Geral
29/08/2012 09:00:00
Maioria no STF vota pela condenação de João Paulo Cunha no mensalão
6 ministros já votaram pela condenação por corrupção e 2 pela absolvição. Nesta quarta (29), Cezar Peluso e Gilmar Mendes condenaram deputado.
G1/PCS
Imprimir
\n \n A\n maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta\n quarta-feira (29) condenar o deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP) por\n corrupção passiva (receber vantagem indevida) no processo do mensalão.\n \n Cunha\n foi acusado também de peculato (desviar recursos na condição de servidor) e\n lavagem de dinheiro por receber, segundo a denúncia, R$ 50 mil de propina no\n ano de 2003 quando era presidente da Câmara para beneficiar agência de Marcos\n Valério.\n \n Seis\n dos 11 ministros do Supremo já consideraram o parlamentar culpado por corrupção\n passiva: Cezar Peluso e Gilmar Mendes, que votaram nesta quarta, e Rosa Weber,\n Luiz Fux, Cármen Lúcia e Joaquim Barbosa que já haviam apresentado sua posição.\n \n Em\n relação à lavagem, quatro ministros dos 11 ministros da corte votaram pela\n condenação - Gilmar Mendes nesta quarta e Joaquim Barbosa, Luiz Fux e Cármen\n Lúcia. Outros três foram pela absolvição - Ricardo Lewandowski, Dias Toffoli e\n Cezar Peluso. Rosa Weber informou, ao dar seu voto, que analisaria a questão\n posteriormente.\n \n Até\n agora, oito ministros já deram seus votos em relação ao item 3 da denúncia da\n Procuradoria Geral da República, sobre desvio de verbas na Câmara dos Deputados\n e no Banco do Brasil, primeiro dos sete tópicos que serão analisados pelo\n Supremo.\n \n Dois\n ministros votaram pela absolvição de Cunha: Dias Toffoli e o ministro-revisor\n Ricardo Lewandowski. Ainda faltam os votos de Marco Aurélio Mello, Celso de\n Mello e Ayres Britto. Todos podem mudar o voto até a proclamação do resultado,\n que ocorre no fim do julgamento.\n \n Despedida de Peluso
\n Esta quarta marcou o último voto dado pelo ministro Cezar Peluso no Supremo\n Tribunal Federal. Ele deixa o tribunal na próxima segunda (3), idade-limite\n para aposentadoria dos ministros da corte. Com a saída dele, o Supremo ficará\n com dez ministros até que a presidente Dilma Rousseff indique um novo nome para\n a vaga.\n \n Ao\n término do voto, Peluso anunciou a aposentadoria e recebeu homenagens no\n plenário do Supremo. O ministro também propôs penas a cinco dos 37 réus do\n processo, uma vez que não participará até o fim do julgamento, quando será\n feita a dosimetria da pena (tempo de punição para cada condenado). Cezar Peluso\n sugeriu seis anos de prisão para João Paulo Cunha, além da perda do mandato\n parlamentar, e 16 anos para Marcos Valério.\n \n Nenhum\n juiz verdadeiramente digno de sua vocação condena ninguém por ódio. Nada\n constrange mais um magistrado do que ter que infelizmente condenar um réu em\n matéria penal", afirmou Peluso.\n \n Desvios na Câmara
\n Além do\n recebimento de R$ 50 mil, a denúncia afirma que Cunha desviou ainda R$ 252 mil\n do contrato com a agência para o pagamento de um assessor particular.\n \n Para\n Cezar Peluso, há provas da prática de crimes por parte dos réus em relação aos\n desvios na Câmara. Ele afirmou ter ficado claro que a relação entre João Paulo\n Cunha e Marcos Valério "não se tratava de cortesia". "Um\n político experimentado - jamais se chega por acaso à presidência da Câmara -\n teria que conversar com um publicitário sobre a situação política do país? O\n que estava por trás dessa aproximação e dessas gentilezas ao presidente da\n Câmara? Não se tratava de uma cortesia ou de um ato de elegância."\n \n Em\n sua argumentação, Gilmar Mendes afirmou também que os autos mostram\n "inequívoco" favorecimento de João Paulo Cunha ao grupo de Valério.\n \n "Apesar\n do esforço da defesa, a prova evidencia que o dinheiro não teve origem no PT. O\n valor saiu da conta da SMPamp;B. Não há o que discutir, acompanho o\n relator", afirmou Mendes.\n \n Para\n o MPF, os desvios na Câmara somaram R$ 1,077 milhão, uma vez que a agência de\n Valério recebia sem executar os serviços.\n \n O\n ministro Cezar Peluso entendeu que houve peculato por conta da subcontratação.\n "Uma empresa de publicidade apresentada como uma das maiores do Brasil não\n tem capacidade para fazer um texto desse? Precisa subcontratar? Só fez 2% do\n serviço. [...] Um grande guarda-chuva, como diz a denúncia, que serviu para que\n esses gastos hipertrofiados pudessem ser recebidos em dano da administração\n pública. Também reconheço a existência do crime e condeno."\n \n No\n entanto, tanto o ministro Cezar Peluso quanto Gilmar Mendes decidiram inocentar\n pela segunda acusação de peculato na contratação do assessor.\n \n Sobre\n lavagem de dinheiro, Peluso entendeu que não há provas. Gilmar Mendes, por sua\n vez, disse que "se fazem presentes" os elementos de lavagem.\n "Não se tem apenas o recebimento [do dinheiro]. O dinheiro recebido foi\n reinserido na economia formal."\n \n Desvios no Banco do Brasil
\n O Ministério Público acusou o ex-diretor de Marketing Henrique Pizzolato de\n receber R$ 326 mil em propina para beneficiar agência DNA Propaganda, de\n Valério. Ele também teria autorizado, diz a denúncia, o repasse de R$ 73,8\n milhões do fundo Visanet para empresa de Marcos Valério.\n \n Sete\n ministros já votaram pela condenação de Pizzolato e grupo de Valério, mas\n Gilmar Mendes não analisou o tema.\n \n Até\n agora, sete ministros também votaram por absolver o réu Luiz Gushiken - ele\n havia sido denunciado por peculato em razão do suposto envolvimento, mas a\n Procuradoria Geral da República pediu a absolvição por falta de provas. Gilmar\n Mendes ainda não analisou o tema.
