Geral
23/11/2012 09:00:00
Promotor aposta em relato de primo de Bruno, sangue e ligações em júri
A fase de debates no julgamento começou por volta de 11h35, e a acusação terminou sua fala por volta de 14h10.
G1/LD
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\n \n O\n promotor Henry Wagner Vasconcelos de Castro apresentou uma série de provas como\n argumentos da acusação durante o julgamento do caso Eliza Samudio, nesta\n sexta-feira (23), incluindo registros dos telefonemas realizados pelos réus,\n como Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, e Fernanda de Castro,\n ex-namorada do goleiro Bruno Fernandes; um laudo do sangue de Eliza achado no\n carro do atleta; e o depoimento de Jorge Luiz Rosa, primo de Bruno, dado à\n polícia em 2010 e que dá detalhes sobre a morte da ex-amante do goleiro.\n \n A\n fase de debates no julgamento começou por volta de 11h35, e a acusação terminou\n sua fala por volta de 14h10. De acordo com Henry Castro, as provas mostram os\n passos de Eliza até a morte, em junho de 2010, desde o Rio de Janeiro até Minas\n Gerais, para onde ela foi levada.\n \n O\n laudo do sangue de Eliza encontrado no carro do goleiro Bruno mostra que ela\n "foi violentada, agredida, subjugada, foi levada ao interior da casa do\n goleiro no Recreio dos Bandeirantes", no Rio de Janeiro, de acordo com o\n promotor.\n \n Do\n Rio, Eliza foi trazida para Minas Gerais, "onde Bruno e sua turma poderiam\n dar cabo da vida dela com mais facilidade", disse o promotor. Castro disse\n que Eliza foi atraída por uma proposta "hipócrita" do goleiro para a\n viagem que terminou comnbsp; sua morte.\n \n A\n ex-amante dizia a amigos que o goleiro a "estava enrolando", afirma o\n promotor. "Ela passou a realizar insistentemente ligações para o\n réu", disse ele.\n \n Ligações
\n A Promotoria apresentou aos jurados os registros de telefonemas do celular de\n Macarrão, amigo de Bruno e também réu no processo. Uma ligação é feita em 4 de\n junho de 2010, às 20h40, do celular de Macarrão para Eliza. "Era a\n proposta para que ela fosse ao encontro do goleiro, que estava concentrado [no\n Flamengo]", disse Castro.\n \n A\n última ligação feita do celular de Eliza é para Belo Horizonte, cidade para a\n qual ela foi levada. Depois ela não teve mais acesso o telefone, segundo o\n promotor. "A partir daí são cinco dias sem uso do celular" até que a\n ex-amante seja morta, disse Castro.\n \n Macarrão\n ligou seis vezes para o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, em 10\n de junho de 2010, dia em que Eliza foi morta, segundo o Ministério Público. Um\n dos telefonemas para Bola, que também é réu no processo, apontado como executor\n da ex-amante de Bruno, ocorreu às 20h22, hora em que Eliza foi levada para a\n morte, segundo a Promotoria.\n \n Três\n pessoas estavam no carro que levava a ex-amante naquela hora: Macarrão, Jorge e\n outro primo do goleiro, Sérgio Rosa Sales, segundo o promotor. Eles passaram a\n seguir um homem que estava em uma moto rumo à casa do ex-policial na cidade de\n Vespasiano, também em Minas.\n \n Ao\n chegar lá, na versão do promotor Bola deu uma gravata em Eliza e Macarrão\n chutou as pernas dela, para que ela perdesse o equilíbrio. "Ela ficou com\n olhos de sangue, segundo o relato do Jorge. A língua foi para fora, ela\n estremeceu um pouco mais e não se movimentou", disse Castro.\n \n Papel decisivo
