Geral
24/11/2012 07:35:29
Macarrão é condenado a 15 anos de prisão; ex-namorada de Bruno pega 5
Macarrão pegou 15 anos de prisão - pena mínima por homicídio qualificado em razão de sua confissão -, e Fernanda, 5 anos em regime aberto.
G1/LD
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\n \n O júri\n popular do caso Eliza Samudio condenou, na noite desta sexta-feira (23), no\n Fórum de Contagem, em Minas Gerais, os réus Luiz Henrique Ferreira Romão, o\n Macarrão, e Fernanda Gomes de Castro, ex-namorada do goleiro Bruno, por\n participação nas ações que resultaram na morte da ex-amante do jogador.\n \n Macarrão\n pegou 15 anos de prisão - pena mínima por homicídio qualificado em razão de sua\n confissão -, e Fernanda, 5 anos em regime aberto. A sentença começou a lida às\n 23h50 da sexta-feira e terminou por vota de 0h10 de sábado. \n \n Eliza sumiu\n em 2010 e seu corpo nunca foi achado. Ela tinha 25 anos e era mãe do filho\n recém-nascido do goleiro Bruno, de quem foi amante. Na época, Bruno era titular\n do Flamengo e não reconhecia a paternidade.\n \n Conforme a\n sentença da juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, Macarrão foi condenado a 12 anos\n em regime fechado por homicídio triplamente qualificado (por motivo torpe,\n asfixia e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima) e mais três anos em\n regime aberto por sequestro e cárcere privado. Ele foi absolvido da acusação de\n ocultação de cadáver. Ao ouvir a decisão, Macarrão chorou.\n \n Fernanda foi\n culpada por dois crimes de sequestro e cárcere privado, de Eliza Samudio e de\n seu filho, Bruninho, condenada à pena de 5 anos a ser cumprida em regime\n aberto.\n \n Execução\n meticulosamente arquitetada
\n Em sua decisão, a juíza afirmou que o crime foi uma "execução\n meticulosamente arquitetada" e que os acusados agiram com\n "perversidade" e que a culpabilidade é "acentuada".\n \n A juíza\n fixou a pena base de 20 anos contra Macarrão pelo homicídio, que foi atenuada por\n sua confissão. "Embora a confissão do réu seja parcial, ela encontra\n especial valor", escreveu. "A admissão do réu de que realmente levou\n Eliza para o encontro com a morte foi de extrema relevância para tirar do\n conselho de sentença qualquer dúvida. Prestigio a sua confissão em plenário\n para reduzir a pena aplicada para o mínimo legal".\n \n A juíza\n afirma que, mesmo antes do júri, tinha a convicção de que houve o crime com\n base na "prova indireta e que Eliza Samudio de fato havia sido brutalmente\n assassinada". "No entanto, alguns advogados dos corréus, no seu\n regular exercício da defesa, semearam de forma exitosa a dúvida na mente de\n milhares de pessoas que, ao longo de dois anos e cinco meses, se questionavam e\n se perguntavam se Eliza Samudio estava realmente morta", disse.\n \n Quanto a\n Fernanda, a juíza entendeu que ela é primária e tem bons antecedentes, possui\n ocupação lícita e se dedica a trabalhos sociais, mas sua conduta é\n "altamente reprovável". "Embora fugindo do conhecimento de que o\n destino de Eliza era a morte, prestou inestimável auxílio aos demais\n envolvidos, não se preocupando com o destino daquela própria moça",\n afirmou. "Seu sequestro foi o prelúdio de seu extermínio".\n \n Repercussão