\n Esta quarta marcou o último voto dado pelo ministro Cezar Peluso no Supremo\n Tribunal Federal. Ele deixa o tribunal na próxima segunda (3), idade-limite\n para aposentadoria dos ministros da corte. Com a saída dele, o Supremo ficará\n com dez ministros até que a presidente Dilma Rousseff indique um novo nome para\n a vaga.\n \n Ao\n término do voto, Peluso anunciou a aposentadoria e recebeu homenagens no\n plenário do Supremo. O ministro também propôs penas a cinco dos 37 réus do\n processo, uma vez que não participará até o fim do julgamento, quando será\n feita a dosimetria da pena (tempo de punição para cada condenado). Cezar Peluso\n sugeriu seis anos de prisão para João Paulo Cunha, além da perda do mandato\n parlamentar, e 16 anos para Marcos Valério.\n \n Nenhum\n juiz verdadeiramente digno de sua vocação condena ninguém por ódio. Nada\n constrange mais um magistrado do que ter que infelizmente condenar um réu em\n matéria penal", afirmou Peluso.\n \n Desvios na Câmara
\n Além do\n recebimento de R$ 50 mil, a denúncia afirma que Cunha desviou ainda R$ 252 mil\n do contrato com a agência para o pagamento de um assessor particular.\n \n Para\n Cezar Peluso, há provas da prática de crimes por parte dos réus em relação aos\n desvios na Câmara. Ele afirmou ter ficado claro que a relação entre João Paulo\n Cunha e Marcos Valério "não se tratava de cortesia". "Um\n político experimentado - jamais se chega por acaso à presidência da Câmara -\n teria que conversar com um publicitário sobre a situação política do país? O\n que estava por trás dessa aproximação e dessas gentilezas ao presidente da\n Câmara? Não se tratava de uma cortesia ou de um ato de elegância."\n \n Em\n sua argumentação, Gilmar Mendes afirmou também que os autos mostram\n "inequívoco" favorecimento de João Paulo Cunha ao grupo de Valério.\n \n "Apesar\n do esforço da defesa, a prova evidencia que o dinheiro não teve origem no PT. O\n valor saiu da conta da SMPamp;B. Não há o que discutir, acompanho o\n relator", afirmou Mendes.\n \n Para\n o MPF, os desvios na Câmara somaram R$ 1,077 milhão, uma vez que a agência de\n Valério recebia sem executar os serviços.\n \n O\n ministro Cezar Peluso entendeu que houve peculato por conta da subcontratação.\n "Uma empresa de publicidade apresentada como uma das maiores do Brasil não\n tem capacidade para fazer um texto desse? Precisa subcontratar? Só fez 2% do\n serviço. [...] Um grande guarda-chuva, como diz a denúncia, que serviu para que\n esses gastos hipertrofiados pudessem ser recebidos em dano da administração\n pública. Também reconheço a existência do crime e condeno."\n \n No\n entanto, tanto o ministro Cezar Peluso quanto Gilmar Mendes decidiram inocentar\n pela segunda acusação de peculato na contratação do assessor.\n \n Sobre\n lavagem de dinheiro, Peluso entendeu que não há provas. Gilmar Mendes, por sua\n vez, disse que "se fazem presentes" os elementos de lavagem.\n "Não se tem apenas o recebimento [do dinheiro]. O dinheiro recebido foi\n reinserido na economia formal."\n \n Desvios no Banco do Brasil
\n O Ministério Público acusou o ex-diretor de Marketing Henrique Pizzolato de\n receber R$ 326 mil em propina para beneficiar agência DNA Propaganda, de\n Valério. Ele também teria autorizado, diz a denúncia, o repasse de R$ 73,8\n milhões do fundo Visanet para empresa de Marcos Valério.\n \n Sete\n ministros já votaram pela condenação de Pizzolato e grupo de Valério, mas\n Gilmar Mendes não analisou o tema.\n \n Até\n agora, sete ministros também votaram por absolver o réu Luiz Gushiken - ele\n havia sido denunciado por peculato em razão do suposto envolvimento, mas a\n Procuradoria Geral da República pediu a absolvição por falta de provas. Gilmar\n Mendes ainda não analisou o tema.
COMENTÁRIO(S)
Últimas notícias