\n Macarrão teve um papel decisivo na morte da ex-amante do goleiro, na opinião do\n promotor. "Eliza não teria sido sequestrada nem morta se não fosse o poder\n exercido nos bastidores por este facínora. Não podia abalar a imagem de Bruno.\n Precisava do cara que mantinha a discrição", afirmou Castro.\n \n Antes\n do cárcere e da morte, Bruno chegou a advertir sua ex-amante a não procurar a\n polícia ou ele a mataria, de acordo com o promotor, que relembrou o relato de\n Eliza após ela ter sido levada para Minas Gerais, em 2010.\n \n "Nós\n vimos aqui o relato de Eliza, depois que ela foi levada a cativeiro (...) O\n goleiro Bruno, na época ainda goleiro, a advertiu expressamente a não procurar\n a polícia, pois se ela o fizesse, ele mataria a ela e providenciaria a morte de\n seus amigos e de seus familiares", disse o promotor.\n \n Castro\n ressaltou ainda a convicção do Ministério Público de que o goleiro foi o\n mandante do crime de cárcere privado e morte da Eliza. "A Promotoria não\n precisava de uma confissão de Macarrão, existem provas". "Mas essa\n confissão é relevante, porque aponta que quem mandou, Bruno", disse.\n \n Quinto dia de júri
\n O quinto dia de julgamento começou por volta das 11h30 desta sexta, após os\n depoimentos da ex-namorada do goleiro Bruno e de Macarrão, réus no processo de\n cárcere privado e desaparecimento de Eliza Samudio, que era amante do goleiro.\n A sentença dos réus pode ser proferida pela juíza Marixa Fabiane ainda nesta\n sexta-feira.\n \n A\n sessão começou com mais de duas horas de atraso. O motivo foi a instalação de\n equipamento de áudio em uma sala de apoio à imprensa em um andar acima do\n plenário, de acordo com a juíza.\n \n A\n previsão é que o júri inicie com os debates entre acusação e defesa. A previsão\n é que primeiro o promotor Henry Wagner de Castro exponha os argumentos da\n acusação, em até duas horas e meia. Em seguida, os advogados dos réus terão o\n mesmo tempo para tentar convencer os jurados da inocência de seus clientes. Se\n o promotor pedir réplica, terá mais duas horas de exposição, e a defesa, também\n mais duas horas.\n \n A\n fase dos debates pode durar até nove horas. Encerrada esta etapa, os jurados se\n reúnem em uma sala secreta para responder a quesitos formulados pela juíza, com\n resposta de "sim" e "não". Eles decidirão se os réus\n cometeram o crime, se podem ser considerados culpados e se há agravantes ou\n atenuantes, como ser réu primário. Os jurados podem permanecer na sala secreta\n o tempo que acharem necessário.\n \n A\n juíza Marixa deve explicar os quesitos aos jurados e tirar todas as dúvidas. No\n novo procedimento do júri, os votos dos jurados não são todos contados para a\n própria proteção deles. Assim, se quatro dos sete jurados votarem pela\n absolvição, é encerrada a contagem, e não se sabe o que os demais votaram, e\n vice-versa.\n \n De\n posse do veredicto (a decisão final dos jurados), a juíza dosa a pena com base\n no Código Penal, se houver condenação. Se houver absolvição, o réu deixa o\n tribunal livre. A sentença é lida a todos os presentes no Tribunal do Júri. A\n sessão deve ser encerrada à noite ou até na madrugada deste sábado (24).\n \n Acusações dos réus
\n Macarrão é acusado por homicídio triplamente qualificado, sequestro e cárcere\n privado e ocultação de cadáver. Já a ex-namorada do goleiro é acusada de\n sequestro e cárcere privado. Os outros três réus no caso tiveram o júri adiado\n e serão julgados em 4 de março de 2013 - o goleiro Bruno, sua ex-mulher,\n Dayanne Rodrigues, e o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola.\n \n Para\n o assistente de acusação José Arteiro Lima, Macarrão "merece uma pena bem\n menor que a do Bruno", após ter apontado o atleta em seu depoimento.\n "Bruno premeditou, planejou e mandou matar Eliza", disse. Já o amigo\n do goleiro, na opinião do advogado, "era o jagunço do Bruno".\n \n Lima\n disse que a acusação possui provas de que Macarrão esteve no local onde Eliza\n foi morta. "Os depoimentos do menor [Jorge] e do Sérgio [primos de Bruno]\n provam que ele esteve na cena do crime, afirmou o assistente de acusação.\n "De inocente nesta historia, só tem a Eliza e o Bruninho."\n \n Fernanda mentiu, diz promotor
