Geral
07/11/2013 10:45:19
Mãe de criança espancada em Dourados pode responder por omissão
Se o produto passasse da validade, ele adicionava água oxigenada para estabilizar a carga e entregar na indústria. Se identificava acidez elevada, o produto adicionado era a soda cáustica.
G1/LD
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O\n Ministério Público identificou um novo caso de adulteração do leite no Rio\n Grande do Sul. Um transportador com sede no município de Três de Maio,nbsp; no\n Noroeste, adicionava produtos químicos para recuperar o leite que estava\n vencendo. Se o produto passasse da validade, ele adicionava água oxigenada para\n estabilizar a carga e entregar na indústria. Se identificava acidez elevada, o\n produto adicionado era a soda cáustica.\n \n Foram\n cumpridos cinco mandados de busca e apreensão em Três de Maio e Nova Candelária.\n Foram apreendidos também documentos e notas fiscais. Ninguém foi preso. O\n grupo, que era liderado por um empresário de 31 anos, comprava leite prestes a\n vencer por preço até 50% inferior ao do mercado e, após a manipulação com água\n oxigenada, repassava para a indústria. O produto elimina as vitaminas A e E e,\n em altas concentrações, prejudica a flora intestinal.\n \n O\n promotor Mauro Rockenbach disse que a empresa LBR, que representa a marca Bom\n Gosto no Rio Grande do Sul, identificou o problema ao receber o produto e\n acionou o Ministério Público. A partir daí, a investigação em cima deste\n transportador se iniciou.\n \n "Não\n temos como afirmar que este produto tenha chegado até a população. A indústria\n está mais criteriosa com a fiscalização dos produtos. Identificou a mistura,\n não recebeu a carga e nos avisou", disse ao G1 o promotor.\n \n Segundo\n o Ministério Público, três relatórios de um laboratório credenciado pelo\n Ministério da Agricultura apontaram presença de água oxigenada, o que é\n proibido pelas normas da Anvisa. De acordo com os laudos de carga de leite da\n Laticínios Bom Gosto, duas delas, transportadas pelo Transportes Reidel amp;\n Dias Ltda, foram rejeitadas em 12 e 15 de outubro devido à presença de peróxido\n de hidrogênio.\n \n A\n Comércio de Laticínios Mallmann Ltda rejeitou uma carga em 14 de outubro. No\n laudo, a empresa afirma: lembramos que análise positiva para peróxido de\n hidrogênio é fraude. Por meio da adição de peróxido de hidrogênio (Água\n Oxigenada), uma ação fraudulenta ao leite, busca conservar suas propriedades\n físico-químicas, inibindo o desenvolvimento de microrganismos contaminantes.\n Esse tipo de fraude mascara deficiências da higiene nas etapas de ordenha,\n acondicionamento e transporte.\n \n Conforme\n o promotor, o leite que era rejeitado pela indústria era repassado para\n queijarias. Três queijarias já receberam ação do Ministério Público e da\n Secretaria da Saúde nos últimos dias. Duas foram totalmente interditadas, em\n Imigrantes do Sul e Ipiranga do Sul, respectivamente. Outro estabelecimento, em\n Santiago, ainda não sofreu ação de interdição.\n \n Mauro\n Rochemback disse que foram encontrados no depósito onde o transportador fazia a\n adulteração do leite diversos produtos químicos, como sal de cozinha, e outro\n que servia para testar a acidez do leite ainda 50 litros de soda cáustica.\n Ainda foram encontrados 50 litros de soda cáustica na casa do empresário.\n Também foram apreendidos três caminhões e três resfriadores, equipamento que só\n é permitido para produtores de leite e indústria, não por transportadores.\n Segundo o promotor, a Justiça entendeu que apenas recolhendo os produtos\n acabaria com a ação criminosa, não precisando tirar a liberdade de ninguém,\n pelo menos por enquanto.\n \n Devem\n ser denunciados por associação criminosa e lavagem de dinheiro o empresário, de\n 31 anos, a esposa dele, de 32 anos, que sabia da atividade e adquiria produtos\n com o dinheiro do crime, e dois sobrinhos, que eram os motoristas. Também foi\n cumprido um mandado de busca e apreensão na cidade de Nova Candelária, onde\n morava um dos motoristas.\n \n "Recebemos\n este novo caso de adulteração com espanto. É inadmissível que isso ainda esteja\n acontecendo depois de tudo que foi identificado nas outras operações. Ainda há\n transportador adulterando o leite. Isso é a prova da ganância em detrimento à\n população", disse o promotor.
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