\n \n A regalia\n dos altos salários pagos a garçons extrapola o plenário e o cafezinho do Senado\n e chega à residência oficial do presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL).\n O senador está rodeado de servidores comissionados que há anos recebem polpudas\n remunerações — reforçadas por grande quantidade de horas extras — para servir o\n cafezinho, as refeições ou organizar os serviços. Renan tem à sua disposição na\n residência oficial um mordomo e dois garçons nomeados por atos secretos, nos\n mesmos moldes dos servidores que atuam no plenário. O mordomo é Francisco\n Joarez Cordeiro Gomes, que, em março, recebeu R$ 18,2 mil brutos, dos quais R$\n 2,7 mil somente em horas extras. Para servir cafezinho, água e comida na casa,\n os garçons Francisco Hermínio de Andrade e Djalma da Silva Lima receberam em\n março remunerações brutas de R$ 10,7 mil e R$ 11,6 mil, respectivamente.\n \n Assistentes\n parlamentares\n \n Renan é\n assistido também por dois garçons lotados na Presidência do Senado. Eles\n integram o mesmo grupo de servidores terceirizados que, em setembro de 2001,\n conseguiu cargos de confiança para continuar atuando como garçons. A\n remuneração individual paga a Francisco das Chagas de Sousa e a João Natã Alves\n Moreira foi de R$ 8,2 mil em março.\n \n Reportagem\n do GLOBO no último dia 24 mostrou os salários de três garçons que atuam no plenário,\n e quatro que servem água e café na copa contígua. As remunerações variam de R$\n 7,3 mil a R$ 14,6 mil, valor pago a José Antonio Paiva Torres, o Zezinho, que\n atua exclusivamente servindo os senadores em plenário. O grupo foi nomeado de\n uma só vez para o cargo comissionado de assistente parlamentar, por meio de um\n dos atos secretos editados em 2001 pelo então diretor-geral do Senado, Agaciel\n Maia. No mesmo ato estão os dois garçons da residência oficial, os dois da\n Presidência, um da Primeira Secretaria, e outro da Secretaria Geral da Mesa.\n \n Atividades\n de apoio\n \n O mordomo\n que serve a Renan chegou ao cargo comissionado de assistente parlamentar por\n meio de ato secreto assinado por Agaciel, em 4 de dezembro de 2006. A função\n ocupada desde o início é a AP-01, a mais alta dentre os assistentes\n parlamentares, com remuneração básica de R$ 12,2 mil. Francisco Joarez está\n lotado na Coordenação de Administração de Residências Oficiais do Senado.\n \n —\n Teoricamente, ele estaria subordinado à coordenação, mas o próprio presidente\n acaba acertando as horas extras com o Francisco Joarez, que é uma espécie de\n mordomo da casa — disse ao GLOBO o coordenador de Administração de Residências\n Oficiais do Senado, Luís Carlos Rayol.\n \n O Senado\n sustenta, por meio da assessoria de imprensa, que não existe o cargo de\n mordomo. As funções de Francisco Joarez são “responder pela coordenação da\n equipe e também pela manutenção e integridade dos bens públicos existentes\n naquele espaço residencial”.\n \n “Os\n servidores relacionados realizam atividades de apoio na Presidência, Primeira\n Secretaria e residência oficial. Na residência, as atividades envolvem eventos\n e funções protocolares inerentes à Presidência do Senado ”, diz a assessoria.\n \n \n \n \n