\n O\n promotor Henry de Castro afirmou, na noite de quinta-feira (22), que a ex-namorada\n de Bruno mentiu em seu interrogatório. Os depoimentos dela e de Macarrão\n apresentaram contradições, que devem ser exploradas durante a argumentação da\n acusação, disse Castro.\n \n Fernanda\n mentiu durante o depoimento, quando afirmou que Macarrão teria tido a\n iniciativa de chamá-la para que ela fosse à casa do Bruno no Recreio dos\n Bandeirantes para cuidar do filho de Eliza. Ela mesmo teve a iniciativa de\n realizar, pelo menos, duas ligações telefônicas para o celular de Jorge Luiz\n [primo de Bruno], ressaltou o promotor.\n \n Para\n o promotor, tanto Macarrão quanto Fernanda sabiam que Eliza iria morrer. Os\n dois sabiam que Eliza ia morrer. (...) Tanto é que ela [Fernanda] cobriu o\n rosto para não ser reconhecida por Eliza, quando chegou à casa do Recreio dos\n Bandeirantes, conforme depoimento de Jorge Luiz. E em Ribeirão das Neves,\n Fernanda não cobriu mais o rosto. Certamente já saberia que Eliza não sairia\n daquela situação, que não sairia viva, completou.\n \n Durante\n seu interrogatório, a ex-namorada do goleiro Bruno confirmou boa parte do\n depoimento de Macarrão. Fernanda, que se disse inocente das acusações, disse\n que o amigo do goleiro usou seu carro, um Gol, por cerca de 20 minutos. Já\n Macarrão afirmou em seu depoimento ter levado Eliza de carro até um local indicado\n pelo goleiro, em Belo Horizonte, onde a ex-amante entrou em um Palio, no início\n de junho de 2010. "Ele ia levar ela para morrer", disse o réu, em\n interrogatório que durou até cerca de 4h desta quinta.\n \n Interrogada\n durante o julgamento, Fernanda ressaltou que não desconfiou do destino trágico\n que Eliza teria, "pela calma que ela apresentava" durante o tempo que\n esteve em Minas. "Só tive conhecimento verdadeiro de que a Eliza foi\n executada ontem pelas declarações de Luiz Henrique [Macarrão]", afirmou\n ela, em seu depoimento.\n \n Questionada\n pela juíza Marixa Fabiane sobre como soube das declarações de Macarrão,\n Fernanda disse ter sido informada pela imprensa. Ela afirmou que chegou a\n mentir em seu primeiro depoimento à polícia, mas que depois voltou atrás e pediu\n desculpas aos delegados. "Estava com medo", ressaltou.\n \n Boato interrompe júri
\n Um boato divulgado nesta quinta-feira dava conta que o goleiro Bruno teria\n tentado suícidio dentro da Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, Minas\n Gerais, mesma cidade em que o júri do caso Eliza está sendo realizado.\n \n A\n notícia falsa causou tensão no fórum, onde o júri chegou a ser interrompido por\n cerca de 20 minutos pela juíza Marixa.\n \n O\n boato foi desmentido pela Secretaria de Defesa Social de Minas Gerais. Segundo\n a secretaria, o diretor-geral do presídio, Luiz Carlos Danunzio, confirmou que\n Bruno está bem. A secretaria disse que Danunzio chegou a ir até o pavilhão onde\n o atleta está para verificar seu estado de saúde.nbsp;\n \n Agressão
\n Durante o interrogatório, Fernanda disse ter sido informada por Macarrão que a\n ex-amante de Bruno havia sido agredida pelo primo do goleiro, Jorge Luiz Rosa,\n num momento anterior ao episódio do carro. O depoimento confirma a versão do\n amigo de Bruno sobre o episódio. "Ele [Macarrão] e Jorge foram encontrar\n com Eliza para negociar uma dívida. Ele disse que houve uma briga no carro\n entre Jorge e Eliza por causa de algo que Eliza teria dito algo sobre o jogador\n que não agradou Jorge", disse.\n \n A\n ex-namorada afirmou, ainda, que ficou com o bebê de Eliza por alguns momentos e\n que chegou a fazer mamadeira para ele, durante o período que coincide com o\n cárcere privado investigado pelo Ministério Público. "Fiz a mamadeira e\n troquei a fralda e a criança parou de chorar. Depois disso, subi para o o\n quarto de Bruno e ele dormiu. Neste momento, não vi a Eliza. Tive vontade de\n falar com a Eliza, mas fiquei com medo de ela falar meu nome para a\n mídia", disse. O episódio ocorreu antes do desaparecimento da ex-amante,\n segundo Fernanda, que ressaltou que Eliza agradeceu por ela ter cuidado da\n criança.\n \n Terminado\n o depoimento de Fernanda na chamada fase de instrução, em que as provas são\n apresentadas, terão início os debates, com apresentação de argumentos de\n acusação e defesa para tentar convencer os jurados.\n \n Bruno ficou decepcionado
