\n Dois bebês nascidos ontem na maternidade de Maracaju, morreram nesta quarta-feira (24), em decorrência da falta de leitos na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) dos hospitais de Campo Grande e Dourados. O problema foi exposto pelo médico pediatra Luiz Augusto Possi, que atendeu o caso no Hospital Soriano Corrêa. Ingrid Soares, de 20 anos, mora em Nioaque e estava em Maracaju visitando familiares, quando entrou em trabalho de parto e foi levada ao hospital da cidade por volta das 17h30min. Após o nascimento dos bebês começaram os problemas respiratórios. O pediatra Luiz Augusto pediu vagas nos hospitais de Campo Grande e Dourados, mas todos responderam que não havia vaga. “Deixar um bebê prematuro de 1.500 gramas, outro de 1.600 gramas, sem assistência intensiva adequada por falta de leitos de UTI neonatal é criminoso”, criticou o profissional. A equipe de saúde que estava de plantão em Maracaju passou a noite bombeando oxigênio para manter os bebês vivos. “O problema não é da falta de atendimento no hospital de Maracaju, mas sim do sistema. Até quando a sociedade vai ficar anestesiada, permitindo que, diariamente, bebês agonizem pela falta de providências? Que se construam mais leitos, mais hospitais”, reclamou o médico. No começo da manhã de hoje, o pediatra conseguiu apenas uma vaga no Hospital Regional Rosa Pedrossian e colocou os dois bebês na ambulância para levá-los até a unidade, no entanto, as crianças que nasceram no 7º mês de gestação, morreram a caminho da Capital. De acordo com o diretor clínico do Hospital Soriano Corrêa, Raphael de Maurício Rosa, esse problema ocorre em todo interior, que fica a mercê dessas vagas. “Temos suporte para os primeiros atendimentos, mas depois precisamos da UTI”, justificou o médico, explicando que Campo Grande é referência para a cidade de Maracaju e região. \n \n