\n O promotor Henry Wagner de Castro disse, após a leitura da sentença, que a\n Promotoria não vai recorrer da pena "porque entende que houve justiça na\n dosagem". Ele projetou possível pena para o goleiro Bruno, que ainda será\n julgado. "Se Macarrão pegou 20 anos pelo homicídio, é claro que a\n [sentença] do Bruno tem que começar por aí", afirmou no plenário,\n ressaltando que "não há escapatória" para o goleiro.\n \n A advogado\n de Macarrão, Leonardo Diniz, disse que "a defesa vai analisar\n oportunamente na semana que vem se vai interpor recurso". Ele diz que vai\n analisar a dosimetria da pena, mas afirmou que "a defesa entende que foi\n uma vitória". Carla Silene, advogada de Fernanda, disse que, "dentro\n do contexto que se apresentou, ela já esperava esse resultado".\n \n Os jurados\n saíram do plenário em direção à sala secreta às 21h e voltaram depois de mais\n de duas horas. Durante esse período, eles responderam a quesitos preparados\n pela juíza Marixa, com a concordância de advogados e do promotor. Com respostas\n "sim" e "não", os jurados decidiram se os réus cometeram o\n crime, se podem ser considerados culpados e se há agravantes ou atenuantes,\n como ser réu primário. Em seguida, a juíza redigiu a sentença.\n \n O júri\n popular, que teve início com cinco réus, acabou com apenas dois acusados:\n Macarrão e Fernanda. O jogador Bruno Fernandes de Souza é acusado de ter\n arquitetado a morte da ex-amante, em 2010, para não ter de reconhecer o filho\n que teve com Eliza nem pagar pensão alimentícia. Bruno, a sua ex-mulher Dayanne\n Rodrigues e o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, tiveram o júri\n desmembrado pela juíza Marixa e serão julgados em 2013.\n \n O crime
\n Conforme a denúncia, Eliza foi levada à força do Rio de Janeiro para um sítio\n do goleiro, em Esmeraldas (MG), onde foi mantida em cárcere privado. Depois, a\n vítima foi entregue para o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, que\n a asfixiou e desapareceu com o corpo, nunca encontrado. O bebê Bruninho foi\n achado com desconhecidos em Ribeirão das Neves (MG).\n \n Além\n de réus que tiveram júri desmembrado, dois acusados serão julgados\n separadamente Elenílson Vitor da Silva e Wemerson Marques de Souza. Sérgio\n Rosa Sales, primo de Bruno, foi morto a tiros em agosto. Outro suspeito, Flávio\n Caetano Araújo, que chegou a ser indiciado, teve o processo arquivado.\n \n Investigações
\n A polícia encerrou o inquérito com base em laudos que atestam presença de\n sangue de Eliza em um carro de Bruno, nos depoimentos de dois primos que\n incriminam o goleiro, em sinais de antena de celular e multas de trânsito que\n mostram a viagem do grupo do Rio de Janeiro até Minas Gerais e em conversas de\n Eliza com amigos pela internet, nas quais relata o medo que sentia.\n \n Eliza\n também havia prestado queixa contra o atleta quando ainda estava grávida,\n dizendo que ele a forçou, armado, a tomar abortivos. Ela ainda deixou um vídeo\n dizendo que poderia aparecer morta se não tivesse proteção.\n \n Promotor vê Macarrão protagonista
\n Durante\n sua primeira manifestação na fase de debates entre acusação e defesas, o\n promotor Henry Wagner Vasconcelos de Castro apresentou uma série de provas ao\n júri popular, entre elas registros de telefonemas realizados pelos réus, um laudo\n do sangue de Eliza achado no carro do atleta, além dos depoimentos de Jorge\n Luiz Rosa e de Sérgio Rosa Sales, primos de Bruno, dados à polícia e que dão\n detalhes sobre a morte da ex-amante do goleiro.\n \n Ao\n falar novamente em sua réplica, Castro apontou Macarrão como\n "protagonista" dos eventos que resultaram na morte de Eliza. Ele\n citou novamente depoimento do primo do goleiro: "Sérgio, sobre a atuação\n do Macarrão, apontada por ele como de extrema relevância na divisão de tarefas\n que foi estipulada [...] Macarrão é colocado como protagonista desses\n acontecimentos".\n \n Ele\n também pediu a condenação de Fernanda Gomes de Castro, dizendo que ela sabia o\n que estava sendo planejado quando foi à casa de Bruno. "Ela chegou lá\n sabendo qual era sua tarefa. Já no sítio, Fernanda não tinha dúvida do que\n aconteceria com Eliza", disse. "A absolvição de Fernanda é uma\n injustiça. Não há possibilidade de absolver Fernanda desse sequestro, sem\n absolver Macarrão do sequestro".\n \n Defesa pede reprimenda justa