\n O advogado do goleiro Bruno, Lúcio Adolfo, disse que o atleta ficou\n "decepcionado" ao saber nesta quinta (22) das declarações dadas pelo\n réu Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, no julgamento do caso Eliza.\n \n O\n defensor, junto com os advogados Francisco Simim e Tiago Lenoir, foi à\n Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, por volta de 11h30 contar a Bruno\n sobre o interrogatório de Macarrão, que terminou na madrugada desta quinta.\n "[Ele] reagiu com tristeza, mas entendeu que Macarrão está pressionado",\n disse. Adolfo reforçou que o goleiro não chorou, mas "ficou chateado,\n decepcionado, pela amizade que existia entre os dois".\n \n Macarrão\n relatou à juíza que não sabia o que iria acontecer com Eliza, mas que\n "pressentia" que a jovem seria morta. Ele afirmou ainda que alertou\n Bruno sobre o que podia acontecer, mas que o goleiro pediu para ele largar\n "de ser bundão". "Falou que era para deixar com ele", disse\n o réu antes de começar a chorar no plenário.\n \n Em\n entrevista, o advogado Adolfo disse que quer incluir Macarrão como testemunha\n quando for realizado o novo julgamento do goleiro Bruno, no dia 4 de março de\n 2013. Na data, devem ser julgados também os outros dois réus no caso - Dayanne\n Rodrigues e o ex-policial Bola.\n \n Júri de goleiro é adiado
\n Na manhã de quarta-feira, o julgamento de Bruno foi desmembrado e adiado para 4\n de março de 2013, segundo decisão da juíza Marixa. O goleiro foi retirado do\n plenário para ser levado novamente para a penitenciária Nelson Hungria.\n Inicialmente, a magistrada havia anunciado que o novo júri ocorreria em\n janeiro, mas depois ela afirmou que é difícil conseguir jurados para compor o\n Conselho de Sentença no início do ano e que fevereiro tem poucos dias, em razão\n do Carnaval.\n \n O\n adiamento foi concedido pela juíza a pedido da defesa de Bruno. O advogado\n Francisco Simim, que defendia o goleiro, apresentou um documento transferindo\n seus poderes a outro defensor, Lúcio Adolfo. Chamado de substabelecimento sem\n reserva de poderes, o documento pediu a substituição de Simim por Adolfo, que\n alegou não conhecer o processo para pedir o adiamento.\n \n A\n juíza afirmou que "não obstante haver claras evidências de manobra, por\n outro lado também é verdade que o documento que foi apresentado a mim foi de\n substabelecimento", justificando sua decisão. "Estou acolhendo o\n pedido da defesa para conceder ao advogado prazo para o conhecimento do\n processo".\n \n \n \n \n
\n A Promotoria apresentou aos jurados os registros de telefonemas do celular de\n Macarrão, amigo de Bruno e também réu no processo. Uma ligação é feita em 4 de\n junho de 2010, às 20h40, do celular de Macarrão para Eliza. "Era a\n proposta para que ela fosse ao encontro do goleiro, que estava concentrado [no\n Flamengo]", disse Castro.\n \n A\n última ligação feita do celular de Eliza é para Belo Horizonte, cidade para a\n qual ela foi levada. Depois ela não teve mais acesso o telefone, segundo o\n promotor. "A partir daí são cinco dias sem uso do celular" até que a\n ex-amante seja morta, disse Castro.\n \n Macarrão\n ligou seis vezes para o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, em 10\n de junho de 2010, dia em que Eliza foi morta, segundo o Ministério Público. Um\n dos telefonemas para Bola, que também é réu no processo, apontado como executor\n da ex-amante de Bruno, ocorreu às 20h22, hora em que Eliza foi levada para a\n morte, segundo a Promotoria.\n \n Três\n pessoas estavam no carro que levava a ex-amante naquela hora: Macarrão, Jorge e\n outro primo do goleiro, Sérgio Rosa Sales, segundo o promotor. Eles passaram a\n seguir um homem que estava em uma moto rumo à casa do ex-policial na cidade de\n Vespasiano, também em Minas.\n \n Ao\n chegar lá, na versão do promotor Bola deu uma gravata em Eliza e Macarrão\n chutou as pernas dela, para que ela perdesse o equilíbrio. "Ela ficou com\n olhos de sangue, segundo o relato do Jorge. A língua foi para fora, ela\n estremeceu um pouco mais e não se movimentou", disse Castro.\n \n Papel decisivo
