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Geral
17/04/2013 06:52:51
PM é condenado a 19 anos e 6 meses por morte de Patrícia Acioli no RJ
Cabo é um dos 11 acusados do crime de 2011; 4 haviam sido condenados. Juíza foi morta com 21 tiros na porta de casa, em Niterói.

G1/PCS

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Mãe e irmã da juíza Patrícia Acioli chegaram ao julgamento do PM Carlos Adílio Maciel Santos por volta de 8h15 (Foto: Isabela Marinho / G1)
\n \n A Justiça do\n Rio condenou o cabo Carlos Adilio Maciel Santos a 19 anos e seis meses de\n prisão por homicídio triplamente qualificado e formação de quadrilha, na noite\n desta terca-feira (16), em mais um julgamento do caso da morte da juíza\n Patricia Acioli. Carlos Adilio também foi condenado a pagar 50 salários mínimos\n e a perder o cargo público. A defesa recorreu da decisão.\n \n Patrícia foi\n assassinada com 21 tiros na porta de casa em Niterói, na Região\n Metropolitana, em agosto de 2011. Na época do crime, ela tinha 47 anos, era\n titular da 4ª Vara Criminal de São Gonçalo, e atuava em diversos processos em\n que os réus eram PMs do município envolvidos em supostos autos de resistência.\n \n Com\n sentença, já são cinco policiais militares do 7º BPM (São Gonçalo) condenados por envolvimento no crime. Outros seis\n ainda aguardam julgamento.\n \n “Participação\n moral e material”
\n Na sentença, lida às 21h40, o juiz do 3º Tribunal do Júri de Niterói, Peterson Barroso Simão, afirmou que o réu não\n participou da execução, mas teve participação moral e material no crime.\n \n De acordo\n com o Ministério Público do Rio (MP-RJ), mesmo preso, Carlos Adilio participou\n da morte da juíza à medida que forneceu recursos financeiros para a emboscada,\n cedendo para o grupo sua parte do espólio de guerra — propina paga por criminosos\n para que os policiais do Grupo de Ações Táticas (GAT) para não reprimissem o\n tráfico de drogas na região.\n \n "O réu\n tinha conhecimento de todas as tramas e nada fez para interromper o\n atentado", disse o juiz na sentença.\n \n Parentes\n celebram
\n Ao final da leitura, a familia comemorou a condenação. "Saio satisfeita,\n com a sensação que a justiça foi feita, mas ainda faltam os outros réus",\n disse a irmã da magistrada, Simone Acioli, que esteve no tribunal ao lado da\n mãe Marli Acioli, do primo Humberto Nascimento e do o ex-marido de Patrícia,\n Wilson Chagas.\n \n O resultado\n também foi o esperado pelo promotor Leandro Navega. "A tese do Ministério\n Publico foi novamente reconhecida e o réu foi condenado em tudo que a\n promotoria pediu.\n \n Já o\n advogado de defesa, Robson Gomes Barcellos, discordou da sentença e recorreu da\n decisão. "Ele estava preso quando o crime aconteceu. Colocar participação\n em quadrilha para uma pessoa que estava presa há mais de 50 dias? Não podemos\n concordar. Respeitamos a decisão, mas continuamos acreditando que não houve\n participação dos 11 acusados", disse.\n \n Réu alegou\n inocência
\n No interrogatório, que terminou por volta das 16h40, o réu já havia afirmado\n inocência. "Não participei de forma nenhuma. A morte dela [Patricia\n Acioli] só me trouxe prejuízo. Depois que ela foi assassinada e me ligaram a\n esse grupo executor só tive problema. Tenho certeza de\n que serei inocentado", disse. Antes, o juiz havia ouvido as testemunhas de\n defesa e acusação.\n \n Carlos\n Adilio e o policial Sammy Quintanilha tiveram a prisão decretada por Patrícia\n Acioli, em 16 de junho de 2011, pela morte do jovem Diego Beliene em um suposto\n auto de resistência durante incursão em comunidade de São Gonçalo. Por isso,\n ele estava preso quando a juíza foi morta.\n \n O cabo foi\n acusado ainda na Auditoria de Justiça Militar por desvio de munições do 7º BPM.\n Ao todo, segundo o Ministério Público do Rio (MP-RJ), ele responde a oito\n processos, sendo que em um deles já foi condenado, ainda cabendo recurso.\n \n Quinto condenado
\n Quatro PMs — Jefferson de Araújo Miranda, Jovanis Falcão, Júnior Cesar Medeiros\n e Sergio Costa Júnior — já haviam sido julgados e condenados por homicídio triplamente\n qualificado — motivo torpe, mediante emboscada e para ocultar crimes anteriores\n — e formação de quadrilha. Outros seis réus, incluindo o então comandante do 7º\n BPM na época, Cláudio Oliveira, apontado pelo MP-RJ como o mandante do crime,\n ainda aguardam julgamento.\n \n \n \n \n
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