\n Leonardo Diniz, advogado de Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, pediu aos\n jurados uma "reprimenda justa" para seu cliente, na primeira vez em\n que se pronunciou no plenário. O defensor defendeu a absolvição do seu cliente\n dos crimes de sequestro, porque não teria participado, e de ocultação de\n cadáver, porque não saberia o que foi feito do corpo.\n \n Ao\n se pronunciar durante a tréplica da fase de debates, o defensor disse que a\n condenação dos réus será um "troféu extraordinário" para o promotor\n do caso, para quem "condenação é estatística". Ele afirmou que\n "todo mundo está propenso a errar e estar subjugado a um processo cuja\n prova é fraca".\n \n Ele\n voltou a pedir "uma condenação justa" para Macarrão e defendeu a\n confissão do réu, na madrugada de quinta (22). "A confissão ela é muito\n consistente sim. Ela traz um valor muito grande nesse processo sim",\n disse. "Suas informações não destoam aqui do processo em julgamento, em\n nada".\n \n Diniz\n também voltou a dizer que o réu não presenciou a morte de Eliza. "Como?\n Macarrão estava no sítio. Ele chutou? Claro que não, nem lá ele estava",\n afirmou ao júri. "Não se condena pisando em areia movediça. O julgador\n quando julga, julga em terreno firme. Se não tem prova robusta, melhor\n absolver", defendeu.\n \n Advogada de Fernanda pede provas
\n Carla Silene, responsável pela defesa de Fernanda Gomes de Castro, namorada do\n goleiro Bruno à época do desaparecimento de Eliza, disse, na primeira rodada de\n argumentações, que não é possível condenar sua cliente sem provas de sua\n participação no crime. "Cadê as provas? [...] Contra Fernanda Castro, pelo\n cárcere privado de Eliza e Bruninho, essas provas não vieram", afirmou.\n "Eu só posso condenar quando eu tenho prova".\n \n Durante\n a tréplica, ela criticou o promotor Henry Castro por ofender sua cliente por\n diversas vezes e pediu que o caso seja levado à Corregedoria do Ministério\n Público, responsável por avaliar a conduta dos promotores. "A defesa, com\n todo respeito ao ser humano, em nenhum momento desqualificou a pessoa da\n vítima, especialmente respeitando a mãe dela, que se encontra neste\n plenário", disse.\n \n Segundo\n a advogada de Fernanda, os depoimentos dos caseiros do sítio demonstram que\n Eliza não tinha ferimentos e não usava lenço na cabeça. "Que ela estava lá\n normal, não tinha cara de assustada e aterrorizada". Ela também\n desqualificou o depoimento de Jorge Luiz Rosa, primo de Bruno menor de idade à\n época do crime e que atualmente está em programa de proteção a testemunhas,\n dizendo que ele não confirmou à Justiça seu depoimento dado à polícia.\n \n Júri fica com um réu a menos e define jurados
\n O primeiro dia do júri popular, realizado na segunda-feira (19), foi marcado\n pela atuação dos advogados de Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, que\n abandonaram o plenário, e pelo primeiro depoimento de testemunha de acusação,\n Cleiton Gonçalves, ex-motorista do goleiro Bruno Fernandes, principal acusado.\n Também foram definidos seis mulheres e um homem como jurados do caso.\n \n O\n goleiro Bruno alternou risos e expressões sérias durante a primeira sessão. Sem\n algemas, direito de todos os réus em júri popular, o jogador mexeu no queixo,\n reclinou a cabeça em direção aos joelhos, mas, na maior parte do tempo, ficou\n parado, de queixo erguido e olhar atento a tudo que acontecia no julgamento.\n \n Bruno troca a defesa e júri fica com três réus