\n Macarrão teve um papel decisivo na morte da ex-amante do goleiro, na opinião do\n promotor. "Eliza não teria sido sequestrada nem morta se não fosse o poder\n exercido nos bastidores por este facínora. Não podia abalar a imagem de Bruno.\n Precisava do cara que mantinha a discrição", afirmou Castro.\n \n Antes\n do cárcere e da morte, Bruno chegou a advertir sua ex-amante a não procurar a\n polícia ou ele a mataria, de acordo com o promotor, que relembrou o relato de\n Eliza após ela ter sido levada para Minas Gerais, em 2010.\n \n "Nós\n vimos aqui o relato de Eliza, depois que ela foi levada a cativeiro (...) O\n goleiro Bruno, na época ainda goleiro, a advertiu expressamente a não procurar\n a polícia, pois se ela o fizesse, ele mataria a ela e providenciaria a morte de\n seus amigos e de seus familiares", disse o promotor.\n \n Castro\n ressaltou ainda a convicção do Ministério Público de que o goleiro foi o\n mandante do crime de cárcere privado e morte da Eliza. "A Promotoria não\n precisava de uma confissão de Macarrão, existem provas". "Mas essa\n confissão é relevante, porque aponta que quem mandou, Bruno", disse.\n \n Quinto dia de júri
\n O quinto dia de julgamento começou por volta das 11h30 desta sexta, após os\n depoimentos da ex-namorada do goleiro Bruno e de Macarrão, réus no processo de\n cárcere privado e desaparecimento de Eliza Samudio, que era amante do goleiro.\n A sentença dos réus pode ser proferida pela juíza Marixa Fabiane ainda nesta\n sexta-feira.\n \n A\n sessão começou com mais de duas horas de atraso. O motivo foi a instalação de\n equipamento de áudio em uma sala de apoio à imprensa em um andar acima do\n plenário, de acordo com a juíza.\n \n A\n previsão é que o júri inicie com os debates entre acusação e defesa. A previsão\n é que primeiro o promotor Henry Wagner de Castro exponha os argumentos da\n acusação, em até duas horas e meia. Em seguida, os advogados dos réus terão o\n mesmo tempo para tentar convencer os jurados da inocência de seus clientes. Se\n o promotor pedir réplica, terá mais duas horas de exposição, e a defesa, também\n mais duas horas.\n \n A\n fase dos debates pode durar até nove horas. Encerrada esta etapa, os jurados se\n reúnem em uma sala secreta para responder a quesitos formulados pela juíza, com\n resposta de "sim" e "não". Eles decidirão se os réus\n cometeram o crime, se podem ser considerados culpados e se há agravantes ou\n atenuantes, como ser réu primário. Os jurados podem permanecer na sala secreta\n o tempo que acharem necessário.\n \n A\n juíza Marixa deve explicar os quesitos aos jurados e tirar todas as dúvidas. No\n novo procedimento do júri, os votos dos jurados não são todos contados para a\n própria proteção deles. Assim, se quatro dos sete jurados votarem pela\n absolvição, é encerrada a contagem, e não se sabe o que os demais votaram, e\n vice-versa.\n \n De\n posse do veredicto (a decisão final dos jurados), a juíza dosa a pena com base\n no Código Penal, se houver condenação. Se houver absolvição, o réu deixa o\n tribunal livre. A sentença é lida a todos os presentes no Tribunal do Júri. A\n sessão deve ser encerrada à noite ou até na madrugada deste sábado (24).\n \n Acusações dos réus
