Brasil
21/02/2013 09:00:00
Boate Kiss foi multada 6 vezes e abriu sem alvará, diz prefeitura
Quando foi inaugurada em julho de 2009 em Santa Maria (RS), a Boate Kiss possuía todos os alvarás para funcionamento, exceto o de localização, o que, pela lei, proibia que ela promovesse qualquer festa.
Terra/PCS

Oficialmente, a boate estava em condições para ser inaugurada no dia 14 de abril de 2010, nove meses depois da abertura irregular (Foto: Wesley Santos )
\n Um incêndio de grandes proporções deixou mais de 230 mortos na madrugada do dia\n 27 de janeiro, em Santa Maria (RS). O incidente, que começou por volta das\n 2h30, ocorreu na Boate Kiss, na rua dos Andradas, no centro da cidade. O Corpo\n de Bombeiros acredita que o fogo tenha iniciado com um artefato pirotécnico\n lançado por um integrante da banda que fazia show na festa universitária.\n \n Segundo um segurança que trabalhava no\n local, muitas pessoas foram pisoteadas. "Na hora que o fogo começou, foi\n um desespero para tentar sair pela única porta de entrada e saída da boate, e\n muita gente foi pisoteada. Todos quiseram sair ao mesmo tempo e muita gente\n morreu tentando sair", contou. O local foi interditado e os corpos foram\n levados ao Centro Desportivo Municipal, onde centenas de pessoas se reuniam em\n busca de informações.\n \n A prefeitura da cidade decretou luto\n oficial de 30 dias e anunciou a contratação imediata de psicólogos e\n psiquiatras para acompanhar as famílias das vítimas. A presidente Dilma\n Rousseff interrompeu uma viagem oficial que fazia ao Chile e foi até a cidade,\n onde se reuniu com o governador Tarso Genro e parentes dos mortos. A tragédia\n gerou uma onda de solidariedade tanto no Brasil quanto no exterior.\n \n Os feridos graves foram divididos em\n hospitais de Santa Maria e da região metropolitana de Porto Alegre, para onde\n foram levados com apoio de helicópteros da FAB (Força Aérea Brasileira). O\n Ministério da Saúde, com apoio dos governos estadual e municipais, criou uma\n grande operação de atendimento às vítimas.\n \n Na segunda-feira, quatro pessoas foram\n presas temporariamente - dois sócios da boate, Elissandro Callegaro Spohr,\n conhecido como Kiko, e Mauro Hoffmann, e dois integrantes da banda Gurizada\n Fandangueira, Luciano Augusto Bonilha Leão e Marcelo de Jesus dos Santos.\n Enquanto a Polícia Civil investigava documentos e alvarás, a prefeitura e o\n Corpo de Bombeiros divergiam sobre a responsabilidade de fiscalização da casa\n noturna.\n \n A tragédia fez com que várias cidades do\n País realizassem varreduras em boates contra falhas de segurança, e vários\n estabelecimentos foram fechados. Mais de 20 municípios do Rio Grande do Sul\n cancelaram a programação de Carnaval devido ao incêndio.