Geral
28/02/2013 09:00:00
Mapa alerta para os perigos do consumo de carne sem fiscalização
Coibir o abate de animais em lugares sem higiene e expostos a sujeira é uma preocupação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), por isso a importância de saber a procedência dos produtos no momento de adquiri-los.
Midiamax/LD
Imprimir
\n \n Coibir o abate de animais em lugares sem higiene e expostos a\n sujeira é uma preocupação do Ministério da Agricultura, Pecuária e\n Abastecimento (Mapa), por isso a importância de saber a procedência dos\n produtos no momento de adquiri-los. O Mapa alerta para os riscos de se consumir\n esse tipo de produto, especialmente na rua ou em estabelecimentos duvidosos.\n Além dos riscos de contaminação durante o processo de abate e transporte, o\n armazenamento e o preparo deste alimento podem fazer a diferença para a saúde\n do consumidor. \n \n O risco maior é a toxinfecção alimentar, que pode levar à morte.\n Mas existem outras doenças que são transmitidas dos animais aos seres humanos,\n causando uma série de problemas. Por isso, o secretário de Defesa Agropecuária\n do Mapa, Ênio Marques, chama atenção para a importância de o consumidor comprar\n produto bem embalado, refrigerado e, principalmente, com o selo Serviço de\n Inspeção Federal (SIF) do Ministério da Agricultura, que atesta a qualidade,\n bem como do Organismo Estadual (SIE) ou Municipal (SIM) correspondente.\n Procurar sempre um produto que seja sifado e que tenha procedência de um\n local que você conheça é a melhor coisa a se fazer. Risco é uma questão de\n comportamento, afirma Marques, numa referência sobre a responsabilidade do\n consumidor ao comprar produtos baratos e sem a certificação. \n \n O SIF tem o controle da origem dos produtos. Cada animal abatido é\n fiscalizado por uma equipe do Mapa, composta por veterinários e auxiliares,\n além de profissionais contratados pela própria empresa. Em caso de detecção de\n irregularidades no procedimento de colocação do SIF, o processo de produção é\n interrompido, há a autuação do estabelecimento e a avaliação do risco para a\n produção. O processo só é retomado quando a empresa apresentar um plano de\n prevenção. As vistorias nesses estabelecimentos são diárias e já começam antes\n do início da produção. Dados do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem\n Animal (Dipoa) apontam para 278 os abatedouros sifados no País. No ano passado,\n os processos produtivos de produtos de origem animal apresentaram elevados\n índices de conformidade (90,51%). No período, foram analisadas 75.020 amostras\n de produtos de origem animal, sendo que 94% apresentaram conformidade com os\n padrões legais vigentes. \n \n O Serviço de Inspeção Federal atua junto a cada estabelecimento,\n exigindo as boas práticas de fabricação e examinando os animais, antes e após a\n sua morte, descartando quaisquer produtos que sejam considerados impróprios\n para consumo. \n \n Como evitar produtos irregulares\n \n A principal dica é prestar atenção na procedência do alimento. O\n consumidor nunca deve adquirir um produto de origem duvidosa, no caso,\n clandestino, sob pena de ter graves problemas de saúde. \n \n Os produtos obtidos a partir do abate clandestino, por exemplo,\n sem a devida inspeção veterinária oficial, podem ser vetores de doenças e\n infecções alimentares. As chamadas zoonoses (doenças de homens e animais) e a\n contaminação das carnes somente poderão ser identificadas e descartadas\n mediante a inspeção de médico veterinário capacitado. \n \n Ambas podem provocar uma série de prejuízos à saúde dos\n consumidores, entre estes estão: tuberculose, brucelose e cisticercose, além\n das infecções e intoxicações alimentares, causadas por microorganismos que\n contaminam os produtos de origem animal, cujos sinais variam de diarreias,\n dores abdominais, febre, abortos e até mesmo demência, confusão mental e óbito.