a rede privada\n atende a 73,2% dos estudantes universitários. Apenas 6,6 milhões cursavam o\n ensino superior no País em 2011.\n \n \n \n \n
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