\n Na segunda sessão, realizada na terça (20), o goleiro Bruno destituiu o\n responsável por sua defesa, Rui Pimenta. Ele tentou afastar também o outro\n defensor, Francisco Simim, mas o pedido foi negado pela juíza Marixa Fabiane\n Lopes Rodrigues, que viu manobra para adiar o julgamento. Tiago Lenoir foi\n apresentado como novo advogado da equipe de defesa.\n \n O\n pedido de Bruno resultou na saída da ré Dayanne, ex-mulher do goleiro, do júri\n popular. Ela responde à ação em liberdade e terá mais tempo para ser defendida\n por outro advogado. Ao longo do dia foram ouvidos depoimentos de três pessoas:\n João Batista, citado no depoimento de Cleiton Gonçalves, ex-motorista de Bruno;\n Ana Maria Santos, delegada que falou sobre o depoimento de Jorge Luiz Rosa,\n primo de Bruno Fernandes; e Jaílson Alves de Oliveira; detento que disse ter\n ouvido na cadeia a confissão de Bola sobre a morte de Eliza Samudio.\n \n Júri de Bruno é adiado e Macarrão liga goleiro ao crime
\n A terceira sessão, que durou da manhã de quarta até a madrugada de quinta-feira\n (22), foi marcada pelo interrogatório do réu Luiz Henrique Ferreira Romão, o\n Macarrão, que disse ter levado de carro a ex-amante do jogador até local\n indicado pelo goleiro, em Belo Horizonte, onde a jovem entrou em um Palio.\n "Ele ia levar ela para morrer", afirmou sobre a ordem. Ele disse que\n não sabia o que iria acontecer com Eliza, mas que "pressentia" que a\n jovem seria morta.\n \n Pela\n manhã de quarta, Bruno deixou o júri após ter o julgamento desmembrado e adiado\n para 4 de março de 2013 por decisão da juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues,\n atendendo pedido da defesa. Lúcio Adolfo, novo advogado de Bruno após a saída\n de Francisco Simim, alegou não conhecer o processo.\n \n Ex confirma parte do depoimento de Macarrão
\n A ex-namorada do goleiro Bruno, Fernanda Gomes de Castro, confirmou na quinta\n (22), ao ser interrogada no quarto dia de júri popular, boa parte do depoimento\n de Macarrão. Ela disse ser inocente das acusações de sequestro e cárcere\n privado de Eliza e de Bruninho, filho da ex-amante com o goleiro, e confirmou\n que Macarrão usou seu carro, um Gol, por cerca de 20 minutos na noite do crime.\n \n Fernanda\n ressaltou que não desconfiou do destino trágico que Eliza teria, "pela\n calma que ela apresentava" durante o tempo que esteve em Minas. "Só\n tive conhecimento verdadeiro de que a Eliza foi executada ontem pelas\n declarações de Luiz Henrique [Macarrão]", afirmou.\n \n \n \n \n
\n Em sua decisão, a juíza afirmou que o crime foi uma "execução\n meticulosamente arquitetada" e que os acusados agiram com\n "perversidade" e que a culpabilidade é "acentuada".\n \n A juíza\n fixou a pena base de 20 anos contra Macarrão pelo homicídio, que foi atenuada por\n sua confissão. "Embora a confissão do réu seja parcial, ela encontra\n especial valor", escreveu. "A admissão do réu de que realmente levou\n Eliza para o encontro com a morte foi de extrema relevância para tirar do\n conselho de sentença qualquer dúvida. Prestigio a sua confissão em plenário\n para reduzir a pena aplicada para o mínimo legal".\n \n A juíza\n afirma que, mesmo antes do júri, tinha a convicção de que houve o crime com\n base na "prova indireta e que Eliza Samudio de fato havia sido brutalmente\n assassinada". "No entanto, alguns advogados dos corréus, no seu\n regular exercício da defesa, semearam de forma exitosa a dúvida na mente de\n milhares de pessoas que, ao longo de dois anos e cinco meses, se questionavam e\n se perguntavam se Eliza Samudio estava realmente morta", disse.\n \n Quanto a\n Fernanda, a juíza entendeu que ela é primária e tem bons antecedentes, possui\n ocupação lícita e se dedica a trabalhos sociais, mas sua conduta é\n "altamente reprovável". "Embora fugindo do conhecimento de que o\n destino de Eliza era a morte, prestou inestimável auxílio aos demais\n envolvidos, não se preocupando com o destino daquela própria moça",\n afirmou. "Seu sequestro foi o prelúdio de seu extermínio".\n \n Repercussão