\n \n \n Se identificado o produto no comércio, sem inspeção, a denúncia\n deve ser feita na Vigilância Sanitária do município. No procedimento de\n investigação pelos órgãos de controle sanitários, o assunto poderá ser remetido\n à Polícia, tendo em vista que muita carne clandestina é proveniente do roubo de\n cargas no País. \n \n Passo a passo da fiscalização: \n \n - A ação de fiscalização já começa no tra nsporte, onde o animal\n sofre forte stress e seu descanso, durante o período de repouso no\n estabelecimento de abate (durante 6 a 24 horas), serve para repor suas\n energias, se adaptar ao novo local e para a observação de seu comportamento,\n por médico veterinário especializado, que tomará as medidas cabíveis, caso haja\n alguma alteração. \n \n - Em um estabelecimento de abate de bovinos, o animal é submetido\n a uma série de análises e exames, antes e após o abate, para garantir ao\n consumidor final um produto de qualidade. São as denominadas inspeções ante\n mortem e post mortem. \n \n - A importância da inspeção ante mortem é imprescindível em um\n estabelecimento de abate, visto que algumas enfermidades têm sintomatologia\n clara nos animais vivos, enquanto que no exame post mortem, pouca ou nenhuma\n alteração é detectada. \n \n - A constatação de alterações nos animais antes do abate determina\n sua separação do lote e evita a entrada de animais portadores de doenças\n infecto-contagiosas na sala de abate, que além de atentar contra a saúde pública,\n contaminam as instalações e equipamentos. Enquadram-se neste tipo de doenças, a\n raiva, o tétano, o carbúnculo etc. \n \n - Durante a manipulação do animal, após o abate, várias análises e\n exames são realizados em suas vísceras e gânglios, no sentido de garantir o\n produto antes de ser colocado à disposição do consumidor. Os locais ou pontos\n da sala de matança onde são realizados estes exames são chamados linhas de\n inspeção e estão assim padronizados: Exames dos pés em estabelecimentos\n exportadores; Exame do conjunto cabeça-língua; Cronologia dentária \n facultativa; Exames do trato gastrointestinal e do baço, pâncreas, vesícula\n urinária e útero; Exame do fígado; Exame do coração e dos pulmões; Exame dos\n rins; Exame dos lados interno e externo da parte caudal (traseira) da carcaça e\n dos nódulos linfáticos correspondentes; Exame dos lados interno e externo da\n parte cranial (dianteira) da carcaça e dos nódulos pré escapulares. \n \n - Após todos os exames, estando a carcaça apta ao consumo, recebe\n o carimbo de inspeção em partes pré-determinadas, sofre uma toilete final e vai\n para a refrigeração, aguardando expedição para o consumo. Caso seja detectado\n algum problema, a carcaça é descartada e o médico veterinário toma as\n providências cabíveis. \n \n O que diz a lei sobre a fiscalização de\n produtos de origem animal\n \n As fiscalizações do Mapa referem-se apenas às produções que\n circulam entre estados e para exportação, cabendo por Lei aos estados\n (fiscalização de circulação intermunicipal) e municípios (apenas no município).\n \n \n Importante ressaltar que é obrigatória a prévia fiscalização, sob\n o ponto de vista industrial e sanitário, de todos os produtos de origem animal,\n e conforme estabelecido pela Lei nº 7.889 de 23/11/1989. A referida\n fiscalização de estabelecimentos devidamente registrados em órgão\n município/estado que aderiram ao SISBI/POA de forma voluntária,\n prioritariamente promovem a proteção à saúde da população, pois existe a\n necessidade de promoção de atividades que objetivem a redução da produção e\n comercialização de produtos de origem animal sem inspeção oficial. \n \n Tal fato agrega valor aos produtos elaborados no município em\n decorrência da garantia da qualidade regulamentar e, por conseguinte, a\n inocuidade daqueles que são entregues ao consumo, além de promover o\n recolhimento de impostos e incentivo ao emprego formal com qualificação de mão\n de obra. \n \n \n \n \n
COMENTÁRIO(S)
Últimas notícias