Foram quatro postos de saúde em menos \n de uma semana em busca de realizar alguns exames que deveriam ser \n oferecidos pela rede pública, mas, para a frustração do aposentado \n Valdir José Botelho, 58 anos, a peregrinação pelos bairros de Campo \n Grande foi em vão.Embora os exames não fossem para ele mesmo, mas\n sim para um senhor de 71 anos que é amigo do aposentado, o sentimento \n de revolta não é menor. Valdir conta que no dia 28 de outubro, ou seja, \n na segunda-feira da semana passada, o idoso passou mal com falta de ar e\n dor no peito.Ao levá-lo no primeiro posto de saúde, do Coronel \n Antonino, o clínico geral que o atendeu disse que o olho dele estava \n amarelo e levantou a suspeita de que o paciente pode estar com algum \n problema muito sério no rim ou no fígado. Diante do diagnóstico \n preliminar, o médico pediu uma série de exames e indicou que fossem \n feitos no posto de saúde 26 de Agosto.Quando eles chegaram ao \n local indicado, a unidade estava fechada. “Fui com ele, então, ao posto \n de saúde Vila Almeida, onde me informaram que não seria possível fazer \n os exames porque não havia reagente, que é o material para realizar o \n exame”, conta Valdir.No dia seguinte, os dois retornaram ao posto\n 26 de Agosto, que desta vez estava aberto. Na unidade, um funcionário \n marcou os exames para a quinta-feira (31), às 6h, no posto de saúde que \n fica na avenida Calógeras, quase esquina com a Afonso Pena.“Quando\n cheguei lá, a resposta foi a mesmo que me deram no Vila Almeida, que \n não tinha reagente e ainda afirmou que não adiantava eu ir a outro posto\n de saúde porque em nenhum tinha o material”, relata o aposentado.Ainda\n ontem (5), mais de uma semana de quando o médico pediu os exames, \n Valdir passou novamente no posto 26 de Agosto, mas o material continuava\n em falta.“Gastei quase um tanque de gasolina andando a cidade e \n não encontrei um posto de saúde que tivesse material para fazer os \n exames. Isso é o cúmulo, pois se o município arrecada é para investir na\n saúde”, desabafa Valdir.A maior preocupação de Valdir é que o \n idoso mora sozinho e já teve quedas por causa do mal estar. “Ele precisa\n fazer o exame para saber o que tem e iniciar o tratamento, só que não \n tem condições de pagar, isso é obrigação da Prefeitura, é um crime \n contra os idosos”, reclama Valdir.A reportagem do CGNewsnbsp;entrou\n em contato com a Secretaria de Saúde do Município ontem e hoje para \n questionar a falta de material para realizar os exames, mas não obteve \n resposta até o fechamento desta matéria.