\n O promotor Henry Wagner de Castro disse, após a leitura da sentença, que a\n Promotoria não vai recorrer da pena "porque entende que houve justiça na\n dosagem". Ele projetou possível pena para o goleiro Bruno, que ainda será\n julgado. "Se Macarrão pegou 20 anos pelo homicídio, é claro que a\n [sentença] do Bruno tem que começar por aí", afirmou no plenário,\n ressaltando que "não há escapatória" para o goleiro.\n \n A advogado\n de Macarrão, Leonardo Diniz, disse que "a defesa vai analisar\n oportunamente na semana que vem se vai interpor recurso". Ele diz que vai\n analisar a dosimetria da pena, mas afirmou que "a defesa entende que foi\n uma vitória". Carla Silene, advogada de Fernanda, disse que, "dentro\n do contexto que se apresentou, ela já esperava esse resultado".\n \n Os jurados\n saíram do plenário em direção à sala secreta às 21h e voltaram depois de mais\n de duas horas. Durante esse período, eles responderam a quesitos preparados\n pela juíza Marixa, com a concordância de advogados e do promotor. Com respostas\n "sim" e "não", os jurados decidiram se os réus cometeram o\n crime, se podem ser considerados culpados e se há agravantes ou atenuantes,\n como ser réu primário. Em seguida, a juíza redigiu a sentença.\n \n O júri\n popular, que teve início com cinco réus, acabou com apenas dois acusados:\n Macarrão e Fernanda. O jogador Bruno Fernandes de Souza é acusado de ter\n arquitetado a morte da ex-amante, em 2010, para não ter de reconhecer o filho\n que teve com Eliza nem pagar pensão alimentícia. Bruno, a sua ex-mulher Dayanne\n Rodrigues e o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, tiveram o júri\n desmembrado pela juíza Marixa e serão julgados em 2013.\n \n O crime
\n Conforme a denúncia, Eliza foi levada à força do Rio de Janeiro para um sítio\n do goleiro, em Esmeraldas (MG), onde foi mantida em cárcere privado. Depois, a\n vítima foi entregue para o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, que\n a asfixiou e desapareceu com o corpo, nunca encontrado. O bebê Bruninho foi\n achado com desconhecidos em Ribeirão das Neves (MG).\n \n Além\n de réus que tiveram júri desmembrado, dois acusados serão julgados\n separadamente Elenílson Vitor da Silva e Wemerson Marques de Souza. Sérgio\n Rosa Sales, primo de Bruno, foi morto a tiros em agosto. Outro suspeito, Flávio\n Caetano Araújo, que chegou a ser indiciado, teve o processo arquivado.\n \n Investigações
\n A polícia encerrou o inquérito com base em laudos que atestam presença de\n sangue de Eliza em um carro de Bruno, nos depoimentos de dois primos que\n incriminam o goleiro, em sinais de antena de celular e multas de trânsito que\n mostram a viagem do grupo do Rio de Janeiro até Minas Gerais e em conversas de\n Eliza com amigos pela internet, nas quais relata o medo que sentia.\n \n Eliza\n também havia prestado queixa contra o atleta quando ainda estava grávida,\n dizendo que ele a forçou, armado, a tomar abortivos. Ela ainda deixou um vídeo\n dizendo que poderia aparecer morta se não tivesse proteção.\n \n Promotor vê Macarrão protagonista
