Geral
21/09/2012 09:00:00
MPF firma convênio para estudar 100 mil documentos históricos sobre colonização de MS
Um acordo entre o Ministério Público Federal e o Núcleo de Estudos e Pesquisas das Populações Indígenas da Universidade Católica Dom Bosco (NEPPI/UCDB) irá beneficiar os índios das sete etnias do Mato Grosso do Sul.
Corumbá Online/LD
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\n \n Um acordo entre o Ministério Público Federal e o Núcleo de Estudos\n e Pesquisas das Populações Indígenas da Universidade Católica Dom Bosco\n (NEPPI/UCDB) irá beneficiar os índios das sete etnias do Mato Grosso do Sul. A\n cooperação entre o MPF/MS e o Centro de Documentação e Biblioteca Digital\n Indígena Teko Arandu da universidade terá o objetivo de catalogar documentos\n históricos referentes ao processo de colonização do Mato Grosso do Sul e a\n expulsão dos indígenas de suas terras tradicionalmente ocupadas. \n \n Com duração prevista para 18 meses, o projeto irá estimular a\n pesquisa científica neste campo e contará com cinco bolsistas, sendo quatro\n graduandos do curso de História da UCDB e um pós-graduando. O estudo será\n subsidiado pelo dinheiro vindo de um fundo gerido pela Justiça Federal de\n Dourados. A verba é resultado de acordos de transações penais e suspensão\n judicial de crimes cometidos por índios, que tenham previsão legal de troca da\n pena privativa de liberdade por um valor pecuniário. O projeto aguarda\n aprovação do Comitê Gestor do fundo judicial, o que deve ocorrer até o mês de\n outubro. \n \n Serão catalogados cerca de 96 mil documentos, datados de 1915 até\n hoje e pertencentes ao acervo do professor Antônio Brand e órgãos como o\n Serviço de Proteção ao Índio (SPI), Funai e Itamaraty. O acervo, que pertence\n ao Centro de Documentação e Biblioteca Digital, dispõe ainda de 900 horas de\n entrevistas gravadas com indígenas, materiais fotográficos, cartográficos,\n fitas K7, VHS, CDs, DVDs e 58 rolos de microfilmes. São relatadas informações sobre\n a criação das reservas indígenas, a retirada dos índios do território\n tradicional e o cotidiano das etnias presentes no território sul-matogrossense.\n Os documentos históricos relativos à população indígena do estado permitirão\n atualizar o mapa Territórios Tradicionais kaiowá e guarani no Mato Grosso do\n Sul. \n \n Terras indígenas \n \n No estado, a ocupação dos territórios tradicionais pelos indígenas\n foi interrompida em decorrência do esbulho, ou seja, a retirada forçada do bem\n de seu legítimo possuidor. A ocupação do territorio foi feita com base na\n concessão de áreas - até então ocupadas pelos índios - para os colonos e a\n expulsão e confinamento dos indígenas em pequenas reservas, processo iniciado\n nas primeiras décadas do século passado. \n \n Uma das principais e mais urgentes demandas dos índios de Mato\n Grosso do Sul é a ampliação de seus territórios. Os documentos históricos\n ajudarão a subsidiar ações judiciais do Ministério Público Federal e fortalecer\n essas demandas. \n \n Para o procurador da República Marco Antonio Delfino de Almeida, a\n importância do projeto é poder contar uma história que nunca foi contada e que\n contribua para assegurar as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios de\n Mato Grosso do Sul. \n \n Centro de documentação e Biblioteca Digital\n \n \n O Centro de Documentação e Biblioteca Digital Indígena Teko\n Arandu, que significa viver com sabedoria em guarani, é um projeto do\n NEPPI/UCDB apoiado pela Fundação Ford, Conselho Nacional de Pesquisa Científica\n e Tecnológica (CNPq), Ministério da Cultura, Fundação de Cultura de Mato Grosso\n do Sul e Museu do Índio/FUNAI. \n \n \n \n \n
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