\n Macarrão é acusado por homicídio triplamente qualificado, sequestro e cárcere\n privado e ocultação de cadáver. Já a ex-namorada do goleiro é acusada de\n sequestro e cárcere privado. Os outros três réus no caso tiveram o júri adiado\n e serão julgados em 4 de março de 2013 - o goleiro Bruno, sua ex-mulher,\n Dayanne Rodrigues, e o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola.\n \n Para\n o assistente de acusação José Arteiro Lima, Macarrão "merece uma pena bem\n menor que a do Bruno", após ter apontado o atleta em seu depoimento.\n "Bruno premeditou, planejou e mandou matar Eliza", disse. Já o amigo\n do goleiro, na opinião do advogado, "era o jagunço do Bruno".\n \n Lima\n disse que a acusação possui provas de que Macarrão esteve no local onde Eliza\n foi morta. "Os depoimentos do menor [Jorge] e do Sérgio [primos de Bruno]\n provam que ele esteve na cena do crime, afirmou o assistente de acusação.\n "De inocente nesta historia, só tem a Eliza e o Bruninho."\n \n Fernanda mentiu, diz promotor
\n O\n promotor Henry de Castro afirmou, na noite de quinta-feira (22), que a ex-namorada\n de Bruno mentiu em seu interrogatório. Os depoimentos dela e de Macarrão\n apresentaram contradições, que devem ser exploradas durante a argumentação da\n acusação, disse Castro.\n \n Fernanda\n mentiu durante o depoimento, quando afirmou que Macarrão teria tido a\n iniciativa de chamá-la para que ela fosse à casa do Bruno no Recreio dos\n Bandeirantes para cuidar do filho de Eliza. Ela mesmo teve a iniciativa de\n realizar, pelo menos, duas ligações telefônicas para o celular de Jorge Luiz\n [primo de Bruno], ressaltou o promotor.\n \n Para\n o promotor, tanto Macarrão quanto Fernanda sabiam que Eliza iria morrer. Os\n dois sabiam que Eliza ia morrer. (...) Tanto é que ela [Fernanda] cobriu o\n rosto para não ser reconhecida por Eliza, quando chegou à casa do Recreio dos\n Bandeirantes, conforme depoimento de Jorge Luiz. E em Ribeirão das Neves,\n Fernanda não cobriu mais o rosto. Certamente já saberia que Eliza não sairia\n daquela situação, que não sairia viva, completou.\n \n Durante\n seu interrogatório, a ex-namorada do goleiro Bruno confirmou boa parte do\n depoimento de Macarrão. Fernanda, que se disse inocente das acusações, disse\n que o amigo do goleiro usou seu carro, um Gol, por cerca de 20 minutos. Já\n Macarrão afirmou em seu depoimento ter levado Eliza de carro até um local indicado\n pelo goleiro, em Belo Horizonte, onde a ex-amante entrou em um Palio, no início\n de junho de 2010. "Ele ia levar ela para morrer", disse o réu, em\n interrogatório que durou até cerca de 4h desta quinta.\n \n Interrogada\n durante o julgamento, Fernanda ressaltou que não desconfiou do destino trágico\n que Eliza teria, "pela calma que ela apresentava" durante o tempo que\n esteve em Minas. "Só tive conhecimento verdadeiro de que a Eliza foi\n executada ontem pelas declarações de Luiz Henrique [Macarrão]", afirmou\n ela, em seu depoimento.\n \n Questionada\n pela juíza Marixa Fabiane sobre como soube das declarações de Macarrão,\n Fernanda disse ter sido informada pela imprensa. Ela afirmou que chegou a\n mentir em seu primeiro depoimento à polícia, mas que depois voltou atrás e pediu\n desculpas aos delegados. "Estava com medo", ressaltou.\n \n Boato interrompe júri
\n Um boato divulgado nesta quinta-feira dava conta que o goleiro Bruno teria\n tentado suícidio dentro da Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, Minas\n Gerais, mesma cidade em que o júri do caso Eliza está sendo realizado.\n \n A\n notícia falsa causou tensão no fórum, onde o júri chegou a ser interrompido por\n cerca de 20 minutos pela juíza Marixa.\n \n O\n boato foi desmentido pela Secretaria de Defesa Social de Minas Gerais. Segundo\n a secretaria, o diretor-geral do presídio, Luiz Carlos Danunzio, confirmou que\n Bruno está bem. A secretaria disse que Danunzio chegou a ir até o pavilhão onde\n o atleta está para verificar seu estado de saúde.nbsp;\n \n Agressão