\n Durante\n sua primeira manifestação na fase de debates entre acusação e defesas, o\n promotor Henry Wagner Vasconcelos de Castro apresentou uma série de provas ao\n júri popular, entre elas registros de telefonemas realizados pelos réus, um laudo\n do sangue de Eliza achado no carro do atleta, além dos depoimentos de Jorge\n Luiz Rosa e de Sérgio Rosa Sales, primos de Bruno, dados à polícia e que dão\n detalhes sobre a morte da ex-amante do goleiro.\n \n Ao\n falar novamente em sua réplica, Castro apontou Macarrão como\n "protagonista" dos eventos que resultaram na morte de Eliza. Ele\n citou novamente depoimento do primo do goleiro: "Sérgio, sobre a atuação\n do Macarrão, apontada por ele como de extrema relevância na divisão de tarefas\n que foi estipulada [...] Macarrão é colocado como protagonista desses\n acontecimentos".\n \n Ele\n também pediu a condenação de Fernanda Gomes de Castro, dizendo que ela sabia o\n que estava sendo planejado quando foi à casa de Bruno. "Ela chegou lá\n sabendo qual era sua tarefa. Já no sítio, Fernanda não tinha dúvida do que\n aconteceria com Eliza", disse. "A absolvição de Fernanda é uma\n injustiça. Não há possibilidade de absolver Fernanda desse sequestro, sem\n absolver Macarrão do sequestro".\n \n Defesa pede reprimenda justa
\n Leonardo Diniz, advogado de Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, pediu aos\n jurados uma "reprimenda justa" para seu cliente, na primeira vez em\n que se pronunciou no plenário. O defensor defendeu a absolvição do seu cliente\n dos crimes de sequestro, porque não teria participado, e de ocultação de\n cadáver, porque não saberia o que foi feito do corpo.\n \n Ao\n se pronunciar durante a tréplica da fase de debates, o defensor disse que a\n condenação dos réus será um "troféu extraordinário" para o promotor\n do caso, para quem "condenação é estatística". Ele afirmou que\n "todo mundo está propenso a errar e estar subjugado a um processo cuja\n prova é fraca".\n \n Ele\n voltou a pedir "uma condenação justa" para Macarrão e defendeu a\n confissão do réu, na madrugada de quinta (22). "A confissão ela é muito\n consistente sim. Ela traz um valor muito grande nesse processo sim",\n disse. "Suas informações não destoam aqui do processo em julgamento, em\n nada".\n \n Diniz\n também voltou a dizer que o réu não presenciou a morte de Eliza. "Como?\n Macarrão estava no sítio. Ele chutou? Claro que não, nem lá ele estava",\n afirmou ao júri. "Não se condena pisando em areia movediça. O julgador\n quando julga, julga em terreno firme. Se não tem prova robusta, melhor\n absolver", defendeu.\n \n Advogada de Fernanda pede provas
\n Carla Silene, responsável pela defesa de Fernanda Gomes de Castro, namorada do\n goleiro Bruno à época do desaparecimento de Eliza, disse, na primeira rodada de\n argumentações, que não é possível condenar sua cliente sem provas de sua\n participação no crime. "Cadê as provas? [...] Contra Fernanda Castro, pelo\n cárcere privado de Eliza e Bruninho, essas provas não vieram", afirmou.\n "Eu só posso condenar quando eu tenho prova".\n \n Durante\n a tréplica, ela criticou o promotor Henry Castro por ofender sua cliente por\n diversas vezes e pediu que o caso seja levado à Corregedoria do Ministério\n Público, responsável por avaliar a conduta dos promotores. "A defesa, com\n todo respeito ao ser humano, em nenhum momento desqualificou a pessoa da\n vítima, especialmente respeitando a mãe dela, que se encontra neste\n plenário", disse.\n \n Segundo\n a advogada de Fernanda, os depoimentos dos caseiros do sítio demonstram que\n Eliza não tinha ferimentos e não usava lenço na cabeça. "Que ela estava lá\n normal, não tinha cara de assustada e aterrorizada". Ela também\n desqualificou o depoimento de Jorge Luiz Rosa, primo de Bruno menor de idade à\n época do crime e que atualmente está em programa de proteção a testemunhas,\n dizendo que ele não confirmou à Justiça seu depoimento dado à polícia.\n \n Júri fica com um réu a menos e define jurados
