Com o \n objetivo de reduzir o rombo de 1% no PIB (Produto Interno Bruto) anual \n do país, as novas regras para conseguir o auxílio do seguro-desemprego \n estão em vigor há 10 dias e prometem diminuir o índice de trabalhadores \n que buscam no auxílio uma “mesada” para complementar a renda.Segundo\n o superintendente regional do Trabalho e Emprego no Estado, Anizio \n Pereira Tiago, a rigidez nas condições para obter o benefício que já vem\n sendo implatandas há alguns anos deve fazer com que o valor seja \n destinado para aqueles que realmente precisam do seguro.“O seguro\n não pode servir de arranjo para a sociedade e sim uma ajuda para quem \n passa por um momento de demissão. O benefício não pode mais ser visto \n como salário ou mesada e sim como uma ajuda para a necessidade”, explica\n o superintendente.Entre as novas medidas que vêm sendo estudadas\n pelo Governo Federal está a indicação do trabalhador recém demitido \n para um curso profissionalizante. Com isso, a incidência de \n trabalhadores que recebem o seguro durante os 4 meses deve cair.A\n nova regra estabelecida pelo Ministério do Trabalho, em vigor desde o \n início deste mês, exige que o trabalhador que pedir o seguro-desemprego \n pela segunda em vez em um intervalo de 10 anos seja automaticamente \n pré-matriculado em uma instituição parceira do Pronatec (Programa \n Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego).“Nós não negamos o\n benefício, fazemos todo o trâmite e pré-matriculamos o trabalhador no \n curso. Neste momento ele é avisado que se não confirmar a matrícula na \n instituição, o benefício será cortado”, diz Anizio.Do início do ano até agora, quando a \n nova regra ainda não estava em vigor, 575 trabalhadores do Estado foram \n encaminhados para os cursos do Pronatec, mas apenas cerca da metade, \n 292, efetivaram a matrícula.A partir de agora quem não efetivar a\n inscrição terá o benefício cancelado. Em Mato Grosso do Sul, a \n expectativa é que no próximo ano 117.589 mil pessoas recorram ao \n benefício depois de demissões.Mesada e Cursos - \n Apesar da situação de trabalhar em um local sem carteira assinada e \n continuar recebendo o seguro ser “institucionalmente crime”, na visão do\n superintendente, não é difícil encontrar histórias de pessoas que já \n receberam o benefício enquanto trabalhavam.Natalício Corrêa, 33 \n anos, é trabalhador da construção civil e há 3 anos precisou recorrer ao\n benefício após uma demissão. Com três meses garantidos do valor em \n mãos, o homem não perdeu tempo e foi em busca de “bicos”. “A gente acaba\n procurando porque o benefício não é muito alto. Eu conheço muita gente \n que pede para o patrão para não registrar só pra continuar recebendo o \n salário a mais”, completa.O trabalhador procurou a agência do \n MTE/MS na manhã de hoje porque foi demitido de uma empresa onde \n trabalhou durante 8 meses. Natalício será um dos novos desempregados \n encaminhados para cursos do Pronatec.“Eu avalio como positivo porque a gente pode ter mais experiência e até aprender uma profissão nova”.Já\n no caso do representante de vendas Lester Josetti, 36, a busca pela \n seguro-desemprego será feita pela primeira vez. Apesar de não se \n encaixar na categoria dos que serão encaminhados para os cursos, o homem\n faz críticas ao projeto.“A gente sabe que é errado pedir o \n seguro e trabalhar de novo, mas eu me pergunto sobre esses cursos. Tenho\n certeza que não vão abranger todas as áreas, nesse caso a gente fica \n sem opção e acaba fazendo uma coisa que não tem a ver”, explica.