\n \n Motivo\n tem de sobra. O desafio é não se estressar, trocar a resposta atravessada pela\n gentileza e a cara amarrada pelo sorriso amável e receptivo. Nem sempre a gente\n consegue.\n \n No dia do mau humor, comemorado nesta terça-feira (13), o Lado Bnbsp; saiu às\n ruas para ouvir as reclamações e justificativas de quem assume, sem qualquer\n problema, o lado mais ácido do ser humano.\n \n Raiane\n Barbosa Barros, de 18 anos, é sintomática. Desenvolveu o mau humor mais comum,\n o matinal. A tendência, para quem sofre dessa “patologia”, é quebrar, algum\n dia, o celular que usa como despertador. Ativar a soneca é medida paliativa e só\n piora a situação.\n \n A\n mãe da estudante, a auxiliar de serviços gerais Izoleta Conceição Barbosa, de\n 47 anos, sofre com as “crises” matinais da jovem. Assumiu a difícil missão de\n chamar Raiane para ir à escola.\n \n “Ela\n fica só no ‘já vou’, ‘já vou’ e nunca levanta. Xinga e tudo. Fala palavrão”,\n contou.\n \n Mas\n dona Izoleta não foge à regra. Não tem problema em acordar cedo, mas fecha a\n cara se alguém pede dinheiro. O marido, coitado, nem arrisca mais. “Pensa na\n mulher estressada. Se me pedir dinheiro o bicho pega”, brincou.\n \n Zuleima\n Francisco da Silva Ramos, de 46 anos, sofre do mesmo mal. O problema é a falta\n de dinheiro.\n \n “Sabia\n que hoje é o dia do mau humor?”, questionei. “Não! Então é por isso que estou\n mau humorada”, respondeu.\n \n À\n hora da entrevista, Zuleima já havia se acalmado. Hoje, para espantar a “cara\n feia”, resolveu ir ao centro com os três netos. A dona de casa está\n desempregada há 8 meses. O mau humor, pontuou, é inevitável.\n \n “Eu\n acordo sempre mau humorada quando estou desempregada, mas ninguém tem culpa da\n situação que a gente fica”, disse. “Quando você está desempregada vem as\n dificuldades, as contas, o aluguel, a luz, a água...”, acrescentou.\n \n O\n estoquista Éderson Cavalcante Monteiro, de 27 anos, enfrenta o “probleminha”\n quando está devendo. Fora isso, se considera tranquilo, de bem com a vida. “O\n povo se estressa muito rápido. Sem motivo algum está emburrado, de cara feia”.\n \n Antônio\n Pereira, de 51 anos, segue a mesma filosofia e pensa como o estoquista.\n “Caraca!”, disse, ao ser informado que hoje é o dia do mau humor. “Sou de boa”,\n completou. Esperar, revela, é a única coisa que o deixa de mau humor.\n \n A\n costureira Matilde de Souza, de 62 anos, sabe bem o que ele enfrenta, mas a\n espera que tira o sorriso dela do rosto é outra.\n \n “O\n mau humor para mim só cai se eu me sentir abandonada, se um filho deixar de me\n visitar”, contou.\n \n \n \n \n