\n Durante o interrogatório, Fernanda disse ter sido informada por Macarrão que a\n ex-amante de Bruno havia sido agredida pelo primo do goleiro, Jorge Luiz Rosa,\n num momento anterior ao episódio do carro. O depoimento confirma a versão do\n amigo de Bruno sobre o episódio. "Ele [Macarrão] e Jorge foram encontrar\n com Eliza para negociar uma dívida. Ele disse que houve uma briga no carro\n entre Jorge e Eliza por causa de algo que Eliza teria dito algo sobre o jogador\n que não agradou Jorge", disse.\n \n A\n ex-namorada afirmou, ainda, que ficou com o bebê de Eliza por alguns momentos e\n que chegou a fazer mamadeira para ele, durante o período que coincide com o\n cárcere privado investigado pelo Ministério Público. "Fiz a mamadeira e\n troquei a fralda e a criança parou de chorar. Depois disso, subi para o o\n quarto de Bruno e ele dormiu. Neste momento, não vi a Eliza. Tive vontade de\n falar com a Eliza, mas fiquei com medo de ela falar meu nome para a\n mídia", disse. O episódio ocorreu antes do desaparecimento da ex-amante,\n segundo Fernanda, que ressaltou que Eliza agradeceu por ela ter cuidado da\n criança.\n \n Terminado\n o depoimento de Fernanda na chamada fase de instrução, em que as provas são\n apresentadas, terão início os debates, com apresentação de argumentos de\n acusação e defesa para tentar convencer os jurados.\n \n Bruno ficou decepcionado
\n O advogado do goleiro Bruno, Lúcio Adolfo, disse que o atleta ficou\n "decepcionado" ao saber nesta quinta (22) das declarações dadas pelo\n réu Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, no julgamento do caso Eliza.\n \n O\n defensor, junto com os advogados Francisco Simim e Tiago Lenoir, foi à\n Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, por volta de 11h30 contar a Bruno\n sobre o interrogatório de Macarrão, que terminou na madrugada desta quinta.\n "[Ele] reagiu com tristeza, mas entendeu que Macarrão está pressionado",\n disse. Adolfo reforçou que o goleiro não chorou, mas "ficou chateado,\n decepcionado, pela amizade que existia entre os dois".\n \n Macarrão\n relatou à juíza que não sabia o que iria acontecer com Eliza, mas que\n "pressentia" que a jovem seria morta. Ele afirmou ainda que alertou\n Bruno sobre o que podia acontecer, mas que o goleiro pediu para ele largar\n "de ser bundão". "Falou que era para deixar com ele", disse\n o réu antes de começar a chorar no plenário.\n \n Em\n entrevista, o advogado Adolfo disse que quer incluir Macarrão como testemunha\n quando for realizado o novo julgamento do goleiro Bruno, no dia 4 de março de\n 2013. Na data, devem ser julgados também os outros dois réus no caso - Dayanne\n Rodrigues e o ex-policial Bola.\n \n Júri de goleiro é adiado
\n Na manhã de quarta-feira, o julgamento de Bruno foi desmembrado e adiado para 4\n de março de 2013, segundo decisão da juíza Marixa. O goleiro foi retirado do\n plenário para ser levado novamente para a penitenciária Nelson Hungria.\n Inicialmente, a magistrada havia anunciado que o novo júri ocorreria em\n janeiro, mas depois ela afirmou que é difícil conseguir jurados para compor o\n Conselho de Sentença no início do ano e que fevereiro tem poucos dias, em razão\n do Carnaval.\n \n O\n adiamento foi concedido pela juíza a pedido da defesa de Bruno. O advogado\n Francisco Simim, que defendia o goleiro, apresentou um documento transferindo\n seus poderes a outro defensor, Lúcio Adolfo. Chamado de substabelecimento sem\n reserva de poderes, o documento pediu a substituição de Simim por Adolfo, que\n alegou não conhecer o processo para pedir o adiamento.\n \n A\n juíza afirmou que "não obstante haver claras evidências de manobra, por\n outro lado também é verdade que o documento que foi apresentado a mim foi de\n substabelecimento", justificando sua decisão. "Estou acolhendo o\n pedido da defesa para conceder ao advogado prazo para o conhecimento do\n processo".\n \n \n \n \n
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