Quarta-Feira, 13 de Agosto de 2025
Geral
03/01/2012 09:00:00
Novo salário diminuirá inadimplência, mas há riscos de mais endividamento, alertam especialistas
O aumento de R$ 77 no salário mínimo (ganho real de 9,2%) deve levar muitos trabalhadores a colocar em dia as prestações, zerar empréstimos e recuperar o crédito. “Vou usar o aumento para pagar as contas, dívidas, é o que dá para fazer”, avalia a auxiliar administrativa Suziane da Silva, 23 anos, qu

Agência Brasil/LD

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\n \n O aumento de R$ 77 no salário mínimo (ganho real de 9,2%) deve\n levar muitos trabalhadores a colocar em dia as prestações, zerar empréstimos e\n recuperar o crédito. “Vou usar o aumento para pagar as contas, dívidas, é o que\n dá para fazer”, avalia a auxiliar administrativa Suziane da Silva, 23 anos, que\n no próximo pagamento receberá R$ 622.\n \n “Esse dinheiro só vai servir para uma coisa: pagar as contas que\n sempre ficam por ser quitadas no final do mês”, concorda a panfleteira Fabiana\n Aguiar, de 29 anos. "Vou usar esse dinheiro a mais para quitar as contas\n de casa e, se sobrar algum [dinheiro], vou tentar encher a geladeira",\n confirma o ajudante Luís Carlos Pereira da Silva, 29 anos.\n \n As decisões de Suziane, Fabiana e Luiz Carlos em pagar suas\n dívidas deverão favorecer a diminuição geral da inadimplência que em 2011\n alcançou 7,3% dos empréstimos. Se o comportamento dos três for generalizado,\n haverá um grande benefício para a economia: cairão os juros ao consumidor,\n destacam especialistas.\n \n De acordo com o economista Carlos Henrique de Almeida, da Serasa\n Experian, um terço do spread bancário é determinado pela inadimplência. Ele\n avalia que, com o pagamento das dívidas, haverá uma diminuição da pressão sobre\n os juros e em abril, um ambiente de taxas menores para o consumidor. “A visão\n do mercado é que a inadimplência já está chegando no topo”, pondera.\n \n Ele não descarta, entretanto, a possibilidade do alto\n endividamento se perpetuar junto a consumidores de baixa renda. A preocupação é\n que “embora a inadimplência aconteça em todas as classes de renda, a classe\n mais baixa, que tomou mais crédito, é a que acaba tendo mais dificuldades para\n honrar suas dívidas”. Se o padrão for mantido, o mercado financeiro tende a\n cobrar “prêmio maior” (juros mais altos) em função de riscos maiores.\n \n Para o especialista em educação financeira Álvaro Modernell, o\n aumento do mínimo deveria ser aproveitado para quitar dívidas e fazer poupança.\n Em sua opinião, falta orientação do governo nesse sentido e as pessoas deveriam\n ser estimuladas a poupar seis a dez meses por ano e, assim, “criar vacinas ao\n endividamento”. Ele avalia que a oferta de crédito dá poder de barganha, mas o\n dinheiro poupado favorece o consumidor na negociação. “Além das condições de\n pagamento, ele negocia preço”, salienta.\n \n Na opinião do presidente da Confederação Nacional de Dirigentes\n Lojistas (CNDL), Roque Pellizzaro Jr., “quase 100% do aumento vai para o\n consumo”. Segundo ele, os consumidores de baixa renda “vão pagar uma continha\n que ficou para trás”, mas irão gastar o aumento no comércio - especialmente com\n alimentos, roupas, calçados e com bens duráveis (eletrodomésticos como\n geladeiras e móveis). Pellizzaro Jr. prevê que, no próximo mês, o consumo no\n varejo cresça entre 4% e 4,5%, incluindo os gastos com papelarias por causa do\n retorno às aulas, devido ao novo mínimo.\n \n De acordo com dado divulgado hoje (3) pela Serasa Experian, jovens\n adultos das periferias e moradores da zona rural foram os segmentos da\n população cujas consultas ao sistema financeiro para tomada de empréstimo em\n 2011 mais cresceram (incremento de 3,3% e 3,1%, respectivamente). De cada 100\n consultas sobre cadastro financeiro, cerca de 18 foram para jovens da periferia\n e cerca de 15 para pessoas da zona rural.\n \n \n \n
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