\n O primeiro dia do júri popular, realizado na segunda-feira (19), foi marcado\n pela atuação dos advogados de Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, que\n abandonaram o plenário, e pelo primeiro depoimento de testemunha de acusação,\n Cleiton Gonçalves, ex-motorista do goleiro Bruno Fernandes, principal acusado.\n Também foram definidos seis mulheres e um homem como jurados do caso.\n \n O\n goleiro Bruno alternou risos e expressões sérias durante a primeira sessão. Sem\n algemas, direito de todos os réus em júri popular, o jogador mexeu no queixo,\n reclinou a cabeça em direção aos joelhos, mas, na maior parte do tempo, ficou\n parado, de queixo erguido e olhar atento a tudo que acontecia no julgamento.\n \n Bruno troca a defesa e júri fica com três réus
\n Na segunda sessão, realizada na terça (20), o goleiro Bruno destituiu o\n responsável por sua defesa, Rui Pimenta. Ele tentou afastar também o outro\n defensor, Francisco Simim, mas o pedido foi negado pela juíza Marixa Fabiane\n Lopes Rodrigues, que viu manobra para adiar o julgamento. Tiago Lenoir foi\n apresentado como novo advogado da equipe de defesa.\n \n O\n pedido de Bruno resultou na saída da ré Dayanne, ex-mulher do goleiro, do júri\n popular. Ela responde à ação em liberdade e terá mais tempo para ser defendida\n por outro advogado. Ao longo do dia foram ouvidos depoimentos de três pessoas:\n João Batista, citado no depoimento de Cleiton Gonçalves, ex-motorista de Bruno;\n Ana Maria Santos, delegada que falou sobre o depoimento de Jorge Luiz Rosa,\n primo de Bruno Fernandes; e Jaílson Alves de Oliveira; detento que disse ter\n ouvido na cadeia a confissão de Bola sobre a morte de Eliza Samudio.\n \n Júri de Bruno é adiado e Macarrão liga goleiro ao crime
\n A terceira sessão, que durou da manhã de quarta até a madrugada de quinta-feira\n (22), foi marcada pelo interrogatório do réu Luiz Henrique Ferreira Romão, o\n Macarrão, que disse ter levado de carro a ex-amante do jogador até local\n indicado pelo goleiro, em Belo Horizonte, onde a jovem entrou em um Palio.\n "Ele ia levar ela para morrer", afirmou sobre a ordem. Ele disse que\n não sabia o que iria acontecer com Eliza, mas que "pressentia" que a\n jovem seria morta.\n \n Pela\n manhã de quarta, Bruno deixou o júri após ter o julgamento desmembrado e adiado\n para 4 de março de 2013 por decisão da juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues,\n atendendo pedido da defesa. Lúcio Adolfo, novo advogado de Bruno após a saída\n de Francisco Simim, alegou não conhecer o processo.\n \n Ex confirma parte do depoimento de Macarrão
\n A ex-namorada do goleiro Bruno, Fernanda Gomes de Castro, confirmou na quinta\n (22), ao ser interrogada no quarto dia de júri popular, boa parte do depoimento\n de Macarrão. Ela disse ser inocente das acusações de sequestro e cárcere\n privado de Eliza e de Bruninho, filho da ex-amante com o goleiro, e confirmou\n que Macarrão usou seu carro, um Gol, por cerca de 20 minutos na noite do crime.\n \n Fernanda\n ressaltou que não desconfiou do destino trágico que Eliza teria, "pela\n calma que ela apresentava" durante o tempo que esteve em Minas. "Só\n tive conhecimento verdadeiro de que a Eliza foi executada ontem pelas\n declarações de Luiz Henrique [Macarrão]", afirmou.\n \n \n \n \n
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