Geral
26/01/2012 11:00:46
Minas Gerais registra o desaparecimento de sete pessoas por dia
Eram quase três horas da tarde do último dia 11 e o engenheiro aposentado Pedro Alves de Carvalho, de 72 anos, viajava de carro pela BR-262 com o filho, o músico Vinícius Maia Carvalho, de 28, com destino à capital mineira.
R7/LD
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\n \n Eram\n quase três horas da tarde do último dia 11 e o engenheiro aposentado Pedro\n Alves de Carvalho, de 72 anos, viajava de carro pela BR-262 com o filho, o\n músico Vinícius Maia Carvalho, de 28, com destino à capital mineira. Os dois\n voltavam das férias em Guarapari, no litoral capixaba, onde passaram o\n Réveillon ao lado de parentes e amigos. O jovem enfrentava um quadro grave de\n depressão e, de forma inesperada, abriu a porta do veículo, saiu e pulou nas\n águas de um rio do município de Rio Casca, na Zona da Mata. Vinícius nadou até\n a outra margem, sentou-se em uma pedra e, em seguida, caminhou até sumir no\n meio do matagal.\n \n Passadas\n duas semanas, Vinícius Carvalho continua desaparecido. A família entrou em contato\n com a polícia, mas nenhum indício sobre o paradeiro do músico foi encontrado. O\n sumiço do jovem é um dos 171 casos registrados na Divisão de Referência da\n Pessoa Desaparecida (DRPD) de Minas, apenas neste ano. A média é de quase sete\n ocorrências por dia. Desde 2006, quando o cadastro estadual foi lançado, 2.619\n homens, mulheres e crianças são procuradas no Estado. São casos que desafiam a\n polícia pela complexidade ou pela total falta de pistas.\n \n Os\n casos sem solução em Minas representam 20% dos 12.173 notificados nos últimos\n cinco anos. Os demais 9.554 foram esclarecidos, amenizando a dor de pais e mães\n que prestaram queixa na polícia. \n \n Há\n quem critique o fato de que os desaparecimentos ainda sob investigação\n referem-se, justamente, às ocorrências mais emblemáticas e que envolvem, em\n geral, relações diretas com a criminalidade. \n \n Essa,\n pelo menos, é a opinião do deputado Durval Ângelo (PT), presidente da Comissão\n de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). O\n parlamentar cita como exemplos os casos da bancária Daniela Cardoso, em julho\n de 2001, e da estudante Carla Emanuelle da Silva, que sumiu em março de 1999,\n aos 11 anos. A primeira foi vista pela última vez em um estacionamento no\n Centro da capital. A outra foi comprar um pacote de macarrão em um shopping da\n região Nordeste de BH e nunca mais deu notícias. Apesar das críticas quanto aos\n casos sem solução, o deputado faz questão de destacar a relevante atuação da\n Divisão da Pessoa Desaparecida da Polícia Civil mineira.\n \n A\n delegada Cristina Coelli, chefe da divisão, garante ser impossível afirmar que\n os 20% de casos não resolvidos são justamente os mais complicados. Segundo ela,\n tanto conflitos familiares como homicídios podem fazer parte das estatísticas.\n Para a policial, os números são positivos e se devem a uma somatória de\n esforços, desde o atendimento investigativo e psicossocial aos convênios firmados.\n \n \n Segundo\n a delegada, são inúmeros os motivos que levam ao sumiço de uma pessoa. O caso\n mais comum é o conflito familiar, podendo ser por circunstância criminosa ou\n social.\n \n O\n primeiro passo para a localização de um desaparecido é o registro de um boletim\n de ocorrência na Polícia Civil ou Militar. Assim que a queixa é feita, o\n documento de identidade da pessoa é bloqueado. É importante levar uma foto do\n desaparecido.\n \n Desta\n quinta-feira (26) até o próximo fim de semana, pelo menos 30 pessoas, entre\n familiares e amigos de Vinícius Maia Carvalho, estarão reunidos em uma espécie\n de força-tarefa para procurar pelo músico. O bancário Gustavo Maia Carvalho, de\n 33 anos, irmão de Vinícius, garante que a esperança de localizar o rapaz jamais\n será esgotada. Ele é forte e muito inteligente. Apesar deste distúrbio\n temporário, tenho certeza de que ficará bem.\n \n \n \n
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